quarta-feira, 19 de junho de 2013

Depois da S&P e da Fitch, agora é a Moody's que se mostra desanimada com o Brasil

[Enquanto a doce Dona Dilma continua fazendo caras e bocas em cerimônias públicas e chamando de "terrorista" quem faz alerta sobre a alta da inflação, a economia do país continua ladeira abaixo, em quase banguela. O dólar continua subindo, e quando o Sr. Mantega -- o ministro sui generis que faz suas previsões plantando bananeira, e por isso acha que tudo vai bem -- afirma que "ainda temos muita bala na agulha" para combater a volatilidade cambial, aí é que é hora de ficar muito preocupado. Há duas semanas atrás, a S&P (Standard & Poor's) rebaixou a nota do Brasil. Na semana passada, a Fitch começou o processo de reavaliação do rating do Brasil e a perspectiva é de rebaixamento. Agora, a terceira agência da troika sinistra, a Moody's, acaba de explicitar seu pessimismo com a economia brasileira, como nos informa o jornal Valor Econômico na notícia abaixo. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

O analista sênior da Moody’s, Mauro Leos, afirmou ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, que a agência de classificação de risco está em dúvida se as condições econômicas, financeiras e fiscais do Brasil são suficientes para manter a perspectiva positiva para o rating do país, atualmente em “Baa2”.

A perspectiva positiva indica que uma futura ação da agência em relação à nota de crédito do país será para melhor. A perspectiva negativa, ao contrário, sinaliza que uma mudança futura será para uma nota pior.  “Está cada vez mais difícil manter a perspectiva positiva para o rating do Brasil”, afirmou Leos. O crescimento baixo da economia nos últimos três anos e a tendência de crescimento da relação dívida/PIB, segundo ele, pesam negativamente na avaliação.

“Há expectativa de que, apesar de alguma recuperação, o crescimento será fraco este ano. Será difícil voltar para o patamar de 3%”, afirmou. Segundo ele, a equipe da Moody’s está se perguntando se há problemas nos fundamentos da economia que estão reduzindo o crescimento potencial do Brasil.  “Quando reafirmamos a perspectiva positiva no ano passado, sabíamos que o crescimento seria fraco neste ano, mas atribuíamos isso a fatores cíclicos”, afirmou Leos.

Outro fator negativo na economia brasileira é a questão fiscal, que tem grande peso na nota. “A relação entre dívida e PIB do Brasil, apesar de ser uma das mais altas entre os países com esse rating, vinha caindo. Mas no ano passado ela subiu, o que surpreendeu.” Segundo Leos, há indícios de que a taxa não vai cair e pode até continuar a subir. “Se houver indícios de que a relação dívida/PIB pode cair esse ano, isso pesará a favor da manutenção da perspectiva positiva”, disse. A próxima revisão da perspectiva para o rating do Brasil deve ocorrer nos próximos dois ou três meses, segundo ele.

No início do mês, a Standard & Poor’s rebaixou a perspectiva do rating brasileiro (BBB) de estável para negativa, citando a decepção com a taxa de investimentos, o baixo crescimento e a política fiscal expansionista.
 
[Reproduzo abaixo a tabela dos índices de avaliação das agências de classificação de risco:
 
 
Tabela de ratings das agências de classificação de risco (Inversión = investimento -- Cuestionable = questionável -- Bono basura = junk bond = título "lixo", de alto risco).
 
As agências de classificação de risco -- das quais as principais são a S&P, a Moody's e a Fitch -- são uma excrescência do capitalismo vigente no mundo, com um poder absurdo e praticamente ilimitado. "Bunkers" de conflitos de interesses, elas auditam todo mundo e não são auditadas por ninguém e são pagas por empresas que elas mesmas avaliam. Derrubam economias e países inteiros, geralmente no pior momento deles, com requintes de fazer corar o Marquês de Sade -- e não raramente cometem barbaridades. Interferem na vida até das grandes potências, que as têm atravessadas na garganta. Os EUA abriram processo indenizatório contra a S&P, e a União Europeia manifestou intenção de tentar reduzir seu poder.  Até agora essa troika sinistra permanece absoluta e incólume.]

Um comentário:

  1. Melhor do que a notícia, propriamente dita, é o que se encontra entre colchetes (sem querer bajular).
    É isso mesmo, essas entidades criam fatos e faturam com seus vaticínios sinistros e cobertos de interesse imediatos e particulares. Canalhas, aves de rapina.
    Quanto ao nosso ainda-quase ministro ou arremedo disso..." ainda temos muita bala na agulha"! Correto: Eles, o crime organizado e o desorganizado!

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