O texto abaixo é da autoria de Renato Cruz e foi publicado hoje no blogue Link do jornal O Estado de S. Paulo.
Finalmente a Amazon desembarcou no Brasil. Mas não foi com a loja
online, como muita gente esperava. A empresa anuncia hoje sua operação
local da Amazon Web Services (AWS), seus serviços de computação em
nuvem. Mesmo antes de instalar os centros de dados no País, a Amazon já
hospeda grandes clientes brasileiros, como a Gol Transportes Aéreos e o
Peixe Urbano.
No modelo de computação em nuvem, a infraestrutura de servidores,
armazenamento e software é oferecida às empresas como serviço. Quando a
internet aparece no desenho de esquemas de redes de computadores, ela é
representada pela imagem de uma nuvem, pois não existe como desenhar
todos os servidores e todas as conexões que formam a rede mundial. Daí o
nome computação em nuvem.
“Estamos muito animados”, disse Andy Jassy, vice-presidente sênior da
AWS. “Faz bastante tempo que queremos estar aqui.” Segundo ele, a
empresa começou a contratar pessoas no País, para formar sua equipe
local, há cerca de um ano. Apesar do entusiasmo, Jassy não divulgou
detalhes da operação, como investimento, tamanho e localização dos data
centers ou quantas pessoas têm no Brasil.
A opção de hospedagem em São Paulo está disponível desde hoje. O
objetivo é atender, a partir do Brasil, toda a América do Sul. Segundo
Jassy, haverá duas diferenças principais para os clientes brasileiros, a
partir da operação local. Em primeiro lugar, a redução da latência, que são os milissegundos que
demora para se carregar uma página ou receber alguma informação via
internet. Em segundo, existem clientes potenciais, como bancos, governos e
seguradoras, que, por motivos regulatórios, não podem ter seus dados
hospedados no exterior. Com a operação local, a Amazon espera começar a
conquistar esses clientes.
Presença. A AWS foi criada com o objetivo de otimizar o
uso da infraestrutura tecnológica da Amazon, oferecendo para terceiros
serviços de hospedagem e armazenamento com a mesma qualidade desfrutada
pelo site de varejo. Mas a chegada dos serviços em nuvem da Amazon no Brasil significa que o
braço de varejo também está desembarcando por aqui? Jassy negou que seja
esse o caso. “Quando a AWS foi criada, resolvemos utilizar todo o
conhecimento que geramos para manter a Amazon no ar para entrar em um
mercado de margens maiores”, disse. “As margens do varejo são bem
apertadas".
Para o executivo, essa origem no varejo dá à AWS uma vantagem sobre
concorrentes que são fornecedores tradicionais do mercado de tecnologia
da informação. “A ênfase dos fornecedores tradicionais em projetos de
nuvem privada vem da busca deles de manter a margem, que é maior no
modelo tradicional”, disse. “Acredito que a computação em nuvem é um
mercado de grandes volumes e margem baixa, e estamos acostumados com
isso.” Nuvem privada é quando as empresas aplicam tecnologia de
computação em nuvem a seus próprios servidores.
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