No momento em que o país passa por tantos traumas, com tragédias as mais diversas provocadas por chuvas torrenciais, com comoções políticas geradas por políticos safados, com o BBB transformado em jóia da coroa da Globo, etc, é hora de ressuscitar o Barão de Itararé, humorista genial desconhecido pelas novas gerações.
Apparício Torelly, o Barão de Itararé, era gaúcho de Rio Grande, nascido em 29/01/1895. Estudou medicina, sem chegar a terminar o curso, e já era conhecido quando veio para o Rio trabalhar no jornal O Globo. Em 02/01/1926 estréia no jornal A Manhã com a coluna A manhã tem mais ..., assinada com o pseudônimo Apporelly. Em 13/5/1926 abandona o emprego e funda seu próprio jornal, A Manha, um tablóide de circulação nacional. Sempre irreverente, em 1930, com a revolução, se proclama Duque de Itararé, herói da batalha que não houve; semanas depois rebaixa-se a Barão, como prova de modéstia.
Reproduzo a seguir trechos das páginas 27 e 28 do livro Máximas e Mínimas do Barão de Itararé, coletânea organizada por Afonso Félix de Souza publicada pela Distribuidora Record de Serviços de Imprensa - Rio de Janeiro, em 1985. Pode-se verificar que várias delas foram incorporadas ao vocabulário popular, sem que se saiba que seu autor é o Barão de Itararé:
- De onde menos se espera, daí é que não sai nada.
- Quem empresta, adeus ...
- Dize-me com quem andas e te direi se vou contigo.
- Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos.
- Quando pobre come frango, um dos dois está doente.
- Genro é um homem casado com uma mulher cuja mãe se mete em tudo.
- Cleptomaníaco: ladrão rico. Gatuno: cleptomaníaco pobre.
- Quem só fala dos grandes, pequeno fica.
- Os juros são o perfume do capital.
- O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.
- Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados.
- Há seguramente um prazer em ser louco que só os loucos conhecem.
- Tudo seria fácil, não fossem as dificuldades.
- O advogado, segundo Brougham, é um cavalheiro que põe os nossos bens a salvo dos nossos inimigos e os guarda para si.
- Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco se acontecesse com você.
- A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.
- Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.
- Pão, quanto mais quente, mais fresco.
- A promissória é uma questão "de...vida". O pagamento é de morte.
- A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.
- Deus dá peneira a quem não tem farinha.
- Tempo é dinheiro. Vamos, então, fazer a experiência de pagar as nossas dívidas com o tempo.
- O fígado faz muito mal à bebida.
- O homem que se vende recebe sempre mais do que vale.
- A solidez de um negócio se mede pelo seu lucro líquido.
- Que faz o peixe, afinal?... Nada.
- A sombra do branco é igual à do preto.
- Eu cavo, Tu cavas, Ele cava, Nós cavamos, Vós cavais, Eles cavam. Não é bonito, nem rima, mas é profundo ...
- Tudo é relativo: o tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está.
- Nunca desista do seu sonho. Se acabou numa padaria, procure em outra!
- Devo tanto, que se chamar alguém de "meu bem" o banco toma!
- Viva cada dia como se fosse o último. Um dia você acerta ...
Grande Vasco,
ResponderExcluirUma honra o seu convite! Ainda estreei bem com essas do Barão de Itararé.
Bicudo
Boa, Vasco! Senhor frasista... Esse tipo de humor, aliás, realmente faz falta.
ResponderExcluirAbs!