sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Eike fica com apenas 32% do império que construiu

[O texto abaixo, de Ana Paula Ragazzi, Rodrigo Polito e Marta Nogueira,  foi publicado hoje no jornal Valor Econômico. Conta mais um capítulo da mirabolante história do maior blefe da história empresarial do país, Eike Batista, em quem Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias) apostou alto com o nosso dinheiro, envolvendo pesadamente o BNDES (principalmente este) e a Caixa Econômica Federal em suas aventuras.]

Eike Batista iniciou 2014 como terminou 2013: vendendo participações em empresas para levantar recursos. Em dezembro, vendeu sua fatia na BRIX, bolsa de comercialização de energia, e na semana passada deixou a SIX Semicondutores. Apesar de ter superado o momento agudo da crise em seu grupo, com soluções mais ou menos drásticas, o empresário ainda não conseguiu equacionar seu endividamento e continua vendendo ativos para pagar credores.

A dívida mais relevante no momento é da holding EBX e alcança US$ 1 bilhão. As participações que restaram ao empresário nas companhias abertas OGX, OSX, MMX, CCX, Eneva (ex-MPX), e Prumo (ex-LLX) somam aproximadamente R$ 2 bilhões. No entanto, o Valor apurou que essas ações foram dadas em garantia a bancos credores. O mais provável é que Eike mantenha essas fatias até o vencimento das dívidas, apostando que as empresas vão sair da crise de confiança e ter suas ações valorizadas.

Com relação às empresas listadas, a única operação que resultou em entrada de recursos para Eike foi a venda de participação na então MPX, hoje Eneva, para a sócia E.ON. Eike recebeu R$ 1,4 bilhão em maio - já utilizados para estancar seu endividamento. Em outras companhias, o empresário tem sido diluído, sem conseguir fazer caixa.

Após essa reestruturação das empresas, que buscou afastar Eike do comando, o empresário tem hoje o equivalente a 32% do valor de mercado das seis companhias criadas por ele e listadas em bolsa. Hoje, somadas, elas valem R$ 6 bilhões. Para efeito de comparação, o valor das seis empresas na bolsa, antes de entrarem em crise, chegava a R$ 70 bilhões. Quando alcançou o sétimo lugar na lista dos mais ricos do mundo da revista "Forbes", a fortuna pessoal de Eike foi estimada em US$ 30 bilhões.

Ver também:

Fortuna de Eike encolhe e suas ações valem R$ 2 bilhões na bolsa


O empresário Eike Batista - (Foto: Valor Econômico).










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