Apesar do presidente do Supremo Tribunal Federal, Cézar Peluso, ter dito em outubro que aquela corte iria julgar a Lei da Ficha Limpa "o mais rápido possível", pelo jeito ele surpreendentemente desconhece as manhas e manias de seus pares.
Foi novamente suspenso no Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento
das ações que definirão se a Lei da Ficha Limpa terão ou não validade na
eleição municipal de 2012. Desta vez, o ministro Dias Toffoli pediu vista, adiando o julgamento.
Na sessão desta quinta-feira, 1º, o ministro Joaquim Barbosa votou
declarando-se totalmente a favor da lei. Não há previsão de quando o
julgamento será retomado.
[É muito difícil para um humilde mortal, não togado como os ministros do STF, entender o caráter extremamente volúvel e imprevisível do raciocínio desses doutos senhores. Esse assunto da Ficha Limpa já foi amplamente discutido em mais de uma sessão do tribunal, está há meses na pauta, todos os ministros já votaram quanto à sua constitucionalidade, e quando chega na hora de discutir se a Lei da Ficha Limpa é aplicável ou não nas eleições municipais de 2012, começam a pipocar no STF pedidos de vista de seus ministros! Será que não existem vasos comunicantes no raciocínio desses senhores?! Será que a lógica desses sábios da lei é tão peculiar, que não lhes permitiu inferir ou deduzir, desde o início desse debate, que o passo lógico seguinte na análise seria o de se apreciar sua aplicabilidade às eleições de 2012, já que para as eleições ela fora vetada pela maioria desses mesmos senhores?! Será que o apego dessa elite jurídica à Justiça é tal que, assim como ela, seu raciocínio só funciona quando acionado?...
Talvez eu esteja sendo traído pelo meu raciocínio cartesiano de engenheiro, mas acho que há coisas lógicas que permeiam todos os ramos do conhecimento humano. Não creio estar divagando quando acho que um pedido de vista de algum texto já lido, analisado e votado, só se justifica quando: - a) quem leu e opinou na primeira vez o fez de afogadilho, sem ter realmente lido e/ou entendido a matéria; - b) quem votou na primeira vez, o fez de brincadeirinha, sem tratar o assunto com a devida seriedade; - c) quem decide não está nem aí para a importância e a urgência do assunto, faz pouco da sua repercussão para a moralidade e a ética em que ele se aplica, e quer mais é aparecer para quem o assiste no plenário ou na televisão, que se dane o resto. -- A desagradabilíssima sensação que tenho é que, em todos os pedidos de vista que tenho presenciado (pela TV) ou lido, incluindo obviamente os referentes à Ficha Limpa, esses três fatores se aplicam simultaneamente.]
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