quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Azul estuda voos para o exterior

[A notícia abaixo foi publicada ontem no blogue de Marina Gazzoni, do jornal Estadão. A Azul começou a operar em dezembro de 2008, e cinco anos depois é a terceira maior empresa aérea do país, com praticamente 18% do mercado. Com a fusão com a Trip, conta com 126 aeronaves. É a única empresa aérea do país com frota de aviões da Embraer (74 aeronaves,  com um pedido de mais 15 aviões e opção para outros 20).  Por pressão da TAM e da Gol, e a conivência da Anac e da Infraero, ela foi impedida de instalar seu centro de operações em Guarulhos ou Congonhas, o que a obrigou a a instalá-lo em Campinas (Viracopos), o que encarece seus custos operacionais. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

A companhia aérea Azul está se preparando para operar voos internacionais e comprar aviões maiores, apurou o Estado com fontes próximas à empresa. A companhia confirma que mantém estudos para promover uma expansão internacional, mas diz que ainda não há decisões tomadas sobre o projeto.

“Sim, existe a intenção de fazer voo internacional. Essa é nossa visão de longo prazo e não nego que estamos fazendo esse e outros estudos”, disse o diretor de comunicação da Azul, Gianfranco Beting. “Uma companhia que já tem 18% do mercado, 10 mil tripulantes e 140 aviões tem de pensar nos próximos passos. O voo internacional é um próximo passo.” Ele não informou, no entanto, quando a empresa entrará no mercado internacional e quais os destinos prioritários.



(Foto: Estadão)

O projeto de lançar voos internacionais começou a ganhar força dentro da Azul no início de 2012, mas ficou na gaveta após o anúncio da fusão com a Trip, em maio daquele ano, apurou o Estado com fontes próximas à empresa [ver postagem anterior]. Naquela época, a intenção da Azul era começar as rotas internacionais com voos para a América do Sul. A partir de meados de 2012, a integração com a Trip virou prioridade e a companhia tratou de ajustar malha, frota e equipe para aproveitar as sinergias. No último dia 10, a Azul conseguiu aaprovação que faltava para concluir a incorporação da Trip – a empresa fechou um acordo com o sindicato dos pilotos e comissários e poderá integrar a tripulação.

Após a fusão da Trip, a Azul passou a servir 105 destinos no Brasil, mais do que o dobro das líderes TAM e Gol. A empresa entende que já está perto do limite para a expansão do número de destinos no País. “Nas condições atuais, não há muito mais cidades que podem ser servidas (pela Azul). Então, é claro que a gente está de olho em outras oportunidades de crescimento”, disse Beting. Com a conclusão da fusão da Trip, o projeto de lançar voos internacionais ganhou novo fôlego e foi revisado. A prioridade da Azul agora é lançar voos para os Estados Unidos, disseram ao Estado quatro fontes do setor. Uma das possibilidades em estudo é levar os passageiros para Nova York e Fort Lauderdale, na Flórida.

Além de serem destinos requisitados pelos brasileiros, os aeroportos são bases operacionais da Jetblue, companhia fundada por David Neeleman em 1998 – o empresário criou a Azul em dezembro de 2008 e é o atual CEO da empresa. “A parceria dá capilaridade para a Azul distribuir passageiros nos EUA. Neeleman conhece as oportunidades do mercado americano e certamente terá facilidade para negociar um acordo comercial entre as empresas e aprovações com as autoridades do País”, disse uma fonte próxima à Azul.

Aeronave. A entrada da Azul no mercado internacional deve obrigar a companhia a mudar a sua frota. Hoje a empresa voa com jatos da Embraer e turboélices da fabricante francesa ATR, modelos que não têm autonomia para fazer voos de longa distância. A compra de aviões maiores, no entanto, seria uma mudança estratégica para a empresa. A empresa já mantém conversas com as fabricantes Boeing e Airbus sobre a compra de aviões para voos de longa distância. O modelo A330 é um dos mais cotados para o projeto, apurou o Estado.

O diretor de comunicação da Azul confirma que a empresa conversa com fabricantes de aeronaves, mas diz que “pesquisar aviões maiores e menores faz parte dos estudos que a companhia faz desde que nasceu”.

Segundo Beting, a decisão de comprar aviões maiores não está tomada e depende de uma capitalização da Azul. Uma aeronave de grande porte, como um Airbus ou Boeing com 200 a 300 assentos, custa cerca de US$ 300 milhões. “Para fazer encomenda dessas, a empresa tem de estar capitalizada”, diz.  A Azul está tentando se capitalizar por meio de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A companhia já pediu o registro de empresa aberta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e aguarda o aval do órgão. A oferta é estimada pelo mercado em cerca de R$ 1 bilhão. Além do aval da CVM, a abertura de capital da Azul depende das condições da economia. “A empresa só fará o IPO quando e se acreditar que haverá uma oferta de sucesso”, ressalta Beting.

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