sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Piora a crise de astrofobia de Dilma NPS

Apesar da inesgotável lista de defeitos, 110% deles irreversíveis, de nossa Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias), há um do qual ela não pode ser acusada: falta de transparência consigo mesma. A nossa Dama de Ferrugem sistemática e recorrentemente deixa claro, cristalino e inequívoco para Deus e o mundo que é burra, teimosa, ignorante, autoritária e absolutamente vazia de autocrítica. E que, como todo mortal que se preza (mesmo sendo petista), tem suas paúras e a principal delas é seu misto de medo e ojeriza a raios. Essa aversão doentia a raios chega ao paroxismo quando ocorre um apagão no país e alguém se mete a dizer que o culpado foi um raio. Aí, nossa ex-guerrilheira perde de vez o autocontrole nanomicrométrico que possui de nascença, vira os olhos, bufa, roda a baiana, ofende todas as gerações passadas de quem cometeu a heresia e solta sua matilha de pitbulls em cima do infeliz.

O apagão de terça-feira desta semana provocou novo megaderrame de bílis em Dilma NPS, porque o diretor-geral do ONS Hermes Chipp comentou que não está descartada a possibilidade de que um raio possa ter causado aquela escuridão. Como de setor elétrico, de energia elétrica, de fenômenos atmosféricos e outros que tais nossa Dama de Ferrugem entende tanto como uma xepeira de feira entende de mercado de capitais -- apesar de ter sido ministra de Minas e Energia por 2 anos -- ela caiu de pau nessa tese, voltou a esculhambar os nossos raios (que classifica de "piadas") e exigiu tolerância zero contra raios no setor elétrico brasileiro. Como esse ataque de nervos é uma cópia exata e autêntica do chilique que ela deu em dezembro de 2012, reproduzo a seguir a postagem que fiz naquele mês. Vejam também a postagem "Racionamento elétrico volta a nos assombrar -- raios que nos partam, Dona Dilma?", de 8/1/2013.

Raios brasileiros são piadas, decretou Dona Dilma

Revelando uma expertise até então insuspeita, nossa supersimpática Dona Dilma decretou: os raios brasileiros são benéficos à nossa saúde por serem fontes de gargalhadas, além de serem bons também para os reservatórios de usinas hidrelétricas porque, segundo ela (atentem bem para a ênfase), quando há raio há chuva, e chuva é crucial porque enche reservatórios. Ninguém, até hoje, na história da eletricidade conseguiu ser tão sintético em definir petreamente o que são os raios (pelo menos os brasileiros).

Ganhamos todos, pois. O povão pode ficar tranquilo, relaxar e se preparar para boas gargalhadas neste verão. Nossos humoristas e cartunistas foram aquinhoados com uma fonte inesgotável de boas risadas. Só ficou incômodo para os especialistas do MME e do ONS que cometeram a gafe de atribuir a raios alguns de nossos melhores apagões no governo da nossa terna ex-guerrilheira. Foi-me grato também saber uma razão a mais para a felicidade irradiante de meus conterrâneos mineiros: é que em Minas cai muito raio.

Em 28 de agosto de 2012, o Congressional Research Service dos EUA [Serviço Parlamentar de Pesquisas, em tradução livre] emitiu um relatório assinado por um especialista em política energética, Richard J. Campbell, com o título Weather-Related Power Outages and Electric System Resiliency  ["Interrupções Elétricas de Origem Climática e a Capacidade de Recuperação de Sistemas Elétricos", em tradução livre]. 

Na Tabela 1 ("Grandes Apagões nos Estados Unidos -- Estatísticas para as Categorias de Causas das Interrupções"), pág. 3 desse relatório (disponível em formato pdf), está indicado que, no período de 1984 a 2006, os raios foram a causa de 11,3% dos grandes apagões nos EUA. A tabela resume um estudo efetuado pela Universidade da Virgínia, com base em dados da NERC - North-American Electric Reliability Corporation [Corporação Norte-Americana de Confiabilidade Elétrica, em tradução livre]. 

O renomado EPRI (Electric Power Research Institute - Instituto de Pesquisas de Energia Elétrica) afirma que as descargas provocadas por raios são a causa mais frequente das interrupções em linhas de transmissão, e emite um guia específico para proteção dessas instalações contra esses fenômenos.

Diante dessas notícias alarmantes e preocupantes, nossa afável ex-guerrilheira agiu com a rapidez e o bom humor que lhe são característicos e determinou energicamente à ABIN - Agência Brasileira de Inteligência e à FAB que impeçam a todo custo a entrada de raios americanos no espaço aéreo brasileiro. 

Fica então acertado: se algum raio provocar algum apagão ou apaguinho no nosso sistema elétrico, trata-se de piada de mau gosto e como tal deve ser descartado e execrado. PT, saudações. 

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