Após 28 meses seguidos de aumento nas contratações, o emprego na indústria automobilística parou de crescer. O setor encerrou novembro
com 145.386 funcionários, apenas 29 a mais que no mês anterior. O número
só não foi negativo porque o segmento de tratores contratou 228
trabalhadores no mês passado, enquanto o de veículos demitiu 199.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, diz que o fato de o nível de
emprego "estar estacionado é bom", numa referência de que não está
ocorrendo cortes significativos de vagas.
Em outubro, a General Motors anunciou um Programa de Demissões
Voluntárias (PDV), fato que deve ter influenciado os resultados de
novembro.
Em julho de 2009, quando as montadoras iniciaram a sequência de
contratações - após oito meses de cortes na crise financeira
internacional -, o setor tinha 119,6 mil funcionários. Desde então,
abriu 25,8 mil postos, mas estagnou em novembro. O número atual de trabalhadores, contudo, é o maior desde 1986, quando as montadoras empregavam 157,6 mil pessoas.
Recorde. A desaceleração da economia brasileira,
provocada em parte pela queda do consumo das famílias, teve impacto no
mercado automotivo, que vai encerrar o ano com vendas inferiores às
previstas inicialmente pelo setor. Até outubro, a previsão das
montadoras era de comercializar 3,69 milhões de veículos, número que
agora caiu para 3,63 milhões, ainda assim recorde.
A indústria aposta em recuperação em 2012, com aumento de 4% a 5% nas
vendas, algo entre 3,77 milhões e 3,81 milhões de unidades. Para este
ano, o setor previa crescimento de 5% em relação aos 3,51 milhões de
automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus vendidos em 2010, mas a
alta deve ficar em 3,3%. O setor responde por 5% do Produto Interno
Bruto (PIB) total e por 23% do industrial.
A diferença de 60 mil unidades a menos neste ano é considerada
insignificante por Belini. "É praticamente nada para um mercado de 3
milhões de veículos".
O executivo credita o desempenho menor às medidas
macroprudenciais de contenção do consumo lançadas pelo governo no fim de
2010. O recente pacote que ameniza essas medidas deve dar novo fôlego
às vendas no próximo ano.
Novembro já apontou para uma recuperação, com vendas de 321,6
mil veículos, 14,6% a mais que no mês anterior. Os estoques, que eram de
40 dias, baixaram para 35 dias. Dezembro, se confirmada a expectativa
da Anfavea de vender 345,2 mil veículos, será o melhor mês do ano.
A produção deve ser 1,1% maior que a de 2010, com 3,42 milhões de
unidades. Para 2012, a meta é de alta de 2%, para 3,49 milhões. O setor
foi ajudado pelas exportações neste ano, que vão superar a previsão
inicial em 40 mil unidades e atingir 540 mil veículos, 7,6% acima de
2010. Em valores, deve somar US$ 15,2 bilhões, um aumento de 17,8%.
"Conseguimos reposicionar preços em alguns mercados para compensar a
perda em função do câmbio e também mudamos o mix de produtos
exportados", justifica Belini. Para 2012 ele prevê queda de 5% na
exportação.
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