quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Fabricantes de carros americanos reagem contra proposta do governo Obama para veículos mais econômicos

A Aliança dos Fabricantes de Automóveis, dos EUA, está apelando aos recém-empossados congressistas republicanos para que ajudem a indústria a derrubar a proposta de Obama para elevar para 62 milhas/galão (mpg) em 2025 o padrão de consumo de combustível de carros novos -- em 2010 esse valor foi de 22,5 milhas/galão para carros e caminhões leves, segundo projeção da Agência de Proteção Ambiental americana. Aquela Aliança alerta que as 62 mpg, que tem o respaldo do Estado da Califórnia, aumentaria o preço final dos carros em até 6.400 dólares, resultando em uma possível queda de 25% na venda de carros e na perda de 220.000 postos de trabalho na indústria.

Os fabricantes solicitaram igualmente aos Republicanos que examinem atentamente as proposta do governo para aumentar a mistura de etanol na gasolina, para o uso de tecnologia de vídeo para aumentar a visibilidade traseira nos carros, e para o aumento de informações nas janelas. Leia mais. Essa reação dos fabricantes de carros americanos pode ser uma prévia do que certamente enfrentaremos por aqui, se quisermos que os carros aqui fabricados sejam mais eficientes em termos de consumo de combustível.

As consequências do envelhecimento da população

Um artigo da revista The Economist do final de dezembro/2010 sobre as consequências políticas e econômicas do envelhecimento da população americana pode perfeitamente servir de alerta e referência para o que se prevê acontecer no Brasil em futuro não muito remoto.  Diz o artigo que os primeiros dos 78 milhões de americanos nascidos entre 1946 e 1964 chegarão aos 65 anos anos em 2011, a idade normal para aposentadoria. À medida que seu número venha a crescer nos próximos anos, aumentará o custo de financiar sua aposentadoria e o mesmo acontecerá com sua importância eleitoral.

Esses aposentados pressionarão a economia em duas facetas. O número de pessoas registradas no Medicare (atendimento de saúde custeado pelo governo federal, disponível a partir da idade de 65 anos) aumentará de 47 milhões em 2010 para 80 milhões no período de duas décadas. Os filiados à Seguridade Social (fundos de pensão custeados pelo governo federal, disponíveis na idade de 62 a 67 anos, dependendo da sua data de nascimento) passarão de 44 milhões para 73 milhões. O custo desses dois programas crescerá de 8,4% do PIB em 2010 para 11,2% em 2030. Por outro lado, os cidadãos com 65 anos e acima passarão de 17% da população votante em 2010 para 26% por volta de 2035. Andrea Campbell, do MIT - Massachussets Institute of Technology, acredita que a criação da Seguridade Social nos anos 30 e do Medicare nos anos 60 transformou os idosos no grupo etário politicamente mais engajado nos EUA. Os efeitos da reforma da saúde feita por Obama sobre essa população e esse quadro são ainda uma incógnita. Leia mais.

A responsabilidade de Lula nas tragédias ambientais que nos castigam

As repetidas tragédias ambientais que castigam o país, com uma dramaticidade impressionante na Região Serrana do Estado do Rio, revelam mais uma face perversa, irresponsável, demagógica e criminosa do governo de Lula, Nosso Pinóquio Acrobata (NPA). Exatamente um ano depois da tragédia de Angra dos Reis e de outras regiões do país as catástrofes se repetem, evidenciando que o governo federal do NPA não só investiu pouco, como investiu menos do que prometeu na prevenção dessas tragédias. Dos R$ 425 milhões do Programa de Prevenção e Preparação para Desastres em 2010, o Ministério da Integração Nacional só aplicou R$ 167,5 milhões (apenas 39%, incluindo restos a pagar -- despesas de anos anteriores honradas depois). Para conferir isto, basta acessar as Contas Abertas no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo (Siafi).

O rateio das verbas é outra face criminosa e irresponsável do governo do Nosso Pinóquio Acrobata: o Estado do Rio recebeu apenas 0,6% da verba distribuída (usados na capital, em Rio Claro e Volta Redonda). A Região Serrana do Rio recebeu zero de verba! Os R$ 450 mil para obras de prevenção na estrada Cuiabá (Petrópolis) não foram liberados, assim como os R$ 21,7 milhões para obras de pequeno vulto de macrodrenagem em Friburgo. Enquanto isso, o Estado da Bahia recebeu mais de 50% das verbas disponíveis (R$ 84,6 milhões), simplesmente porque o titular do Ministério da Integração Nacional de 2007 a 2010, o Sr. Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), é baiano e pretendia disputar o governo estadual!! É evidente que o Sr. Sérgio Cabral, governador do Estado do Rio, tem enorme parcela de corresponsabilidade nesse dramático cenário porque deixou de defender os interesses do estado, enquanto se perdia em bajulações e salamaleques ao governo federal.


Os projetos do PAC para combate ou prevenção desse tipo de catástrofe somam R$ 760 milhões, mas disto apenas 21% foram aplicados. O rosário de incúrias do governo do Nosso Pinóquio Acrobata só nessa área é interminável, basta acessar os principais jornais do país de hoje.

Fico pensando no que deve estar agora passando na cabeça dos nunca bem explicados 87% que apoiavam o Nosso Pinóquio Acrobata no final de seu governo.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A paranóia americana do porte de armas

Logo em seguida ao massacre de Tucson, no Arizona, fiz duas postagens sobre o assunto: uma no dia 09 deste mês e a outra no dia 11. Como qualquer pessoa de saúde mental normal manifestei, na primeira postagem, meu espanto e minha indignação quanto à indiferença do noticiário com relação ao perigo que é o porte de arma indiscriminado nos EUA. Na segunda postagem mostrei algum alívio, quando vi no dia seguinte, numa mesma edição do Washington Post, dois artigos chamando a atenção para a necessidade urgente de se reexaminar esse assunto nos EUA.

Eis que um artigo publicado na revista Bloomberg de hoje me deixou novamente estarrecido e bestificado: as vendas da pistola Glock -- que custa 499 dólares -- usada no massacre de Tucson simplesmente dobraram no Arizona depois do assassinato em massa!! Dentro da estranha (e, a meu ver, doentia em vários aspectos) sociedade americana, o Arizona consegue ser um caso à parte, para pior: é um dos mais permissivos estados americanos quanto à compra e porte de armas, e um dos mais radicalmente xenófobos -- passou uma lei recente, que está sendo combatida por Obama na Suprema Corte, declarando ilegais e deportáveis os filhos de emigrantes ilegais nascidos nos EUA, contrariando a Constituição americana que garante a cidadania nacional a quem nasce no país. Se você é estrangeiro e for detido por um policial em qualquer cidade do Arizona, simplesmente por ser considerado "suspeito", e estiver sem documento, será deportado! Dá p'ra acreditar?!!

Para preservar o planeta o homem deverá modificar sua alimentação

Para alimentar nove bilhões de pessoas em 2050 os países ricos deverão usar menos carne em suas refeições, para preservar os recursos do planeta segundo relatório de pesquisadores franceses emitido hoje. Fruto de trabalho iniciado em 2006, o relatório "Agrimonde" (Agromundo), ao examinar a questão da subsistência alimentar dos seres humanos no horizonte de 2050 responde a dois cenários: um privilegia o bem-estar imediato e o outro, o desenvolvimento sustentável.  Este último exige uma "verdadeira ruptura", sublinha esse estudo realizado pelo Instituto Nacional da Pesquisa Agronômica (INRA, em francês) e pelo Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD, em francês).

"Está claro que, se todo o planeta comer como se come (hoje), e principalmente tanta carne, a pressão sobre os recursos naturais não será sustentável", diz Sandrine Paillard, responsável pela unidade prospectiva do INRA. Em média, uma pessoa tem 3.000 quilocalorias à sua disposição por dia, mas as disparidades são muito grandes: nos países ricos da OCDE esse número chega a 4.000, e até a 4.500 nos EUA, contra 2.300 na África subsaariana. No cenário baseado no desenvolvimento sustentável, os pesquisadores avaliam que as 3.000 quilocalorias diárias devem ser repartidas de maneira mais equânime no mundo. A ênfase está na diminuição do consumo de carne: só com relação ao consumo de água, por exemplo, enquanto 100 litros são necessários para produzir um quilo de batatas, são exigidos 13.000 litros para um quilo de carne de vaca! Vale a pena ler mais detalhes dessa pesquisa.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Encontrada a que parece ser a mais antiga prova de produção de vinho na Terra

Há uma história na Bíblia que diz que, depois que a arca acomodou-se no Monte Ararat, Noé plantou videiras, fermentou as uvas e ficou bêbado. Agora, talvez não por simples coincidência, em um vilarejo armênio a cerca de 100 km do Monte Ararat cientistas encontraram restos de uma surpreendentemente avançada operação de produção de vinho. Estimado como remontando a 6.000 anos atrás, esse achado é a mais antiga constatação de produção de vinho com uvas de que se tem conhecimento. Exatamente na mesma caverna onde se deu esse achado foi encontrado recentemente o mais antigo mocassin de couro do mundo -- essas descobertas estão levando os especialistas a concluir pela necessidade de reexaminar e aprofundar a avaliação do tipo de civilização que existia na região. Leia mais.

 A foto mostra peças da descoberta acima referida: uma prensa para vinho, à frente de um kit  de identificação arqueológica, e um recipiente para líquidos à direita da prensa. (Gregory Areshian).




Mais um golpe do Nosso Pinóquio Acrobata contra o bolso do contribuinte

No apagar das luzes de seu governo, exatamente no dia 31 de dezembro de 2010, Nosso Pinóquio Acrobata (NPA) decidiu mais uma vez agredir a economia do país -- contribuindo, entre outros aspectos, para aumentar o custo Brasil --  e assaltar o bolso do contribuinte, ao prorrogar até 2035 a RGR - Reserva Global de Reversão, cuja cobrança terminava exatamente nesse dia nos termos da lei 10.438 de 2002.

Essa manobra, de mau caráter ético, político e econômico, foi consumada no melhor estilo lulo-petista: na calada da noite, sem qualquer discussão prévia com a sociedade (tampouco com o Congresso Nacional) e com fundamentação falaciosa. Se aprovada pelo Congresso ela custará a bagatela de R$ 40 bilhões ao consumidor de eletricidade, considerados os valores atuais de arrecadação.

A RGR foi criada em 1957 para cobrir indenizações a empresas, estatais ou privadas, em caso de reversões à União de concessões de energia elétrica, mas nunca foi usada para esse fim. Os recursos bilionários dela resultantes foram sendo redirecionados para iniciativas inteiramente desvinculadas de seu objetivo, como o subsídio aos consumidores de baixa renda, fontes renováveise o programa Luz para Todos. Veja estes e outros detalhes importantes sobre o assunto na entrevista de Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, ao Canal Energia.