sábado, 2 de fevereiro de 2013

Médicos acusam o governo federal de omissão contra o tabagismo

O governo deixou em segundo plano ações de combate ao tabaco preconizadas em acordos internacionais assinados pelo País. Há mais de um ano, o Ministério da Saúde posterga a regulamentação da lei que baniu os fumódromos, inviabilizando sua aplicação prática. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) perdeu o prazo e luta para derrubar liminar obtida pela indústria do tabaco que suspende uma das principais medidas da agência: o fim dos aditivos em cigarros vendidos no Brasil.

Eliminar o fumo em locais fechados e proibir substâncias que atraem o público jovem são medidas previstas na Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. Documentos obtidos pelo Estado mostram que o Brasil deu calote por anos na seção da Organização Mundial de Saúde (OMS) responsável pelo tema e não pagou a contribuição financeira relativa a quatro biênios.  [Toda essa dívida é de responsabilidade dos governos petistas do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) e da sempre sorridente Dona Dilma. Além de mostrar descaso com a saúde do brasileiro, os petistas também se lixam para a imagem do Brasil como um país que não honra seus compromissos.]

Segundo especialistas, o combate ao tabagismo perdeu importância na pauta do governo. Médicos apontam intenções políticas do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, como fator complicador. Interessado em disputar o governo de São Paulo em 2014, o petista estaria evitando implementar regras mais duras.

Desde o início do governo Dilma Rousseff, a política de combate ao tabaco do governo federal privilegiou o aumento de impostos, também prevista na Convenção-Quadro. Mas os especialistas consideram isso pouco. "A política é meio ambígua. Não podemos dizer que há retrocesso, mas uma demora. E fica muito difícil dizer qual é a razão", disse Antonio Pedro Mirra, coordenador de combate ao tabagismo da Associação Médica Brasileira (AMB). "Possivelmente, pressão da indústria do tabaco. Existe um lobby que não permite a aprovação das regras".

O aumento da taxação sobre cigarros, porém, não segue apenas a lógica da saúde. O governo elevou os impostos também para fazer caixa durante o corte de IPI para automóveis e eletrodomésticos da linha branca e a desoneração da folha de pagamento de algumas indústrias. No caso dos fumódromos, o governo sofre assédio de duas indústrias, a tabagista e a de bares, restaurantes e hotéis. "Houve um período em que o governo federal ficou na dianteira", disse Mirra.  [Em 2011, primeiro ano de governo da nossa terna ex-guerrilheira, o Brasil gastou a bagatela de R$ 21 bilhões no tratamento de doenças relacionadas ao tabaco. Isto prova que, além de criminosa e irresponsável por tratar dessa maneira um problema de saúde dessa magnitude, Dona Dilma é uma gestora incompetente e ignorante também nessa área pois prefere gastar essa dinheirama toda em vez de combater o problema.]

Seriedade. "Uma lei que não foi regulamentada fica numa gaveta, como se não existisse", avaliou o coordenador da comissão de antitabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Luiz Carlos Corrêa da Silva. "Não houve seriedade e não existe nenhuma pressa, acaba se tornando uma ação para a indústria do tabaco".  Silva e Mirra relataram conversas que tiveram com Padilha, nas quais ele minimizou a importância da política contra o fumo. A informação foi confirmada por Paula Johns, diretora executiva da Aliança para o Controle do Tabagismo (ACT). "Existe um lobby forte, próximo ao ministro, e ele ainda tem ambições políticas", disse Paula. "Pelas conversas, ele não está ligado neste assunto".

Procurado várias vezes para comentar as denúncias de que não agiria por razões políticas, o ministro Padilha não se manifestou. Já o Ministério da Saúde informou que a regulamentação dos fumódromos é discutida por um grupo de trabalho no âmbito da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. Trata-se de um grupo de 18 órgãos federais, entre eles a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, das Comunicações, da Agricultura, das Relações Exteriores, do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente. Não há previsão de quando o assunto será resolvido, pois a lei não estabelece prazo. [Eis aí a síntese da visão do governo petista da afável Dona Dilma quanto à importância da saúde do brasileiro x o potencial de propina e financiamento de campanha da indústria do fumo. Fazer um grupo de 18 órgãos federais para decidir o que quer que seja é brincadeira, ou orgia. E, se a lei não fixa prazo, a saúde do fumante brasileiro pode e tem que esperar.]

Veja também:

link OMS cobra Brasil por atraso de repasses de acordo voluntário
link Anvisa perdeu prazo para contestar ação

Apple perde o nome iPhone no Brasil para a Gradiente

A Apple perdeu o nome iPhone para a Gradiente no Brasil. A próxima edição da Revista da Propriedade Industrial (órgão oficial do Instituto Nacional de Propriedade Industrial, INPI), que sai no dia 5, trará publicada a rejeição a pedidos da Apple para o uso do nome “iPhone” em celulares ou em produtos de áreas próximas à telefonia móvel. Isso porque a IGB Eletrônica, da Gradiente, obteve o direito exclusivo sobre telefones com esse nome em janeiro de 2008, tendo entrado com o pedido em 2000, sete anos antes de existir o iPhone da Apple. É uma derrota para a empresa capitaneada por Tim Cook, como antecipou o colunista Ancelmo Gois.

A Apple solicitou ao INPI o direito sobre a marca iPhone para diversos segmentos depois da Gradiente, em 2006, 2007, 2010 e 2011. Há dois anos, a companhia obteve autorização para usar a marca em “artigos de vestuário, calçados e chapelaria” e manuais de instrução. Mas os pedidos referentes a produtos que podem conflitar com o conceito de celular ainda não tinham sido completamente examinados pelo INPI em todos esses anos.

O INPI não informa quais dos 11 pedidos pendentes da americana serão negados, mas diz que todos aqueles cuja especificação lembrem celulares serão rejeitados. Entre os pedidos nessa situação estão os referentes a “dispositivos eletrônicos digitais móveis” com nome “iphone iphone”, de “projetos de desenvolvimento de hardware e software”, de “computador e periférico” e do aplicativo “Find My iPhone”, presente no aparelho da Apple.

Mas o instituto diz ser provável que a Apple consiga no dia 14 de fevereiro, numa outra edição da revista, a exclusividade para o uso em segmentos diferentes, pois os pedidos foram submetidos em datas próximas. Esses segmentos não foram especificados, mas podem representar apenas embalagens e serviço de varejo.

Em dezembro, a Gradiente começou a vender uma linha de smartphone chamada “gradiente iphone”. O aparelho foi lançado semanas antes de sua exclusividade sobre o nome caducar. Dessa forma, ao vender o iPhone no Brasil, a Apple fica vulnerável a processo.

Procurada, a Apple preferiu não se pronunciar.
 
Nos EUA, quem detinha a marca iPhone quando o smartphone da Apple foi lançado, em 2007, era a Cisco. A empresa processou a companhia de Steve Jobs, mas as duas fizeram um acordo.

Marca não poderá ser usada pela Apple para nenhum tipo de produto relacionado à telefonia celular  - (Foto: Justin Sullivan/ AFP).

 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Bicho criado em casa

[Mais um texto exemplar de Dora Kramer, publicado hoje no jornal o Estado de S. Paulo.]

O PT faz acordo para levar um denunciado e um investigado pelo Ministério Público às presidências do Senado e da Câmara, financia partidos para atraí-los à base governista, correligionários de altas patentes são condenados à prisão e, segundo o presidente do partido, a "oposição apartidária" é que desmoraliza a política. Que tal?

Isso para falar do presente, sem contar o passado de uma vida dedicada a desancar Deus, o mundo e seu Raimundo. Os correligionários de hoje eram os "picaretas", "ladrões" e "bandidos"de ontem, contra os quais o PT prometia combate ferrenho quando, e se, chegasse ao poder.  Pois há dez anos chegou e é o que se vê: não bastasse se aliar, festeja os piores tipos, elevando o que antigamente formava o baixo clero à condição de cardinalato do Congresso.

E com a tranquilidade dos puros, mas a sagacidade dos astutos, Rui Falcão, o presidente do PT, acusa Ministério Público e meios de comunicação independentes de tramarem contra a atividade política. Oferece lições que dariam ensejo a preocupações quanto à sanidade do professor, não flertassem firmemente com o ridículo. Diz Falcão: "São esses a quem nomeei que tentam interditar a política no Brasil. Quando desqualificamos a política a gente abre espaço para aventuras golpistas. A gente abre espaço para experiências que no passado levaram ao nazismo e ao fascismo".

Faltou acrescentar um fator essencial na desconstrução do valor democrático numa sociedade: o populismo (ovo da serpente do autoritarismo), ao qual o PT se dedica com afinco no estímulo ao culto da personalidade e à desmoralização da massa crítica. A ofensiva é clara: o petista ataca a "oposição apartidária" porque sabe que a partidária está dominada, nas cordas, sem força para preservar o indispensável exercício do contraditório sem o qual restam o silêncio, a concordância, a eliminação do debate, a alternância. E o objetivo é esse mesmo: exercer o poder sem ser contraditado em nada e por coisa alguma, a fim de que apenas a voz do poder da vez prevaleça.

O PT, contudo, deve tomar cuidado com seus impulsos de eliminação porque, quando não há oposição de lado algum, as posições antagônicas tendem a nascer e a crescer dentro da situação. E aí, alertam os que já viveram essa situação em passado não muito distante - mais especificamente no governo Fernando Henrique, personificada na figura de Antonio Carlos Magalhães - instala-se um verdadeiro inferno. 

É hoje o dia. O Senado, que é um pálido retrato do que já foi e agora caminha rumo ao lixo da História, perde autonomia, autoridade moral e também legitimidade na representação dos Estados.  Há 21 suplentes entre os 81 parlamentares da Casa. É isso: um quarto do Senado exerce mandato sem ter recebido um voto.  A suplência ali é composta por dois nomes indicados pelo titular da chapa e escolhidos entre amigos, parentes e financiadores de campanha que não passam pelo crivo das urnas. Na maioria dos casos assumem a cadeira devido a licenças pedidas para garantir ao substituto biônico uma temporada no paraíso.

Compressor. O líder do governo no Senado, Eduardo Braga, lá por meados do segundo semestre de 2012 chegou a pensar seriamente em concorrer à presidência da Casa.  Chegou a fazer algumas consultas informais sobre sua chance contra o desejo de Renan Calheiros de voltar. Hipótese, na ocasião, que aos de bom senso parecia absurda. Braga é ovelha desgarrada do grupo de senadores independentes do PMDB que resiste a se entregar ao palácio do Planalto e àdupla Calheiros-Sarney.

 


 

Dois médicos e um radiologista franceses condenados a 1,5 ano de prisão em regime fechado por superexposição de pacientes a radiação

[A reportagem abaixo foi traduzida de texto em francês que me foi enviado gentilmente por meu caro amigo Amauri, a quem agradeço. Ela é oportuna, não só pelo tema que aborda mas também porque lembra a história recente de pacientes que morreram em Campinas após receberem aplicação de contraste para ressonância magnética. O que, abaixo, estiver entre colchetes e em itálico, é de minha responsabilidade.]

Os males dos pacientes que fizeram radioterapia em Epinal [França] persistem, mas sua luta na justiça chegou ao fim. Sete indiciados, 448 vítimas, cinco anos de instrução e cinco semanas de audiências. O grosso dossiê do mais grave acidente de radioterapia ocorrido na França foi encerrado na quarta-feira, 30 de janeiro.

O tribunal correcional de Paris condenou a penas de 18 meses de prisão em regime fechado dois ex-médicos radioterapeutas do Hospital Jean Monnet, de Epinal (Vosges), Michel Aubertel e Jean-François Sztermer. Seu colega radiologista, Joshua Anah, recebeu também a mesma sentença. [Pela magnitude do caso, parece ter havido poucos punidos e assim mesmo com penas brandas.]

A Francetv Info responde a seguir às questões levantadas por esse escândalo na saúde.

* Quantas pessoas sofreram excesso de radiação?

As superexposições mais graves (da ordem de 20% acima da dose normal) afetaram 24 pacientes entre maio de 2004 e agosto de 2005. As outras superdoses (de 8% a 10% acima da dose normal) vitimaram 424 pessoas entre 2001 e 2006.  Se, no total, 448 pessoas foram gravemente expostas a excesso de radiação, um especialista que serviu de testemunha no processo informou que o mau funcionamento dos aparelhos de radioterapia remonta a 1987 [que absurdo!], levando a cerca de 5.230 o número de pessoas superexpostas em cerca de 20 anos, informa o jornal L'Est Républicain (O Leste Republicano): "Entre setembro de 1987 e novembro de 2006, apenas durante três meses não houve a superexposição de pessoas a superradiação", relata o periódico.

* Quantas morreram?

Segundo o Dr. Jean-Marc Simon, que acompanhou a partir de fevereiro de 2007 um grande número das 448 vítimas reconhecidas, 12 pessoas morreram em consequência dessas superradiações. Dessas, 10 fazem parte das 24 pessoas fortemente afetadas e 2 estão entre as 424 atingidas entre 2001 e 2006. Uma contagem que se avoluma com o tempo: "Superradiado com 8%, Pierre Rémy era um dos demandantes da ação quando da realização das audiências no final de 2012. Esse habitante de Rehaincourt morreu há um mês", escreveu o L' Est Républicain em 30 de janeiro. Por fim, dois dos 24 pacientes superexpostos morreram de outras causas, um deles tendo se suicidado em 2010 com a idade de 78 anos.

* Quais são as causas dessas superradiações?

Os superradiados a 20% de 2004-2005. Os 24 pacientes reportados estavam todos sob cuidados, por câncer de próstata, no Hospital Jean-Monnet de Epinal. Foram eles que apresentaram, já em julho de 2005, os primeiros problemas ligados à superexposição.

Vários problemas de funcionamento são apontados a dedo. Já em 2010, a Agência regional de hospitalização de Lorraine fazia acusação contra uma "má utilização" de um software de radioterapia usado a partir de 2004, e erros de parametrização, assim como "uma falta de domínio técnico" pela equipe.

"A fim de evitar qualquer dispersão, o feixe ionizante é "estreitado" sobre o tumor por filtros chamados cunhas", explica o site DNA (Dernieres Nouvelles d' Alsace). "Em maio de 2004, o centro hospitalar fez a escolha de passar da técnica de "cunhas estáticas" de chumbo para a de "cunhas dinâmicas", pequenas lâminas móveis".  Ora, essa evolução exige que a intensidade dos raios seja recalculada, e revisada para baixo. "O segundo cálculo de parametrização do equipamento e a dosimetria in vivo [cálculo da dose], feitos tradicionalmente ao término da primeira sessão, não foram mais efetuados", confirmou Guillaume Wak, da Agência de Segurança Nuclear (ASN), um dos especialistas convocados durante o julgamento.

Os superexpostos a 8% de 2001 a 2006.  A superradiação desses 424 pacientes decorre do fato de não terem sido levadas em conta, no cálculo final das radiações, as doses suplementares de radiação quando dos controles/aferições radiológicas -- chamados "matching" -- efetuados antes de cada uma das sessões de radioterapia, para verificar o bom posicionamento do corpo do paciente. "Esse controle inicial é de 8% dos raios", explica ao DNA Philippe Stäbler, presidente da Associação das vítimas de superradiação. "Em seguida, durante a sessão propriamente dita, o paciente deveria ser submetido a apenas 92% dos raios, mas foi feita a aplicação de 100% ...", explica ele.

* Que consequências essas superdosagens impõem ao organismo?

Dores abdominais e retais, sangramentos, diarreia, etc. As consequências dessas superradiações são inúmeras, e fortes. Ao L'Est Républicain, vítimas falaram do "isolamento social progressivo e da ausência de acompanhamento pelos dois radioterapeutas". No julgamento, a filha de uma das vítimas falou do calvário de seu pai, morto em 2007. "Meu pai morreu com dores terríveis (...) No fim, ele estava muito magro e exalava um cheiro horrível. Um cheiro insuportável de ovo podre, que saía de seu corpo".

Convidado pela RTL [maior empresa de rádio e televisão na Europa, de propriedade do conglomerado de mídia alemão Bertelsmann] em setembro de 2012, Philippe Stäbler lembrou as dores "24/24h" antes de acrescentar: "Felizmente há remédios muito poderosos. Vou ao banheiro de quatro a seis vezes ao dia", diz ele, "são diarreias permanentes".

* Como os profissionais da saúde reagiram à repercussão do caso?

"Presta-se muito mais atenção e cuidado na distribuição das doses (de radiação), faz-se o máximo de proteção aos órgãos de risco crítico", enfatizou Bruno Cutuli, médico radioterapeuta. "Mas isso se deve também ao fato de termos feito grandes progressos em termos de dosimetria nesses últimos dez anos" [medição precisa dos raios absorvidos por órgãos e tecidos do corpo]".

Após a explosão do escândalo dos superradiados em 2006, "houve reforços em vários níveis em matéria de regulamentação", explicou à AFP o Dr. Bruno Sauvet, presidente da Sociedade Francesa de Radioterapia Oncológica (SFRO), que cita principalmente o aumento do número de físicos médicos, os cientistas responsáveis pelas máquinas de radioterapia nos centros de tratamento. Em termos de controle, ele cita as "visitas mais frequentes e mais detalhadas" pela ASN.

A despeito desse drama, a fisioterapia continua a salvar vidas.  Essa técnica, que permite destruir de maneira cada vez mais precisa as células cancerosas, cura 40% dos doentes com câncer, diz a SFRO.  Dois terços dos doentes portadores de câncer são submetidos a radioterapia em um momento ou outro de seu tratamento, o que representa 200.000 tratamentos por ano na França.





 



Internet de baixo custo enfrenta resistência dos consumidores

O Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), lançado com pompa em 2010, completou dois anos sem atingir o grau de adesão pelos consumidores que o governo esperava a princípio. O projeto foi desenvolvido para massificar o acesso à internet, com oferta de conexão de banda larga com velocidade de 1 megabit por segundo (Mbps) a R$ 29,80 nos Estados que concedem isenção de ICMS, e a R$ 35 onde não há isenção. A expectativa inicial era atingir 20 milhões de domicílios. Na época, havia no país 10,2 milhões de residências com conexão à web e a mensalidade média dos planos de banda larga era de R$ 96.

O relatório mais recente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) indicou uma redução nas vendas dos planos do PNBL, ao mesmo tempo em que uma parcela dos assinantes deixou de usar a banda larga popular. Em cerca de um ano, até o terceiro trimestre de 2012, as operadoras Telefônica/Vivo, Oi, Sercomtel e Algar Telecom (dona da marca CTBC) venderam 1,4 milhão de assinaturas. Mas desse total, 317,4 mil usuários deixaram de usar o serviço.

 Evolução das assinaturas de conexão de internet nos moldes do PNBL - (Gráfico: Valor Econômico -- clique na imagem para ampliá-la).

As vendas desses planos começaram no terceiro trimestre de 2011, com 6.526 assinaturas no país. No trimestre seguinte, o volume subiu para 397,1 mil assinaturas. No decorrer do ano passado, a procura diminuiu. No terceiro trimestre de 2012, foram vendidos 310,7 mil planos. Já o número de domicílios que cancelaram o serviço de banda larga popular aumentou ao longo de 2012. No quarto trimestre de 2011 foram registrados 4.174 desligamentos. No terceiro trimestre do ano passado esse volume chegou a 154,9 mil assinantes.

A adoção do PNBL foi diferente em cada região. No Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul o número de assinaturas cresceu ao longo dos trimestres, enquanto no Sudeste, que concentrou 81,3% das vendas, o ritmo diminuiu. No quarto trimestre de 2011 foram vendidas 348 mil assinaturas. Esse volume baixou ao longo de 2012, chegando a 222,4 mil no terceiro trimestre. Em todas as regiões, o número de desligamentos cresceu a cada trimestre.  As operadoras que aderiram ao plano de banda larga popular encontram razões diferentes para a redução da procura por esse serviço e para o aumento no número de desistências.

A Telefônica/Vivo informou em comunicado que os usuários que adquirem esses planos "tendem a buscar opções com maior velocidade (banda larga fixa) ou maior franquia (móvel), de acordo com as necessidades de cada cliente". Por essa razão, o número de desligamentos aumenta. A operadora também informou que a maior parte dos desligamentos foi verificada no Nordeste e no Sudeste, regiões onde também se concentraram as vendas da tele.

A Oi disse considerar "naturais" os desligamentos do PNBL, bem como a desistência de outros planos de banda larga. Em comunicado, a operadora informou que entre as principais causas estão "mudança de endereço do cliente, migração para planos diferentes, competição entre as empresas e dificuldade temporária de pagamento por parte do solicitante do serviço".

A Algar Telecom, que opera com a marca CTBC, foi uma das operadoras que apresentaram o menor nível de vendas (14 mil assinaturas ao todo) e nenhuma desistência. Procurada, a companhia informou que, antes do lançamento do PNBL, já oferecia planos a preços populares, o que explica a baixa procura.

Posição semelhante foi dada pela Sercomtel. Nilso Paulo da Silva, diretor comercial da operadora, disse que a empresa já oferecia banda larga a R$ 29,90 para atender clientes que começavam a navegar na internet. "Temos um produto mais atrativo que o PNBL, por essa razão a adesão é baixa", disse. Até o terceiro trimestre de 2012, a empresa acumulou vendas de 6 mil contratos e 3 mil desistências. Silva associou os desligamentos ao aumento da oferta de planos mais atrativos.

Embora a rejeição dos brasileiros ao PNBL tenha crescido, o governo comemora os resultados. Artur Coimbra, diretor do departamento de banda larga do Ministério das Comunicações, disse considerar que a oferta do serviço cumpriu seu principal papel, que é massificar o acesso da população. O decréscimo das adesões, segundo ele, deveu-se à migração para pacotes com velocidade de conexão mais rápida e maior capacidade para baixar arquivos (download). Conforme a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), o país fechou 2012 com 86 milhões de acessos em banda larga, bem acima dos 10,2 milhões de 2010.
 
"O aumento no desligamento do PNBL dá a falsa impressão que o plano não está sendo tão bem-sucedido. Mas já esperávamos que isso fosse acontecer. A migração dessas pessoas não pode ser entendida como abandono da banda larga", disse Coimbra. O programa, segundo ele, tem causado impacto no cenário de competição, e produziu em 2012 a queda de 50% do preço médio pago por megabit por segundo desde o seu lançamento.  Coimbra disse que, normalmente, as pessoas beneficiadas com o PNBL tornam-se mais exigentes com o tempo e se dispõem a pagar mais por pacotes sofisticados. "As próprias concessionárias perceberam que, se oferecerem mais vantagens, o cliente topa pagar um pouco mais", disse. Essa estratégia também é adotada por pequenos e médios provedores de acesso, ligados à rede de atacado da Telebras.  De acordo com Coimbra, o governo estuda, agora, aumentar a velocidade de conexão dos planos do PNBL. O plano consiste em ampliar a velocidade para 2 Mbps ainda neste ano e para 4 Mbps até 2014.

A rendição do Congresso ao chiqueiro da política

[Reproduzo abaixo o editorial de ontem do site Congresso em Foco. Hoje é dia de luto e de vergonha para o país -- a ética e a decência serão novamente estupradas em público por senadores e deputados, na eleição de seus presidentes e do líder do PMDB. Ver postagem anterior sobre o assunto.]

Sintomático que o presidente do Senado, José Sarney, tenha proibido a manifestação contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), convocada por várias entidades e apoiada pelo Congresso em Foco.  Os manifestantes pretendiam fazer ontem a lavagem simbólica da rampa do Senado para expressar a indignação que levou, até o momento em que é publicado este texto, mais de 250  mil brasileiros a subscrever o abaixo-assinado contra a volta de Renan à presidência do Senado.

O problema é que limpeza é algo que não combina muito com o Congresso. Nas  últimas duas décadas, ele proporcionou seguidas demonstrações de afronta aos cidadãos que custeiam suas bilionárias despesas (perto de R$ 8 bilhões no ano passado): escândalo do orçamento em 1993, compra de votos para aprovar a emenda da reeleição em 1997, violação do painel em 2001, mensalão em 2005, sanguessugas em 2006, farra das passagens e atos secretos em 2009… a lista é infindável.  Mas sempre pode ser enriquecida, aumentando o tamanho dos golpes contra a cidadania, prova agora o processo em curso de eleição das Mesas do Senado e da Câmara. Estamos diante de uma daquelas tristes situações que nos levam a constatar que, em se tratando do Congresso brasileiro, sempre é possível piorar.

Exemplar é o caso de Renan. Na iminência de receber a maioria folgada de votos dos seus pares, foi até agora incapaz de esclarecer as denúncias que, seis anos atrás, o obrigaram a renunciar à presidência do Senado para preservar o mandato de senador.  Reconduzir Renan ao posto, antes de eliminar todas as dúvidas quanto à sua conduta, põe sob suspeita todo o Legislativo. Um poder que já apresenta um gigantesco passivo no que se refere ao “controle interno” dos seus integrantes e das suas ações. E daí? O Congresso, que tem um terço de seus parlamentares às voltas com acusações criminais, continua a dar sinais de preferir a imundície dos chiqueiros ao asseio das normas impostas por aquilo que, algo pomposamente, poderíamos chamar de moralidade pública.

Com menos pompa, poderíamos dizer que se espera atenção a pelo menos duas normas básicas: não roubar o dinheiro dos contribuintes e investigar ou colaborar com a investigação de crimes contra a administração pública, sobretudo quando os acusados forem deputados e senadores. Oposta é a regra que prevalece no Congresso. Ali, cidadãos sob suspeita gozam de proteção oficial, tapinhas solidários nas costas, carro e despesas pagas pelo erário, e abusam da paciência de um povo que demonstra excessiva complacência em relação a políticos bandidos.

Desfilam pelos corredores do Legislativo desde políticos condenados a prisão até a espantosa figura de Paulo Maluf, alvo de um mandado da Interpol que lhe impede de pisar em qualquer outro país do mundo, sem ir imediatamente para a cadeia, mas que pode, legalmente, ser deputado no Brasil.

A precária mobilização popular, muito aquém do tamanho dos desaforos que o Parlamento tem metido pela goela abaixo da sociedade, contribui para o escárnio não ter fim.

Apoiado por todos os grandes partidos, inclusive da oposição, é dado como favorito na disputa da presidência da Câmara outro político sob fortes suspeitas, o atual líder peemedebista, Henrique Eduardo Alves (RN).   Questionados sobre possíveis desvios de conduta, ele e Renan reagem de modo semelhante. Ignoram a denúncia, ao mesmo tempo em que instruem adversários a atribuir os graves questionamentos que lhes são feitos a meros preconceitos contra nordestinos. Esta, aliás, é uma das imbecilidades preferidas da meia dúzia de militantes pró-Renan que nos últimos dias tenta infestar este Congresso em Foco com centenas de comentários, invariavelmente usando nomes falsos e termos ofensivos.

Como não há limites para o abismo moral, o PMDB, outrora valente combatente da ditadura e hoje confortável abrigo para novos e velhos suspeitos, prepara-se para eleger como líder outro parlamentar sob investigação, Eduardo Cunha (RJ). Também deve explicações à Justiça seu rival na disputa, Sandro Mabel (GO). Em comum a Renan, Henrique, Eduardo Cunha e Mabel, a facilidade com que se aliam aos governos de plantão, sempre multiplicando os instrumentos a serviço de um tipo de política que, definitivamente, não cheira bem.

O Congresso em Foco sente-se no dever de manifestar perplexidade diante de tudo isso e se colocar à disposição dos brasileiros que pretendem ver um Congresso radicalmente diferente. Afinal, fazemos jornalismo na esperança de contribuir para as coisas mudarem para melhor – não para pior.


O futuro da energia passa pelas baterias

[O artigo que traduzo abaixo é da versão impressa da revista The Economist e está acessível também no site virtual da revista.]

Kris Pupek, um químico industrial do Laboratório Nacional de Argonne em Lemont (EUA), perto de Chigago, agita no ar freneticamente um tubo cheio de um pó branco. Uma simples pitada de seu conteúdo é suficiente para seus colegas analíticos avaliarem se esse material tem potencial para ser o próximo salto tecnológico nas pesquisas sobre baterias. Mas, o Dr. Pupek não lida com pitadas. Seu trabalho é descobrir se esse ou qualquer outro potencial pode ser transformado em algo prático -- em outras palavras, se algo que tem as propriedades certas, adequadas, pode ser produzido com baixo custo e em grande quantidade. Se puder, é repassado à indústria para testes. A esperança é que pelo menos um dos tubos dará início a uma revolução.

Baterias são uma tecnologia imensamente importante. A vida moderna seria impossível sem elas. Mas, muitos engenheiros as consideram decepcionantes e acham que poderiam ser ainda melhores. Produza a bateria certa pelo preço certo, e voce poderá tornar supérflua a máquina de combustão interna e dará a partida para um mundo em que combustível grátis, sob a forma de energia eólica e energia solar, será o padrão. Isso, sim, seria uma revolução.

É, no entanto, uma revolução pela qual as pessoas têm esperado há muito tempo. E, quanto mais esperam, mais os céticos se perguntam se ela algum dia será realidade. O Centro Conjunto para Pesquisa sobre Armazenamento de Energia (JCESR, em inglês), no qual o Dr. Pupek e seus colegas trabalham, espera provar que os céticos estão errados. Esse Centro reuniu os melhores cérebros em pesquisas sobre energia dos laboratórios nacionais e das universidades dos EUA, junto com um grupo de empresas interessadas no tema. E a instituição também tem dinheiro -- acaba de receber uma subvenção de US$ 120 milhões do Departamento de Energia dos EUA. Dito resumidamente, seu objetivo é produzir em cinco anos baterias cinco vezes mais poderosas e cinco vezes mais baratas.

Pensar positivo

A maioria das baterias, dos antigos e pesadões monstros de chumbo-ácido usados para dar partida nos carros às minúsculas e esguias baterias de lítio que alimentam desde leitores de e-books a relógios, têm três componentes essenciais: dois eletrodos (um anodo e um cátodo ou catodo) e um meio chamado chamado eletrólito (ou eletrolito) que permite que os íons de carga positiva se desloquem entre os eletrodos, equilibrando o fluxo de eletrons de carga negativa que forma a corrente útil da bateria. A engenhosidade em criar novos tipos de bateria reside em tentar aprimorar os materiais desses três componentes, de modo a fazer as coisas acontecerem de um jeito melhor e mais barato.  O pó branco do Dr. Pupek está entre esses materiais.

Para descobrir mais desses materiais, o Argonne utilizará uma enciclopédia de substâncias  -- que cresce rapidamente -- criada pelo Dr. Gerbrand Ceder, do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Dr.Ceder chefia o Projeto de Materiais, que almeja ser o "Google das propriedades dos materiais". Isso permitirá aos pesquisadores acelerar o modo como buscam por coisas com propriedades específicas. Argonne utilizará o Projeto de Materiais como uma biblioteca de referência na sua busca por melhores eletrodos, e também espera contribuir para ampliar essa referência.

O primeiro teste de qualquer combinação de substâncias originária do Projeto de Materiais, ou de qualquer outro lugar, será derrotar o mais bem sucedido dispositivo de armazenamento de eletricidade que já surgiu nos últimos 20 anos: a bateria de íons de lítio. Ela está por toda parte. Pelo lado da fama, ela alimenta muitos dos carros elétricos ou híbrido-elétricos que começam agora a aparecer nas ruas. Pelo lado negativo, ela tem uma tendência a superaquecer, queimar e incendiar-se.  Dois incêndios recentes a bordo dos novos 787 Dreamliner da Boeing podem ter sido causados por esse tipo de bateria ou por seus sistemas de controle [ver postagem sobre esse tipo de problema com o Boeing 787 Dreamliner].  Aprimorar a bateria de íons de lítio seria uma façanha de orgulhar qualquer laboratório.

George Cabtree, novo diretor recém-nomeado do JCESR, acha que tais melhorias serão necessárias em breve. Ele estima que a maioria dos ganhos em desempenho a serem obtidos com a bateria de íons de lítio já foi alcançada, fazendo com que esse dispositivo já esteja maduro para ser substituído. Jeff Chamberlain, seu vice, é mais otimista com a tecnologia existente. Ele diz que ainda é possível dobrar a quantidade de energia que essa bateria pode armazenar para um determinado peso, e também reduzir seu custo em 30% a 40%.  Isso ilustra a incerteza quanto à possibilidade da tecnologia de íons de lítio, se levada aos seus limites, ser capaz de fazer carros elétricos realmente competitivos, senão melhores, que os veículos movidos por motores de combustão interna. McKinsey, uma consultora empresarial, calcula que esse tipo de bateria pode ser competitivo até cerca de 2020 mas, como o gráfico abaixo mostra, há ainda muito trabalho a ser feito. Além disso, já estão surgindo os pretendentes ao trono da bateria de íons de lítio.



"Carga elevada" -- Competitividade de diferentes tecnologias automotivas nos EUA, baseada no custo total de propriedade (ou posse) -- Preços nos EUA hoje - [Battery only = apenas com bateria; - Plug-in hybrids = alimentação híbrida; -- Internal-combustion engines = motores a combustão interna; - Fuel price per litre = preço do combustível por litro; - Fuel price per gallon = Preço dpo combustível por galão] - (Ilustração: The Economist - clique na imagem para ampliá-la).

A líder [da concorrência] é provavelmente a bateria lítio-ar, na qual o lítio metálico é oxidado no anodo e reduzido no catodo. Na essência, ela usa o oxigênio da atmosfera como eletrolito. Isto reduz seu peso e significa que sua densidade de energia teoricamente é enorme, e isso é importante. Uma restrição para os carros elétricos é que a gasolina concentra seis vezes mais joules de energia por quilo do que uma bateria pode produzir. Reduzir essa relação tornaria os carros elétricos mais atraentes.  A abordagem lítio-ar tem, consequentemente, gerado muita propaganda e promoção. No entanto, ela tem problemas que demandarão anos para serem resolvidos. As baterias lítio-ar são difíceis de recarregar e são extremamente temperamentais.  A reação química que as aciona não está muito afastada da combustão expontânea, o que as torna altamente inflamáveis -- isto exige sistemas de segurança robustos para impedir que peguem fogo.

Felizmente, os pesquisadores do JCESR têm outras balas na agulha. Uma delas é a bateria de íons polivalente. Um átomo de lítio possui apenas um único elétron disponível para reações químicas. Ao contrário, um átomo de magnésio possui dois de tais elétrons e o átomo de alumínio, três. Teoricamente, diz o Dr. Chamberlain, isso significa que seria possível obter duas ou três vezes mais energia de uma bateria de magnésio ou de alumínio, respectivamente. Embora esses metais não sejam tão leves quanto o lítio (nem tão eletropositivos, usando um jargão químico que é pertinente ao argumento), seus elétrons extras de valência aumentam a quantidade de energia que podem armazenar, empurrando-os então para o front na competição com a gasolina (ou diesel). Eles são também mais baratos e mais seguros que o lítio. Seus íons, no entanto, são difíceis de circular dentro de uma bateria, esta sendo a razão para não terem sido muito usados no passado, e é aí que será necessário pesquisar novos materiais.

Além dos carros elétricos, a segunda transformação que baterias melhores podem trazer é no que é conhecido como armazenamento em larga escala (grid-scale storage). Se isso puder ser feito de maneira suficientemente barata, revolucionará a economia das energias eólica e solar, tornando irrelevante o principal problema dessas fontes que é o fato do vento do vento não soprar sempre e do sol não brilhar sempre. Para esse objetivo, os pesquisadores do Argonne estão trabalhando agora no que é conhecido como baterias de fluxo.

"Vá com o fluxo"

Numa bateria convencional o eletrolito está contido dentro da célula, e serve para transportar os íons entre os eletrodos. A carga da bateria é mantida como energia química potencial nesses eletrodos. Numa bateria de fluxo, a carga é mantida no próprio eletrolito, que é armazenado em um tanque e então bombeado através da célula para o lugar onde as reações químicas ocorrem.  Diferentemente das baterias baseadas em células, as baterias de fluxo podem na verdade ser feitas muito grandes, de modo que podem armazenar grandes quantidades de energia. Daí a ideia de usá-las para coletar a energia adicional, ou em excesso, das turbinas eólicas e dos painéis solares e armazená-la para uso posterior.  Mas, seus eletrolitos dependentes de água limitam seu potencial de uso, por causa da tendência da água em se decompor por eletrólise. Isto limita a tensão em que podem operar. Substituir seus eletrodos aquosos por outros orgânicos eliminaria essa restrição, e os pesquisadores do Argonne estão à busca disso.

Um mundo acionado a bateria eletrificaria então partes da economia que têm sido refratárias a isso, como a de transportes, e estimularia a mudança de combustíveis fósseis caros (e poluidores) para "combustíveis" tais como a luz solar, que é de graça. Como um manifesto para uma revolução isso soa muito bem. A questão é: os revolucionários ganharão, ou o regime antigo prevalecerá?