quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Montadoras param de contratar

Após 28 meses seguidos de aumento nas contratações, o emprego na indústria automobilística parou de crescer. O setor encerrou novembro com 145.386 funcionários, apenas 29 a mais que no mês anterior. O número só não foi negativo porque o segmento de tratores contratou 228 trabalhadores no mês passado, enquanto o de veículos demitiu 199.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, diz que o fato de o nível de emprego "estar estacionado é bom", numa referência de que não está ocorrendo cortes significativos de vagas. 

Em outubro, a General Motors anunciou um Programa de Demissões Voluntárias (PDV), fato que deve ter influenciado os resultados de novembro.

Em julho de 2009, quando as montadoras iniciaram a sequência de contratações - após oito meses de cortes na crise financeira internacional -, o setor tinha 119,6 mil funcionários. Desde então, abriu 25,8 mil postos, mas estagnou em novembro. O número atual de trabalhadores, contudo, é o maior desde 1986, quando as montadoras empregavam 157,6 mil pessoas.

Recorde. A desaceleração da economia brasileira, provocada em parte pela queda do consumo das famílias, teve impacto no mercado automotivo, que vai encerrar o ano com vendas inferiores às previstas inicialmente pelo setor. Até outubro, a previsão das montadoras era de comercializar 3,69 milhões de veículos, número que agora caiu para 3,63 milhões, ainda assim recorde.

A indústria aposta em recuperação em 2012, com aumento de 4% a 5% nas vendas, algo entre 3,77 milhões e 3,81 milhões de unidades. Para este ano, o setor previa crescimento de 5% em relação aos 3,51 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus vendidos em 2010, mas a alta deve ficar em 3,3%. O setor responde por 5% do Produto Interno Bruto (PIB) total e por 23% do industrial.

A diferença de 60 mil unidades a menos neste ano é considerada insignificante por Belini. "É praticamente nada para um mercado de 3 milhões de veículos".
O executivo credita o desempenho menor às medidas macroprudenciais de contenção do consumo lançadas pelo governo no fim de 2010. O recente pacote que ameniza essas medidas deve dar novo fôlego às vendas no próximo ano.
Novembro já apontou para uma recuperação, com vendas de 321,6 mil veículos, 14,6% a mais que no mês anterior. Os estoques, que eram de 40 dias, baixaram para 35 dias. Dezembro, se confirmada a expectativa da Anfavea de vender 345,2 mil veículos, será o melhor mês do ano.

A produção deve ser 1,1% maior que a de 2010, com 3,42 milhões de unidades. Para 2012, a meta é de alta de 2%, para 3,49 milhões. O setor foi ajudado pelas exportações neste ano, que vão superar a previsão inicial em 40 mil unidades e atingir 540 mil veículos, 7,6% acima de 2010. Em valores, deve somar US$ 15,2 bilhões, um aumento de 17,8%.

"Conseguimos reposicionar preços em alguns mercados para compensar a perda em função do câmbio e também mudamos o mix de produtos exportados", justifica Belini. Para 2012 ele prevê queda de 5% na exportação.

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