segunda-feira, 2 de julho de 2012

Os países campeões na educação

Em que país se passa mais tempo nos bancos escolares? Quais são os melhores países em línguas e matemática? A seguir, um giro pelos países de melhor desempenho em termos de educação.

Carga horária -- Campeã: Itália

Em média, nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), os alunos devem assistir regularmente 6.732 horas de aula entre 7 e 14 anos. Mas, alguns países extrapolam essa média, como no caso da Itália, campeã desse quesito, onde as crianças passam 8.316 horas em classe. Vejam a classificação geral:
Classement des pays selon le volume horaire de l'éducation











 
RangPaysVolume horaire (heures)RangPaysVolume horaire (heures)
1Italie831617Danemark6510
2Australie780618Islande6456
3Israël774619Allemagne6362
4Belgique (F)771020Japon6344
5Pays-Bas770021Grèce6340
6Mexique750022Slovaquie6311
7France743223Norvège6153
8Irlande742524Hongrie6054
9Espagne736425Rep. Tchèque5999
10Luxembourg734426Corée du Sud5933
11Portugal731827Suède5924
12Royaume-Uni725828Russie5835
13Belgique (Fl)701729Slovénie5779
14Turquie685830Finlande5753
15Chili684031Estonie5644
16Autriche678032Pologne4715

Moyenne OCDE6732














 
Source : OCDE, Regards sur l'Education 2011

Duração da escolaridade -- Campeã: Finlândia

"A expectativa de vida escolar" mede a expectativa de escolarização em termos de anos das crianças. Sendo mais claro, ao entrar na escola (a partir de 5 anos de idade) que tempo médio de escolaridade posso esperar seguir?  Obtidas a partir de estatísticas nacionais, as cifras reveladas no relatório "Regards sur l'Education 2011" ("Imagens da Educação em 2011", em tradução livre) da OCDE mostram que existem diferenças relativamente importantes  entre os países da OCDE nessa área. A primeira colocada nesse item foi a Finlandia, com 21,1 anos e a Turquia a última, com 14,2 anos.
Classement des pays de l'OCDE selon l'espérance de vie scolaire










 
RangPays Espérance de vie scolaireRangPaysEspérance de vie scolaire
1Finlande21,118États-Unis17,4
2Nouvelle-Zélande20,319Corée17,3
3Islande20,120Espagne17,2
4Belgique20,121Suisse17,1
5Suède19,921Italie17,1
6Australie19,821Irlande17,1
7Grèce19,624Royaume-Uni16,8
8Portugal1924Autriche16,8
9Danemark1926Canada16,6
10Slovénie18,526Rép. slovaque16,6
11Norvège18,328France16,4
12Pologne18,129Israël15,8
13Pays-Bas17,929Chili15,8
14Estonie17,831Mexique14,7
14Rép. tchèque17,832Turquie14,2
14Allemagne17,8-Japon-

Moyenne OCDE17,8-Luxembourg-
17Hongrie17,7













 
Source : OCDE, Regards sur l'Education 2011

Número de alunos por sala de aula -- Campeão: Luxemburgo

No âmbito da OCDE, a média de crianças por sala de aula no curso primário se situa entre 21 e 22 alunos. Mas, alguns países têm média muito melhor, como é o caso de Luxemburgo: 15,6 alunos por classe. Na China, que não faz parte da OCDE mas tem suas estatísticas analisadas por ela, a média é de mais de 37 alunos por classe no primário. A OCDE enfatiza, no entanto, que o êxito escolar dos alunos não depende diretamente desse número, mas os estudos feitos até o momento nessa área não permitem ainda tirar conclusões coerentes a respeito. Fazer parte de uma classe com número reduzido de alunos pode, no entanto, ajudar alunos desfavorecidos.

Classement des pays selon les effectifs des classes de primaire








 
RangPaysNombre d'élèves par classeRangPaysNombre d'élèves par classe
1Luxembourg15,6 18Hongrie20,7
2Russie16,2 19Espagne21,1
3Grèce17,0 20Allemagne21,7
4Islande17,8 21France22,7
5Estonie18,1 22États-Unis23,3
6Rép. Slovaque18,4 23Australie23,7
7Slovénie18,5 24Irlande24,2
8Pologne18,7 25Royaume-Uni24,5
9Italie18,8 26Brésil25,0
10Autriche18,9 27Turquie25,6
11Danemark19,4 28Argentine26,2
12Suisse19,4 29Indonésie26,4
13Finlande19,8 30Israël27,4
14Mexique19,9 31Japon28,0
15Rép. Tchèque19,9 32Corée28,6
16Belgique (Fr.)20,1 33Chili29,6
17Portugal20,2 34Chine37,1









 
Source : OCDE, Regards sur l'Education 2011

Gastos por aluno por ano -- Campeão: Estados Unidos

A OCDE comparou as despesas por aluno incluindo todos os níveis, do primário ao superior, para os 24 países dos quais recebeu informações.  Para as despesas exclusivamente educativas, excluindo-se o transporte e a cantina, são os Estados Unidos os primeiros colocados, com 12.926 dólares por aluno por ano. Depois deles, apenas a Áustria ultrapassa o patamar de 10.000 dólares.

[Não encontrei números consolidados nessa área sobre o Brasil, mas a OCDE divulgou em 13/9/2011 relatório que aponta que, entre 2000 e 2008, o Brasil foi o país que mais aumentou os gastos por aluno da educação primária até o segundo ciclo da educação secundária (ensino médio). O aumento de 121% foi o maior entre os 30 países que disponibilizaram dados para a entidade.]









Classement des pays selon les dépenses éducatives par élève







 
RangPays Dépenses par élève (US dollars)RangPaysDépenses par élève (US dollars)
1États-Unis1292614Royaume-Uni7395
2Autriche10458
Moyenne de l'OCDE7238
3Pays-Bas960615Israël6387
4Belgique938716Corée6333
5Irlande934817Portugal6130
6Suède877318Rép. tchèque5243
7Espagne833619Pologne4926
8Italie804520Hongrie4311
9Slovénie801821Rép. slovaque3681
10Australie792322Chili3319
11Allemagne784923Mexique2653
12France778824Brésil2395
13Finlande7646










 
Source : OCDE, Regards sur l'Education 2011

Desempenho em matemática -- Campeã: China

Várias regiões chinesas alcançaram as melhores avaliações em matemática, segundo os números  do PISA de 2009 (PISA = sigla em inglês do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes, da OCDE). Shanghai liderou o ranking com 600 pontos, seguida de Cingapura (562 pontos) e Hong-Kong (555 pontos). Essa avaliação da OCDE sobre o desempenho em matemática envolve 65 países e zonas econômicas. Para isso, vários milhares de alunos de 15 anos são avaliados em cada país.  [O Brasil foi o 57° entre os 65, à frente apenas de Colômbia, Albânia, Tunísia, Indonésia, Qatar, Peru, Panamá e Cazaquistão. Na América do Sul, perdemos para o Uruguai (47°) e Argentina (55ª).]








 
Classement des pays selon le niveau de maths






 
RangPaysPerformance (points)RangPaysPerformance (points)
1Shangaï -Chine60034Espagne483
2Singapour56234Italie483
3Hong Kong-Chine55536Lettonie482
4Corée du sud54637Lituanie477
5Taipei -Chine 54338Russie468
6Finlande54139Grèce466
7Liechtenstein53640Coatie460
8Suisse53441Dubaï453
9Japon52942Israël447
10Canada52743Turquie445
11Pays-Bas52644Serbie442
12Macao- Chine52545Azerbaijan431
13Nouvelle -zélande51946Bulgarie428
14Belgique51547Roumanie427
15Australie51447Uruguay427
16Allemagne51349Chili421
17Estonie51250Thaïlande419
18Islande50750Mexique419
19Danemark50352Trinidad et Tobago414
20Slovénie50153Kazakhstan405
21Norvège49854Montenegro403
22France49755Argentine388
22Slovaquie49756Jordanie387
24Autriche49657Brésil386
25Pologne49558Colombie381
26Suède49459Albanie377
27Rép. Tchèque49360Tunisie371
28Royaume-Uni49260Indonesie371
29Hongrie49062Qatar368
30Luxembourg48963Perou365
31Etats-Unis48764Panama360
31Irlande48765Kirghizistan331
31Portugal487









 
Source : PISA 2009, OCDE

Desempenho em inglês -- Campeões: os países da Escandinávia

Nos países escandinavos, domina-se melhor o inglês que no resto da Europa [à exceção da Holanda, que superou a Dinamarca e a Suécia]. Esta é uma das conclusões do estudo realizado pela Education First, uma instituição privada de ensino de idiomas. Segundo seu índice 2011, que compara a competência em inglês em 45 países, foi a Noruega que obteve a melhor nota. [O Brasil foi o 31° dos 45 países, bem atrás da Argentina, que foi a 16ª.]







 
Classement des pays selon le niveau d'anglais





 
RangPays Score (en points)RangPaysScore (en points)
1Norvège69,0923Italie49,05
2Pays-Bas67,9324Espagne49,01
3Danemark66,5825Taïwan48,93
4Suède66,2626Arabie Saoudite48,05
5Finlande61,2527Guatemala47,8
6Autriche58,5828Salvador47,65
7Belgique57,2329Chine47,62
8Allemagne56,6430Inde47,35
9Malaisie55,5431Brésil47,27
10Pologne54,6232Russie45,79
11Suisse54,633Rep. Dominicaine44,91
12Hong-Kong54,4434Indonésie44,78
13Corée du Sud54,1935Pérou44,71
14Japon54,17363Chili44,63
15Portugal53,6273Equateur44,54
16Argentine53,49839Vénézuela44,43
17France53,1640Vietnam44,32
18Mexique51,4841Panama43,62
19Rep. Tchèque51,3142Colombie42,77
20Hongrie50,843Thaïlande39,41
21Slovaquie50,6444Turquie37,66
22Costa Rica49,1545Kazakhstan31,74






 
Source : EF EPI, Index du niveau de compétence en anglais

Conclusão do ensino secundário -- Campeã: Coréia do Sul

A OCDE mediu a proporção de titulares de diploma de segundo grau (curso secundário) em vários segmentos da população. Entre os 25 e 34 anos, é na Coréia do Sul que se encontra o maior número de diplomas: 97,5%.  Observe-se, porém, que esse bom nível de escolarização secundária não é homogêneo no conjunto da população. Na faixa etária dos 55 aos 64 anos, não vão além dos 42,6% os sul-coreanos que dispõem desse diploma. Isto significa, portanto, que houve um esforço educacional no país nos últimos anos do qual as gerações anteriores não se beneficiaram. [Chile (19°) e Brasil (32°) são os únicos países sul-americanos na lista.]






Classement des pays selon la proportion de diplômés du secondaire (chez les 25-34 ans)




 
RangPays Proportion de diplômés (chez les 25-34 ans)RangPays Proportion de diplômés (chez les 25-34 ans)
1Corée du Sud 97,519Chili 85,6
2Slovaquie 94,820France 83,9
3Rép. tchèque 94,221Luxembourg 83,8
4Pologne 93,522Norvège 83,6
4Slovénie 93,523Belgique 83,1
6Canada 92,024Australie 82,9
7Suède 91,225Pays-Bas 82,4
8Russie 91,026Royaume-Uni 81,6
9Finlande 90,4
Moyenne de l'OCDE 81,5
10Suisse 90,027Nouvelle-Zélande 79,3
11Autriche 88,428Grèce 74,9
12États-Unis 88,329Italie 70,3
13Israël 87,430Islande 70,0
14Estonie 86,331Espagne 64,1
15Allemagne 86,032Brésil 52,5
15Hongrie 86,033Portugal 48,2
17Irlande 85,834Mexique 41,9
18Danemark 85,735Turquie 41,6





 
Source : OCDE, Regards sur l'Education 2011

Remuneração de professores -- Campeão: Luxemburgo

Luxemburgo encabeça a lista dos países da OCDE em matéria de remuneração de professores (em relação à França, por exemplo, os professores luxemburguenses ganham o dobro que os franceses).  Com 51.799 dólares por ano (41.265 euros), esse pequeno país é o que melhor remunera o trabalho dos professores. Para essa classificação, tomaram-se em conta os salários dos professores do primário em início de carreira, com uma formação mínima, a fim de que o tratamento pudesse ser comparável de um país para outro.  [É interessante observar que Luxemburgo destacou-se também como o país com salas de aula menos congestionadas de alunos, o que resulta em um binômio extremamente favorável: professores bem pagos em salas de aula "enxutas". -- Observe-se que o Chile é o único país sul-americano no ranking -- os professores brasileiros são pessimamente pagos.]

Le classement des pays selon le salaire des enseignants



 
Rang Pays Salaire (US dollars)RangPaysSalaire (US dollars)
1Luxembourg 51 799-Moyenne OCDE29 767
2Suisse 48 85320Slovénie29 191
3Danemark 46 95021Italie 28 907
4Allemagne 46 44622Islande 28 767
5Espagne 40 89623Japon 27 995
6Pays-Bas 37 97424Grèce 27 951
7États-Unis 36 50225Turquie 25 536
8Irlande 36 43326France 24 006
9Norvège 35 59327Israël18 935
10Australie 34 66428Rép. tchèque 17 705
11Portugal 34 29629Mexique 15 658
12Finlande 32 69230Chili15 612
13Belgique (Fl.) 32 42931Estonie14 881
14Angleterre 32 18932Slovaquie12 139
15Écosse 32 14333Hongrie 12 045
16Belgique (Fr.) 31 54534Pologne 9 186
17Autriche 30 998-Canada -
18Suède 30 648-Nouvelle-Zélande -
19Corée 30 522






 
Source : OCDE, Regards sur l'Education 2011

Menor índice de repetência -- Campeã: Islândia

Os países europeus não adotam a mesma política com relação à repetência. A Comissão Europeia publica as estatísticas dos países membros e de outros países associados [através do artigo original em francês que traduzo nesta postagem, é possível obter em formato "pdf" o documento "A repetência no ensino obrigatório na Europa: regulamentos e estatísticas", emitido pela Eurydice, uma uma rede europeia que colige e difunde informação comparada sobre as políticas e os sistemas educativos europeus, sob a forma de estudos e análises de temas específicos]. Para o ano 2007-2008, para os 20 países que dispõem dessa estatística, a Islândia destacou-se em primeiro lugar com 0,2% de índice de repetência no primário.


Classement des pays selon le taux de redoublement en primaire


 
RangPaysTaux de redoublement
1Islande0,2
2Pologne0,4
3Hongrie1,2
4Italie2,7
5Chypre2,8
6Rep. Tchèque3,5
7Finlande4,1
8Lituanie5,1
9Slovaquie5,3
10Bulgarie6
11Autriche6,1
12Lettonie10,4
13Belgique (Fl.)14,6
14Allemagne15,8
15Estonie16,3
16Luxembourg18,3
17France 19,4
18Belgique (Fr.)21,4
19Liechtenstein23,4
20Portugal28



 
Source : Commission européenne, 2007-2008

Índice de escolaridade -- Campeões: vários países

Vários membros da OCDE lideram a classificação de países por índice de escolaridade. É o caso de Alemanha, Espanha, Grécia, Reino Unido, Suiça e México, que escolarizam 100% de suas crianças em idade de entrar na educação primária, segundo dados compilados pela Unicef.  [Segundo a mesma Unicef, no período 2007-2009 o índice de escolaridade no Brasil na educação primária foi de 95%, mas pelo visto essa taxa não foi mantida em 2011, pois o Chile é o único país sul-americano a constar da lista, exatamente com 95%.]



 
Classement des pays de l'OCDE selon le taux de scolarisation

 
RangPays Taux de scolarisation (primaire)RangPays Taux de scolarisation (primaire)
1Allemagne100%17Estonie97%
1Espagne100%17Irlande97%
1Grèce100%17Israël97%
1Japon100%17Luxembourg97%
1Mexique100%22Finlande96%
1Royaume-Uni100%22Hongrie96%
1Suisse100%22Pologne96%
1Belgique99%22Suède96%
9France99%26Chili95%
9Italie99%26Danemark95%
9Norvège99%26Turquie95%
9Nouvelle-Zélande99%29États-Unis92%
9Pays-Bas99%-Canada-
9Portugal99%-Autriche-
15Islande98%-Corée-
15Slovénie98%-Slovaquie-
17Australie97%-Rép. tchèque-


 
Source : OCDE, Regards sur l'Education 2011

O caso da França

[Como o artigo original é de um site francês, logicamente ele também particulariza cada classificação para o caso da França, o que eliminei da minha tradução.  Mas parte da sua conclusão é interessante, mesmo focando o caso francês, por isso traduzo a seguir esse trecho.]

Infelizmente, a França não aparece no topo da lista dos países campeões na educação. Ainda que não fazendo parte da relação dos piores alunos dos países da OCDE ou dos países europeus, a França fica num nível médio quando se trata, por exemplo, do nível de competência em línguas e matemática.

Entre suas constatações em relação à França, a OCDE registra que "o peso das desigualdades sociais é sempre forte o suficiente para explicar o desempenho mediano dos alunos na idade de 15 anos na França".














 











Vendas de locomotivas em MG são isentas de ICMS

As vendas de locomotivas com potência superior a 3.000 HP, produzidas no Estado de Minas Gerais e destinadas à prestação de serviços de transporte de cargas, estão isentas do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas operações internas e interestaduais.  O benefício foi criado pelo Decreto estadual nº 45.996, publicado no Diário Oficial desta sexta-feira.

A regra constitucional do ICMS prevê o estorno dos créditos do imposto destacado nas aquisições de matérias-primas e produtos intermediários empregados na fabricação de produtos comercializados com a isenção de ICMS.

O decreto autoriza a manutenção destes créditos, desde que o contribuinte solicite regime especial junto ao Fisco mineiro. A empresa deverá assinar um protocolo de intenções comprometendo-se a permanecer no Estado e promover investimentos, para fomentar a economia local.

A norma também torna válidos os créditos indevidamente aproveitados antes da edição do decreto. Porém, caso o contribuinte tenha sido autuado, deverá desistir dos recursos administrativos ou judiciais e assumir o pagamento das custas e dos honorários advocatícios. Não é permitida a devolução de valores eventualmente já recolhidos.

O benefício tem como base o Convênio nº 58, do Conselho de Política Fazendária (Confaz), que reúne os secretários de Fazenda dos Estados brasileiros. O convênio autoriza Minas a conceder a isenção do ICMS nas vendas de locomotivas.

[A história da fabricação de locomotivas no Brasil é um dos piores e, negativamente, mais emblemáticos da industrialização do país. Apesar de suas dimensões continentais, o Brasil tem uma política absolutamente burra e ridícula em matéria de transportes, principalmente de cargas. Há três módulos vitais praticamente inexistentes, de tão inexpressivos na nossa matriz nessa área: o ferroviário, o marítimo (cabotagem) e o fluvial. Continuamos dependendo fortemente no transporte rodoviário, com todos os inconvenientes nele embutidos para nossas condições e apesar da inequívoca necessidade estratégica de uma estrutura de transportes multimodal para evitar problemas graves no escoamento de nossa produção, interna e externamente (sobre o transporte de cargas no Brasil ver, por exemplo, texto sobre transporte rodoviário e TRANSPORTE DE CARGAS NO BRASIL DIAGNÓSTICO e PLA ). 


Por conta da falta de uma política governamental coerente e consistente para o setor ferroviário, o Brasil já viu, da década de 1950 até hoje, inúmeros casos de desaparecimento de fábricas de vagões e locomotivas no país. Vários fabricantes faliram, ou mudaram de ramo de negócios, como: IRFA - Indústrias Reunidas FGerro e Aço; - Villares; -EMAQ; - Mafersa; - Cobrasma; - Fábrica Nacional de Vagões (hoje AmstedMaxion). Até onde pude constatar, a GE é hoje a única fabricante de locomotivas no Brasil e está instalada em Contagem, Minas Gerais, sendo portanto a beneficiária da política de isenção de ICMS relatada acima. A GE (que já fabricou 1.200 locomotivas no país) já produz aqui locomotivas de 4.400 HP, com 5.500 toneladas de capacidade de carga.


Recentemente, fiz postagem sobre a próxima chegada ao Brasil de duas locomotivas de maior potência (7.375 HP) ja fabricadas no mundo (pela suiça Stadler), destinadas ao transporte de contêiners para a Cia. Docas de Santos.]



Vale inaugura usina para produção de óleo de palma no Pará

A Vale deu início ontem ao seu programa de biodiesel ao inaugurar uma usina de produção de óleo de palma (dendê), no município de Moju, no Pará. O projeto da mineradora prevê ainda a construção de uma segunda unidade desse tipo em Acará, e uma planta para transformar o óleo de palma em biodiesel a partir de 2015. O investimento total previsto pela Vale no projeto tocado pela Biopalma, empresa na qual é sócia do Grupo MSP, é de US$ 500 milhões.

O objetivo da mineradora é suprir sua demanda por esse combustível renovável para a utilização do chamado B20, composição de 20% de biodiesel com 80% de diesel comum, em sua frota de locomotivas, máquinas e equipamentos no País. A primeira usina terá capacidade de extração de 120 toneladas/hora de cachos de fruto fresco. Quando estiver instalada a segunda unidade, que, segundo a Vale, será a maior do mundo nesse segmento, o número deve subir para 680 toneladas/hora.

A utilização do biocombustível é um meio encontrado pela Vale para atingir sua meta de reduzir em 5% suas emissões de dióxido de carbono (CO2), que hoje giram em torno de 12 milhões de toneladas por ano, até 2020. "Temos o objetivo de atingir 5% de economia sobre o nível de emissões", disse o presidente da Vale, Murilo Ferreira, acrescentando que essa meta considera as expansões previstas nas atividades.

Óleo e gás. Ferreira ressaltou que o foco da companhia não é energia e que apenas entrará em empreendimentos desse tipo para garantir a execução de sua atividade principal, a mineração. Recentemente, a Vale anunciou a intenção de vender alguns de seus ativos de óleo e gás, mas, ontem, a diretora executiva de Sustentabilidade, Recursos Humanos e Energia da empresa, Vânia Somavilla, revelou que a companhia pode acabar mantendo parte de suas reservas de gás. "No nosso portfólio, temos projetos de gás e petróleo. Estamos revisitando isso de forma que permaneça a nossa estratégia de manter apenas investimentos na área de gás", disse.

Segundo Vânia, a intenção da empresa é permanecer em alguns ativos de gás como investidora para evitar riscos ao seu abastecimento energético. Ferreira afirmou que a decisão sobre o destino dos ativos de óleo e gás será tomada no "momento adequado", sem dar detalhes.

Além dos ativos de óleo e gás no Brasil, a Vale também tem investimentos neste segmento na Argentina. A mineradora admitiu que está preocupada com o processo de estatização da petrolífera YPF pelo governo argentino, antes comandada pela espanhola Repsol. A Vale explora gás na formação de Las Lajas, no país vizinho, por meio de uma joint venture com a YPF.  "Estamos um pouco preocupados com a questão da estatização da YPF", disse o diretor global de Energia da Vale, João Coral. O executivo ressaltou, no entanto, que as operações da joint venture continuam normalmente, apesar do movimento do governo argentino.

domingo, 1 de julho de 2012

Locomotivas mais potentes do mundo chegam ao Brasil em agosto

As locomotivas mais potentes do mundo começam a chegar em agosto para operar no trecho da serra do Mar, em Santos (SP).

Hoje, pela área se transporta principalmente minério. Apenas 60 mil contêineres por ano descem de trem até Santos porque as locomotivas antigas, da década de 1970, estão perdendo a força.  A ideia, com as novas locomotivas, é ir aumentando a quantidade de contêineres transportados por trem, tirando caminhões das estradas.

Segundo a MRS Logística, somente com a operação das locomotivas e uma obra de 12 km de novas linhas que será concluída até o fim do ano, será possível retirar 2.000 caminhões por dia das vias.  Colocados em fila, eles ocupariam 30 km, emitindo CO2 equivalente ao de 35 mil carros de passeio.

O presidente da MRS, Eduardo Parente, afirma que o gargalo para chegar a Santos começa na via Dutra. "Hoje o transporte por trem demora e, por isso, os caminhões são escolhidos". 

As sete locomotivas, compradas por cerca de R$ 130 milhões, carregam, quando usadas em dupla, peso equivalente a 140 elefantes adultos. A força de cada uma equivale à de 84 carros populares. Mas, para carregar cerca de 1,5 milhão de contêineres, como previsto, três novos trechos de ferrovias precisam ser concluídos até 2014. É quando a CPTM passará a usar quase toda a capacidade dos trilhos na região central de São Paulo para transportar passageiros.

Redução nos custos de energia para indústrias está em estudo

O governo está estudando a possibilidade de reduzir os custos de energia para as empresas, segundo segundo Heloísa Menezes, secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério do do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Após participar de reunião promovida pela Conferação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo, a secretária afirmou que tal medida se somaria às demais já adotadas pelo governo para reaquecer a economia.

"O custo de energia é algo muito relevante para as indústrias. Planos de investimento podem ou não ser confirmados em função disso", afirmou, não revelando detalhes sobre quando a redução poderia ser anunciada. Heloísa enfatizou que o governo está mapeando e avaliando medidas adicionais que poderiam ser tomadas.

Para a secretária, a ampliação nas compras governamentais, anunciada nesta semana, é a medida "com maior impacto imediato no investimento". Ela destacou que os incentivos ao investimento se somam aos já fornecidos aos consumo, como estratégia de alavancar o Produto Interno Bruto (PIB). "Não estamos substituindo [o incentivo ao consumo pelo incentivo ao investimento]. Queremos melhorar também o ambiente para o investimento".



O foie gras é proibido na Califórnia

A partir deste domingo, estão oficialmente proibidas na Califórnia a produção e a comercialização de foie gras (gordura de fígado, literalmente), a especialidade francesa reconhecida pela Unesco. A lei -- votada em 2004 -- entra em vigor após uma iniciativa de organizações que se opõem à engorda forçada de gansos e patos. "É um assunto que pode parecer uma anedota, mas que é preciso levar a sério", sublinhou um diplomata francês nesta semana, porque a imagem da nossa gastronomia sofreu um duro golpe. Os profissionais do ramo analisam que recursos podem interpor contra o que chamam de uma nova "proibição" dessa especialidade da França metropolitana reconhecida pela Unesco.

Ainda que os negócios dos produtores do sudoeste da França não tenham um peso muito importante do outro lado do Atlântico, o estado da Califórnia é um "formador/ditador de moda" como destacou Marie-Pierre Pé, delegada geral do Comitê Interprofissional dos Palmídes para Foie Gras (Cifog). O lobby californiano agiu na realidade "pró-forma", segundo ela, porque as exportações de foie gras para os EUA foram praticamente nulas em 2011 por causa de restrições veterinárias e barreiras alfandegárias. Os profissionais do setor acreditam que, enquanto os grandes clientes do foie gras se originam cada vez mais dos países emergentes, a decisão de proibir a venda e o consumo do foie gras não arrefece a paixão de clientes estrangeiros por ele.

O que choca esses profissionais é a proibição de consumo. "Alguns países já proibiram a produção de foie gras, como Grã-Bretanha, Itália, Alemanha ou Israel). A novidade é proibir também o consumo", zomba André Daguin, ex-chef estrelado e ex-dirigente emblemático do sindicato dos hoteleiros e proprietários de restaurantes (UMIH), cuja filha fundou uma empresa comercializadora de foie gras no outro lado do Atlântico.

[Não é a primeira vez que a França enfrenta problemas com o foie gras -- em agosto do ano passado, a maior feira mundial de alimentos, que se realiza periodicamente na Alemanha, proibiu o estande francês de expor e vender foie gras.  O processo de engorda forçada de gansos e patos para a produção desse produto é realmente desumano e revoltante, como se pode ver na foto abaixo, e tem sido a causa da crescente onda contra essa fantástica especiaria. Com esse processo, o fígado dessas aves fica hipertrofiado, o que é indispensável para a obtenção do foie gras.]

Um ganso sendo alimentado à força, e em excesso, para a produção de foie gras em Rocamadour, França -- (Foto: Google).

O Quai d'Orsay (o Itamaraty francês) é alertado

Diante da ira dos criadores [de gansos e patos], o imbróglio chegou ao ministério de Relações Exteriores francês, onde se avaliam os meios de agir desde a votação da lei da Califórnia há praticamente oito anos atrás! [Pelo visto, a inércia em agir e reagir não é mal exclusivo do Itamaraty ...]. O próprio ministro Laurent Fabius afirmou "lamentar a decisão da Califórnia". Os franceses tinham a esperança de modificar a lei californiana a seu favor, baseando-se em um êxito anterior em caso semelhante. Em 2008, o prefeito de Chicago, Richard Daley, realmente anulou uma decisão tomada dois anos antes e voltou a permitir o  foie gras. Em nível regional, o presidente da região de Midi-Pyrénées [a maior região da França metropolitana], Martin Malvy (do Partido Socialista), se revolta com a decisão americana: "Alguém que cria gado com hormônios e cultiva OGM (Organismos Geneticamente Modificados) sem saber os efeitos que isso terá, não pode me dar lições sobre engorda forçada!". Ele convidou, entre outros, Jerry Brown, governador atual da Califórnia -- estado que ainda não aboliu a pena de morte -- a ir descobrir a "realidade dos fatos" em suas terras.

Aos proprietários de restaurantes da Califórnia resta o recurso a artifícios para burlar a proibição. Um artigo da parismatch.com, publicado em 2008, relata que os profissionais que ofereciam pratos do sudoeste francês em seus cardápios tinham resistido, criando o clube da "sopa de tartaruga". Quando um de seus clientes apresentava um cartão desse clube, significava que ele queria degustar foie gras ...


Produção estagnada há 3 anos faz Petrobras criar plano de emergência

A produção nacional de petróleo está estagnada há três anos e desde 2003 a Petrobrás fracassa em atingir as suas metas de extração de petróleo e gás. A origem do problema está na queda de eficiência operacional da Bacia de Campos, a principal do País, responsável pela produção de até 85% do petróleo consumido internamente. O nível de eficiência na bacia caiu de 90% para 70% em três anos, de acordo com diagnóstico reservado da própria Petrobrás.  [Está longe de ser por simples e infeliz coincidência que a Petrobras vive um inferno astral em termos de gestão e eficiência, desde que o PT se aboletou em Brasília e loteou a empresa, primeiro com Lula (o Nosso Pinóquio Acrobata) e agora com Dilma Rousseff. Apesar de manter um nível ainda razoavelmente alto de "petização" da empresa, é preciso reconhecer que, com a indicação de Graça Foster, nossa ex-guerrilheira dá sinais de que pretende dar um freio de arrumação na nossa principal estatal.]

A constatação levou a nova direção da estatal a montar um plano emergencial na tentativa de recuperar os níveis perdidos. Além da queda de eficiência na capacidade de processamento e produção, grandes áreas produtoras da Bacia de Campos, como o Campo de Marlim, passaram a produzir uma quantidade maior de água. É normal, na produção de petróleo, serem extraídos água, óleo e gás. Mas o ideal é uma proporção menor de água. Os técnicos da Petrobrás estão avaliando o que está ocorrendo em Campos. 

A produção de petróleo na bacia, que se estende por cerca de 100 mil quilômetros quadrados, do litoral sul do Espírito Santo ao norte do Estado do Rio, estancou em 2009, quando atingiu 1,69 milhão de barris diários, contra 1,54 milhão no ano anterior. Desde então, esse recorde não foi superado.
A derrocada produtiva em Campos pode ser apontada como uma das causas da crise que atinge a Petrobrás. As metas de produção estipuladas pela estatal não são atingidas há nove anos, em parte porque desabou o índice de eficiência das unidades de Campos.

Incômodo. A queda da eficiência operacional pode ser traduzida da seguinte forma: as unidades da bacia que historicamente produziam até 90% da capacidade passaram a produzir 70%, sem que a petroleira tenha conseguido reverter esse decréscimo ao longo dos últimos anos. O tema incomoda tanto a cúpula da estatal que, ao tomar posse, no início de fevereiro, a presidente Graça Foster determinou como prioridade número um de sua gestão a recuperação da Bacia de Campos.

Foi implementado o Programa de Aumento da Eficiência Operacional (Proef), específico para a bacia. Uma das tarefas do programa é reduzir a produção de água em campos importantes como Marlim Leste e Roncador, dois dos cinco chamados "campos gigantes" da bacia. Sob essa denominação a estatal classifica campos com reservas acima de 1 bilhão de barris.

Em maio, quando foi divulgado o balanço da Petrobrás referente a 2011, os diretores José Formigli (Exploração e Produção) e Almir Barbassa (Finanças) referiram-se em pronunciamentos públicos, teleconferências e entrevistas ao que chamaram de "ineficiência" da companhia e às providências tomadas com o objetivo de reverter esse quadro. 

A presidente Graça voltou a falar na última segunda-feira, em explanação sobre o Plano de Negócios 2012-2016, recém-lançado pela Petrobrás, sobre os problemas da produção em Campos. "É preciso urgentemente que aumentemos a eficiência operacional da Bacia de Campos", disse ela.

A quantidade de óleo extraído na bacia em maio passado (1,67 milhão de barris diários), divulgada pela Petrobrás, confirma a estagnação, justamente no momento em que o País mais precisa de petróleo, por causa do crescimento do consumo no mercado interno e o consequente aumento das importações dos derivados, especialmente gasolina, como forma de evitar o desabastecimento.

1. A produção de petróleo na bacia de Campos estancou em 2009, quando atingiu 1,69 milhão de barris diários, contra 1,54 milhão em 2008. Desde então, esse recorde não foi superado.

2.A queda da eficiência operacional pode ser traduzida da seguinte forma: as unidades da bacia que historicamente produziam até 90% da capacidade passaram a produzir 70%, sem que a petroleira tenha conseguido reverter esse decréscimo.