A operadora Sky lança em Brasília, na próxima semana, serviço de banda larga de quarta geração (4G) que promete ser a mais moderna, rápida e estável tecnologia de internet sem fio disponível no mundo. Será a primeira oferta nesses moldes na América Latina. A empresa já fechou contratos com condomínios para a locação de espaços em coberturas de edifícios para a instalação de antenas.
O plano de negócios de banda larga da Sky em Brasília tem como alvo 160 mil clientes no prazo de cinco anos. Inicialmente, a tecnologia estará disponível apenas para computadores. A proposta da empresa é oferecer pacotes de internet com velocidades superiores a 4 megabits por segundo que, ao preço médio de R$ 60 mensais, vão render faturamento anual de R$ 115,2 milhões à operadora, segundo uma fonte do mercado.
Os valores pagos para locação de espaços para a instalação de antenas 4G chegam a R$ 5 mil por mês, como é o caso de um condomínio no bairro Sudoeste. O montante é quase o dobro da proposta inicialmente apresentada pela operadora, que era de R$ 3 mil, conforme ata da assembleia a que a Agência Estado teve acesso. Na negociação, os moradores do prédio chegaram a pleitear aluguel entre R$ 6 mil e R$ 10 mil, mas a Sky alegou que R$ 5 mil era o máximo permitido, pois a empresa “paga valores inferiores ao oferecido a outros condomínios nos quais as antenas estão instaladas”, o que indica que há várias antenas de banda larga 4G em Brasília.
Procurada, a Sky limitou-se a confirmar que os testes de 4G estão em estágio avançado, sem dar detalhes. O lançamento oficial do serviço ocorrerá na terça-feira, em conjunto com a Nokia Siemens Networks. Em comunicado, a empresa informa que “serão apresentados os principais fatos desse novo serviço que utiliza a mais moderna, rápida e estável tecnologia de banda larga sem fio disponível hoje no mundo”. Estarão presentes no evento o presidente da Sky, Luiz Eduardo Baptista da Rocha, e um representante da Nokia Siemens.
Computadores. Em setembro, a Sky informou que o serviço deve funcionar apenas por modems para computadores, e não diretamente em celulares, já que a companhia ainda não tem licença para operar telefonia móvel. Para viabilizar o serviço, a operadora fechou acordo com a Telebrás que prevê o uso das redes da estatal para interconexão e tráfego de dados.
Para a telefonia móvel, a tecnologia 4G só deve chegar em 2013. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realizará em abril um leilão para a venda de faixas de frequência para esse fim. A meta do governo é que as cinco cidades que receberão a Copa das Confederações em 2013 tenham o 4G disponível e em 2014 a cobertura esteja nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo no Brasil. Daí em diante, será estabelecido um cronograma de implantação, que começará pelos municípios com mais de 100 mil habitantes.
Por causa dos altos investimentos para implantar a rede 4G no País, Eduardo Levy, diretor executivo do Sinditelebrasil, que representa as empresas do setor, pondera que a tecnologia estará ao alcance apenas da “elite”. “Essa aura toda da 4G é para uma elite do País. A tecnologia é complexa e cara e exige quatro vezes mais antenas”, alerta. “A 4G não serve para ampliar a base de clientes no Brasil porque é mais cara".
Sky alugou a cobertura de prédios em Brasília - (Foto: Beto Barata/AE).
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