A China não para de abismar o mundo, também na ciência e na tecnologia -- recentemente lançou ao espaço os primeiros módulos de sua futura estação espacial, agora surge a notícia que possui o maior e mais rápido supercomputador do mundo, desbancando os EUA.
Com o título, na versão impressa, "Be Afraid. Be Very Afraid" (Fique com Medo. Fique com Muito Medo"), a revista Newsweek publica um interessante artigo que permite ao seu leitor ter uma ideia da reação americana ao fato da China ter um supercomputador maior e mais rápido do que o dos EUA. Na versão online da revista o título do mesmo artigo é "In Race for Fastest Supercomputer, China Outspaces USA" (Na disputa por Supercomputador mais rápido a China ultrapassa os EUA). Traduzo a seguir praticamente a íntegra do artigo, em duas partes devido à sua extensão.
O Laboratório Nacional Lawrence Livermore é um dos grandes símbolos da excelência científica e militar dos EUA. Por seis décadas, ali nesse campus tranquilo foram feitas grandes descobertas, como a descoberta de uma meia dúzia de elementos da tabela periódica e a detecção de um elemento chave da matéria negra (ou matéria escura).
A maior postulação de Livermore à fama envolve o projeto das mais avançadas ogivas nucleares do mundo -- essa era a missão do laboratório quando foi criado em 1952 por Edward Teller, o pai da bomba de hidrogênio. Para fazer isso, Livermore se apoia em máquinas poderosas, chamadas supercomputadores, que estão abrigadas em edifícios ultrassecretos e fortemente vigiados. Os EUA têm por longo tempo dominado o setor, o que tornou ainda mais séria e importante a notícia recebida em novembro por Bruce Goodwin, chefe do programa de armamentos do laboratório: os chineses tinham apresentado o supercomputador mais poderoso do mundo, uma máquina cinco vezes mais poderosa que o maior computador de Livermore.
Para a maioria de nós isso pode não significar grande coisa, algo parecido como a Apple surgir com um smartphone mais rápido do que a Microsoft. Mas, para os cientistas , os titãs da indústria, e os líderes mundiais que entendem quão delicada realmente é a posição dos EUA como uma superpotência global, esse foi um momento Sputnik [fazendo referência ao impacto avassalador sobre o Estados Unidos do lançamento, pela União Soviética, do primeiro satélite artificial da Terra em 04/10/1957]. Só que, desta vez, não era a Rússia derrotando os EUA na corrida espacial, mas a China despontando na frente em uma das áreas mais vitais da segurança nacional. Por utilizar milhares de processadores operando em paralelo, os supercomputadores ajudam não apenas a projetar sistemas de armamentos, mas também a modelar mudanças climáticas, decifrar códigos, e a desenvolver novos medicamentos que salvam vidas.
Globalmente falando, computação de alta performance é um negócio de 26 bilhões de dólares, e quem quer que detenha a liderança nesse campo ganha enormes vantagens econômicas e militares. Ou, colocando de outra maneira: se os EUA ficarem para trás em supercomputação, podem perder rapidamente sua margem de vantagem em todas as áreas de ciência, em indústrias tais como exploração de óleo e gas e pesquisa farmacêutica, e nos campos militar e de segurança. Na corrida para desenvolver os computadores mais poderosos, estão no caminho tanto a nossa prosperidade econômica quanto a nossa segurança naciobnal.
Quando a China ligou a chave do supercomputador Tianhe-1A, também chamado de "Milky Way" (Via Láctea), no outono passado, ela se colocou no topo do mundo da tecnologia com uma formidável demonstração de sua recém-descoberta, ou revelada, excelência em engenharia. A permanência da China nesse posto de destaque revelou-se de vida curta, pois seis meses depois uma equipe no Japão anunciou um supercomputador ainda maior, que derrubou o Tianhe-1A para o segundo lugar. No entanto, os chineses lograram o que queriam, demonstrando ao mundo que quando se trata de desenvolver as máquinas mais novas, maiores e mais rápidas a verdade inconveniente é que a China, nosso rival militar e político n° 1 [quero lembrar que esta é uma tradução do artigo da Newsweek], agora disputa pescoço com pescoço com os EUA em uma área que os EUA dominaram durante décadas. [Continua na postagem seguinte].
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