quinta-feira, 11 de julho de 2013

FAB terá que informar ao Senado todas as viagens de autoridades desde 2002

[Vamos ver se essa lista de viagens na JetFAB anunciada hoje pela Folha será transparente e de acesso livre. Depois que a Folha de S. Paulo denunciou o abuso do presidente da Câmara de Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), usando jatos da FAB para curtir sua vida social, esses dois artistas resolveram "reembolsar" o Tesouro com uma merreca correspondente apenas aos custos das passagens em aviões comerciais nos trajetos por eles voados nas tetas da Viúva. Esses caras continuam fazendo pouco da nossa inteligência, e abusando da paciência da população, não reembolsando também os custos de combustível, dos salários da tripulação, da logística de embarque e desembarque, ou de afretamento de jato idêntico para tais viagens. Como o povão continua pressionando por transparência e fim da corrupção, e a mídia não está tendo outra saída que não a de servir-lhe de caixa de ressonância, o Senado resolveu ter esse lampejo de decência.]

A Força Aérea Brasileira terá 30 dias para informar ao Senado sobre voos realizados por autoridades nos aviões oficiais da Aeronáutica. A Mesa Diretora da Casa aprovou nesta quinta-feira pedido do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) que obriga o Ministério da Defesa, a quem FAB é subordinada, a encaminhar as informações ao Congresso.

No requerimento, o tucano pede que o Ministério da Defesa divulgue quantas viagens foram feitas pelas autoridades públicas desde 2002 em aviões da FAB. O senador também solicita as datas e nomes das autoridades que solicitaram os voos, assim como as rotas cumpridas pelas aeronaves, horários de chegada e partida e nomes de eventuais acompanhantes.

A legislação brasileira determina que, se o ministério não encaminhar as respostas ao Congresso em resposta ao pedido de informações, seu titular Celso Amorim pode responder por crime de responsabilidade.

Em defesa do envio das informações, Nunes disse que a FAB deve melhorar os registros dos voos para enviar com frequência essas informações ao Congresso.  "Quanto mais transparência, melhor. Se alguém viaja por motivo de serviço, divulga na internet. Não há porque guardar nada a sete chaves. Eu já pedi outras vezes e alegaram que não havia mais registros. Conversa. Tem que ter registro daqui para frente para informar rotineiramente aquilo que é feito com dinheiro público".

No requerimento, o tucano critica a ação dos presidentes da Câmara e do Senado, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL) por terem utilizado aeronaves da FAB para viagens de compromissos que não foram aceitos pela opinião pública como oficiais. Nunes apresentou o requerimento motivado pelas viagens de Renan e Alves. 

Decreto em vigor estabelece que as autoridades só podem usar as aeronaves oficiais em casos de segurança e emergência médica, viagens a serviço ou deslocamentos para seus locais de residência permanente. Nunes defende a adoção de regras mais duras inclusive para os deslocamentos residenciais. "Em matéria de voo para residência, deveria se apertar um pouco mais porque para alguns lugares há uma profusão enorme de aviões de carreira e não há necessidade de usar aviões da FAB", disse o tucano.

Casamento

Renan devolveu R$ 32 mil aos cofres públicos relativos ao uso da aeronave oficial no dia 15 de junho entre as cidades de Maceió, Porto Seguro e Brasília para participar doO casamento da filha do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que ocorreu em Trancoso (BA) e reuniu diversas autoridades.

A Folha também revelou que o ministro Garibaldi Alves Filho, da Previdência Social, viajou ao Rio em avião da FAB para ver o jogo do Brasil. No dia 28 de junho, Garibaldi foi a Fortaleza em agenda oficial. Em vez de voltar a Brasília, ele voou para o Rio, onde assistiu à partida no domingo. "Me senti no direito de o avião me deixar onde eu quisesse ficar", afirmou o ministro. 

Garibaldi é primo do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que usou outro avião da FAB para ver o jogo da seleção. A Folha revelou na quarta-feira (3) que Alves levou sete convidados de Natal para o Rio. Glauber Gentil, que foi para o Rio com Garibaldi, pegou carona com Alves para voltar a Natal. [Familiazinha desfrutável esses Alves do Rio Grande do Norte!...]

No mesmo dia, o presidente da Câmara disse que errou ao permitir que sete parentes pegassem carona em um avião da FAB para assistir ao jogo da seleção e devolveu à União R$ 9,7 mil, segundo ele, equivale em bilhetes comerciais à carona dada a parentes em avião oficial. 

Um comentário:

  1. Bem... os voos da FAB já estão na mira da população. No Rio de Janeiro temos ainda os voos de helicóptero do governador, useiro e vezeiro de façanhas invejáveis. Imagino que até Cavendish & malta tenham passeado às nossas custas, rumo a gandaias avassaladoras. Precisamos votar bem melhor e urgentemente.

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