Lula e Celso Amorim afirmaram reiterada e categoricamente que a Guiné Equatorial é uma democracia, e Celso Amorim foi mais "objetivo" dizendo que "negócios são negócios", e que "problemas políticos cada país resolve os seus". O comunicado conjunto emitido pelos dois presidentes diz textualmente: "Os dois chefes de Estado reconheceram a importância da democracia para o desenvolvimento, e renovaram sua continuada adesão aos princípios da democracia, ao respeito dos direitos humanos (...) no marco da formulação das políticas nacionais e desenvolvimento".
A posição brasileira em relação a esse país africano, consolidada nesse comunicado conjunto, deve estar provocando arrepios e engulhos em muita gente, mas pelo menos mostra-se coerente com a política medíocre e reprovável que o governo Lula tem adotado com vários chefes de Estado de passado e presente pouquíssimo ou nada recomendáveis. Lula não tem feito outra coisa a não ser passar a mão na cabeça e dar seu beneplácito a figuras do padrão de Hugo Chávez, Evo Morales, Fidel Castro, Mahmoud Ahmadinejad e, agora o guineano Teodoro Obiang Nguema -- tutti buona genti, ma tutti ladri ... A ascensão de Nguema ao poder e sua permanência nele não guardam o bom perfume da democracia: ele assumiu o poder através de um golpe de estado em 1979 (está, portanto, há 31 anos no cargo) e tem sido acusado de fraudar eleições, reprimir a oposição e expulsar cidadãos de suas propriedades (leia mais).
O pano de fundo de mais essa pirueta comercial-político-diplomática de Lula baseia-se simplesmente nas riquezas do país, principalmente petróleo, e na crescente presença chinesa por lá.
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