sábado, 15 de junho de 2013

O aumento das passagens de ônibus às vésperas de eventos internacionais, mais um ato asinino de nossas autoridades municipais

Ainda no exterior, vi nas tevês europeias o início das manifestações de rua no Brasil contra os aumentos das passagens de ônibus. Deduzi que, mais uma vez, nossas autoridades  -- eta palavrinha infeliz, em se tratando de Brasil! -- municipais demonstraram que de avaliação estratégica e de timing para decisões estratégicas entendem tanto quanto o NPA domina a Física quântica.

Essa figuras, abjetas em sua esmagadora maioria e com raríssimas exceções, que nos custam caríssimo e exigem de seu Criador um esforço e uma energia hercúleos para mantê-las em posição ereta, não podiam ter escolhido um pior momento para reajustar as passagens dos ônibus. Com as aulas a todo vapor, e às vésperas da Copa das Confederações e da Jornada Mundial da Juventude, mexer agora nesse item tão sensível ao bolso de parcela enorme da população é o mesmo que acender um fósforo para ver se o tanque de combustível está cheio ou vazio. E a coluna de hoje do Ancelmo Gois no Globo -- inegavelmente sempre muito bem informada -- noticia que esse tipo de aumento, geralmente feito em janeiro no período de férias escolares, foi adiado para maio a "pedido" (as aspas são minhas) de Dona Dilma, por causa da inflação.  Resumindo: à incompetência dos prefeitos somou-se a competência asinina da nossa doce ex-guerrilheira. Deu no que está dando.

Essa turma, a raia nanominúscula de nossa intelligentsia em qualquer setor, acha que tecnologia da informação só serve para acessar o site da Playboy e outros mais picantes, e que globalização é expansão internacional da Globo. Com as tevês repletas de manifestações públicas nos quatro cantos do planeta, pelos motivos mais variados mas sempre em defesa de direitos e em protestos contra abusos, só gente da "base" do governo -- do tipo Eduardo Paes (PMDB-RJ) e Fernando Haddad (PT-SP) -- poderia achar que nada semelhante, nem que por simples macaquice, poderia ocorrer no Brasil. É a expansão da filosofia e da visão míopes do NPA et caterva, segundo a qual estamos imunes a tudo que acontece lá fora. Graças a essa concepção, o tsunami da crise mundial que o NPA estupidamente chamou de marola castiga o país há dois anos no governo de sua cria e enteada, Dona Dilma. Que, por sinal, seguindo esse figurino, chama de "alarmista" quem se preocupa com nossa inflação.

Vale  a pena dar uma lida na opinião do respeitado jornalista Juan Arias, do conceituado jornal espanhol El País, publicada no dia 13 deste mês sobre o momento por que passa agora o Brasil com essas manifestações. Ele argumenta que somos um país sem tradição de manifestações públicas, ao contrário de muitos outros países, e torce para que que o que está ocorrendo agora com essas "novas e inéditas" manifestações corresponda à opinião de alguns sociólogos, que consideram isso "um sinal de maturidade cidadã, de tomada de consciência da gente que deseja ser também protagonista e partícipe do crescimento do Brasil e forjador de um futuro menos injusto e democraticamente mais participativo". Não compartilho da opinião de gente que quer nos convencer de que estrume não é o que é, e sim um alter ego da vaca ou do boi. Somos um sanduíche, entre políticos incompetentes e irresponsáveis de um lado e uma massa ignara predominantemente arruaceira e vândala de outro. PT, saudações.

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