segunda-feira, 24 de junho de 2013

Promotoria denuncia Demóstenes e Cachoeira por corrupção

[Em termos de ação da Justiça (também), o Brasil avacalha todos os ditados. Quem criou os dizeres "a Justiça tarda, mas não falha" e "a Justiça vem a cavalo" é um deslocado da realidade tupiniquim -- aqui a Justiça tarda e frequentemente falha, e não anda a cavalo e sim montada numa lesma preguiçosa pilotada por Rubens Barrichello.  O caso do senador Demóstenes Torres é outro exemplo acachapante disso -- apenas 11 meses depois de ter seu mandato cassado e ter reassumido seu cargo de promotor público (vixe Maria!) em Goiás esse cidadão é denunciado por corrupção pela nossa Justiça vapt-putz, como informa o Estadão de hoje. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

O Ministério Público de Goiás denunciou à Justiça o ex-senador Demóstenes Torres por crimes de corrupção passiva e prática de advocacia administrativa. A acusação formal foi ajuizada nesta segunda-feira. Foram denunciados também por corrupção ativa o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o ex-diretor da Delta Construções, Cláudio Abreu. Demóstenes foi acusado de corrupção em oito tipificações.  "O fundamento das denúncias é que Demóstenes Torres recebeu, por diversas vezes, e em razão da função de senador que ocupava, vantagens indevidas", disse Lauro Machado Nogueira, procurador-geral do MP goiano.

Segundo ele, os crimes de corrupção passiva foram materializados em provas colhidas durante investigação de documentos contidos nos autos do processo do Supremo Tribunal Federal (STF). Os documentos que resultaram na cassação do senador, no ano passado, foram vasculhados por uma equipe de oito promotores de Goiás.

Luxo.  A equipe apurou, por exemplo, que entre junho de 2009 e fevereiro de 2012, na função de senador, Demóstenes recebeu uma lista de vantagens indevidas - incluindo viagens em aviões particulares,vinhos importados de alto valor, eletrodomésticos de luxo, uma cozinha completa importada dos Estados Unidos e dinheiro. Uma das quantias apuradas somou R$ 5,1 milhões, além de repasses menores em valores de R$ 20 mil, R$ 3 mil, e o celular importado para falar com Cachoeira.

O ex-senador também é acusado de cobrar propina do prefeito petista de Anápolis, Antônio Gomide. Em 2011, segundo a Promotoria, Demóstenes ofereceu dinheiro ao prefeito em troca de um contrato com a Construtora Queiroz Galvão.

Para os crimes de corrupção passiva, a pena prevista é de dois a 12 anos de prisão além de multa. O procurador-geral disse que a acusação pede que as penas sejam somadas. A pena prevista para o crime de advocacia administrativa varia de um a três meses de reclusão.

O MP de Goiás também pediu a quebra de sigilo fiscal de Demóstenes e a suspensão cautelar da sua função pública de procurador de Justiça.

No início do mês, uma decisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) manteve o afastamento de Demóstenes por mais 60 dias. Mesmo afastado, o ex-senador mantém o direito a salário de cerca de R$ 26 mil [depois tem neguinho dizendo não saber por que essa gente vai p'ra rua protestar ...]. 

Não foram localizados ou não responderem as ligações, o advogado Nabor Bulhões, defensor de Carlinhos Cachoeira, e Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado de Demóstenes Torres.

Já o procurador-geral afirmou que todos crimes ocorreram no período em que Demóstenes Torres exerceu mandato de senador, pelo DEM de Goiás. Cassado no ano passado, ele está inelegível até 2027.

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