A Copa de 2014, pelo que se lê, vê e ouve na mídia tem tudo para se tornar o ápice do vexame e do acúmulo de pilantragens e irregularidades na história do Brasil. Vejam a reportagem abaixo, publicada hoje na Folha de S. Paulo.
Faltando 30 meses para o início da Copa de 2014 no Brasil, 54% das obras
de transporte (urbano e aeroportos) previstas para o evento não têm nem
licitação. A informação consta de um balanço do TCU (Tribunal de Contas
da União) sobre as ações do governo para a Copa, aprovado ontem.
A situação das obras de transporte urbano foi classificada de
"preocupante". Até agora, de 49 construções de BRT (corredores de
ônibus), VLT e rodovias, 24 não foram licitadas e só quatro receberam
algum recurso dos empréstimos previstos. Estas obras são de
responsabilidade dos estados e municípios que vão sediar o evento e
financiadas pelo governo federal.
Já no caso dos aeroportos, o TCU informa que são previstas 32
intervenções em 13 aeroportos. Dessas obras, 20 não foram licitadas,
sete estão em execução e uma está pronta. Nos aeroportos, a situação foi
considerada de alerta mas é menos preocupante que as de transporte
urbano. Isso porque vários projetos já estão com licitação marcada e o
TCU verificou melhora na gestão da Infraero.
Além dos problemas de transporte, o relatório aponta preocupações com as
obras de portos. Nenhuma foi iniciada porque os oito projetos ainda
estão em licitação. Há também temor com os projetos de urbanização das
áreas ao redor dos estádios. Em oito cidades, essas intervenções serão
feitas pelo poder público local. Nenhuma está licitada. Em muitos casos
não se sabe o custo e não há sequer projetos prontos.
O TCU emitiu alerta sobre os problemas identificados para vários órgãos
do governo e determinou que o ministério do Esporte inclua os valores
dos projetos de urbanização na Matriz de Responsabilidade da Copa
(documento que mostra os custos do evento). Mesmo sem a inclusão desses
custos, o valor total da matriz já pulou de R$ 22 bilhões para R$ 27
bilhões em 20 meses.
O governo também foi alertado de que está atrasado com a chamada 2ª
etapa da Matriz. Segundo o Planejamento, até junho deste ano os
ministérios deveriam incluir custos de projetos de telecomunicações,
segurança, saúde na Matriz, o que não aconteceu.
A situação dos estádios foi classificada como adequada pelo TCU. Segundo
o órgão, as fiscalizações preventivas do TCU fizeram com que os custos
previstos de seis projetos da Copa fossem reduzidos em R$ 451 milhões
sem a necessidade de paralisar as obras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário