sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Quem disse que o povo brasileiro é cordial?

[Vivemos nos enganando e nos iludindo com a falsa imagem de que somos um povo cordial, quando as estatísticas comprovam que somos um dos países mais violentos do mundo chamado de "civilizado". Em reportagem de 10/11, o Globo antecipou dados estarrecedores da 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública que foi divulgada divulgada em 12/11. Mesmo antes desse Anuário, as cifras sobre a violência no Brasil são simplesmente assustadoras e inacreditáveis. Até dezembro de 2011, a violência no país havia matado em 30 anos 1,1 milhão de pessoas! O que é mais assustador é que não há o menor indício de que alguém realmente se preocupe com isso no país, a começar pela própria população. Prova disso é que o assunto morreu na mídia e no governo logo após ser divulgado, mesmo com seus números chocantes. Enquanto a violência rola solta no país e também no Rio, a 19ª Parada do Orgulho LGBT reuniu meio milhão de pessoas (isso mesmo, 500.000) no Rio no domingo 16/11/2014. Enquanto prevalecer essa mentalidade idiota de privilegiar passeatas e manifestações na base da gandaia, continuaremos a ser carne de açougue da bandidagem.]

Um estudo sobre assassinatos no mundo, divulgado em 10/4/2014 pelo Escritório da Nações Unidas sobre Drogas e Crime, em Londres, apontava que o Brasil registrava 11,4% do total de mortes do planeta. Segundo o estudo da ONU , 437 mil pessoas foram mortas em 2012 no mundo; desses, 50.108 foram no Brasil. As maiores taxas de homicídios no planeta estão na América Latina e África.



A ilustração acima não mostra, mas os dados correspondentes relativos a algumas zonas conturbadas no mundo são: Iraque - 8 (homicídios por 100 mil habitantes em 2012 ou no último ano disponível) -- Palestina: 7,4 -- Afeganistão: 6,5 (ver: Homicide counts and rates, time series 2000-2012). Reproduzo a seguir a reportagem citada do Globo.]

Policiais brasileiros matam mais em 5 anos do que americanos em 30

O Globo -- 10/11/2014

Dados da 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgado na terça-feira, mostram que, no período de cinco anos, os policiais brasileiros mataram mais do que os agentes americanos em 30 anos. Nos últimos cinco anos, os policiais brasileiros mataram, em serviço e fora, 11.197 pessoas, uma média de seis por dia. Enquanto nos Estados Unidos, nos últimos 30 anos, foram 11.090 mortos, média de uma pessoa por dia. Na comparação com o ano anterior, houve uma queda no total de mortos por policiais brasileiros, de 2.332 em 2012 para 2.212 em 2013.

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Os dados demonstram que esse problema da letalidade não é uma questão individual do policial, como as autoridades costumam justificar, mas institucional. O Estado precisa dar uma resposta para esse fenômeno", analisa o sociólogo Renato Sérgio de Lima, vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entidade responsável pela elaboração do Anuário.

Na avaliação do especialista, o grande número de vítimas dos policiais é consequência da cultura organizacional das polícias brasileiras e da forma como a violência está sendo enfrentada no Brasil. Lima destaca que os dados de 2012 sobre violência policial foram revisados depois da divulgação do Anuário do ano passado, num sinal de que os governos têm se preocupado com a transparência.

A pesquisa revela ainda que houve um aumento no número de policiais mortos. O total chegou a 490 no ano passado, 43 a mais do que em 2012. Nos últimos cinco anos, desde 2009, foram mortos 1.170 policiais, uma média de 1,34 por dia. O anuário também informa que 75,3% dos policiais foram mortos fora de serviço. O estado onde mais policiais foram mortos, assim como em 2012, foi o Rio de Janeiro (104), seguido por São Paulo (90) e Pará (51).


A 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública será lançada nesta terça-feira. Na edição desta segunda-feira, O GLOBO mostrou que a violência custa ao país o equivalente a R$ 258 bilhões ou 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB).





Mortes policiais em cinco anos -- Evolução da letalidade das corporações e o número de agentes mortos - (Ilustração: Editoriade arte/Folhapress - Fonte: Folha de S. Paulo)


Custo da violência 

Folha de S. Paulo - Rogério Pagnan/Reynaldo Turollo Jr. - 10/11/2014

O custo da violência no Brasil no ano passado foi de R$ 258 bilhões, o que equivale a 5,4% do PIB (Produto Interno Bruto). Com isso, o investimento em segurança pública cresceu 8,65% em relação ao ano anterior. Os dados também fazem parte do levantamento do fórum de segurança pública. Esta é a primeira vez que o anuário inclui dados sobre os custos da violência.

De acordo com os dados divulgados pelo jornal "O Globo", a maior parte do valor gasto em 2013 refere-se à perda de capital humano: R$ 114 bilhões. Também entram na conta dos custos da violência os gastos com contratação de serviços de segurança privada, com seguros contra roubos e furtos, além de custos com o sistema público de saúde.

A soma destas despesas, que chegou a R$ 192 bilhões em 2013 é classificada como "custo social da violência". O valor ainda pode ser maior já que os gastos com pessoas que ficaram inválidas em razão da violência, por exemplo, não entraram no cálculo.

Para completar os dados, ainda há o gasto de R$ 4,9 bilhões para manter as prisões e unidades de cumprimento de medidas socioeducativas e os investimentos governamentais de R$ 61,1 bilhões em segurança pública.

Uma pessoa é morta a cada 10 minutos no Brasil

Sérgio Roxo -- O Globo, 11/11/2014

Uma pessoa é morta a cada 10 minutos no Brasil. Essa é a principal conclusão da oitava edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado ontem. O país teve 53.646 assassinatos em 2013, o que corresponde a uma média de 6,11 pessoas mortas por hora.

Em comparação com o ano anterior, o estudo revela que houve um aumento de 1,1 % no total de mortes violentas, que inclui homicídios, latrocínios (roubo seguido de morte) e lesões corporais seguidas de morte. Em 2012, tinham sido 53.054 ocorrências.


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Os dados são dramáticos porque se somarmos os números de homicídios que ocorreram desde a nos engajamos no processo de democratização, com a constituição de 1988, temos mais de 1 milhão de homicídios no Brasil em 26 anos. Isso é quatro vezes o que ocorreu no conflito do Vietnã que também durou cerca de duas décadas", afirma Oscar Vilhena, professor da Faculdade de Direito da FGV.


Para Vilhena, os problemas decorrentes da violência foram colocados em segundo plano no país. "
A segurança pública talvez seja a área que menos atenção recebeu nestes 25 anos de democracia".

O estudo também constata que 68% das vítimas de homicídios no país em 2013 eram negras ou pardas. O Anuário, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que o pais teve 25,2 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes no ano passado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera epidemia quando a taxa ultrapassa 10. Em 2012, o número havia sido de 25,9 mortes por 100 mil habitantes, o que indica redução de 2,6% causada pelo aumento da população.

Proporcionalmente ao número de habitantes, Alagoas foi o estado com mais assassinatos registrados no ano passado, com taxa de 67,5 por grupo de 100 mil habitantes (no ano anterior era 67,8). O Rio teve aumento de mortes violentas em 2013. O total de assassinatos passou de 4.241 para 4.928. Se considerada a taxa por grupo de 100 mil habitantes, o índice de assassinatos do Rio passou de 26,1 para 30,1, o que colocou o estado na 11ª posição no ranking nacional.

Ao todo, 15 das 27 unidades da federação conseguiram reduzir o índice em 2013 na comparação com o ano anterior. São Paulo é o estado com a menor taxa proporcional de assassinatos: 11,7. O estado teve queda de 12% no índice.


O Rio Grande do Norte foi o estado com o maior crescimento de assassinatos, com uma elevação de 102,4%. A taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes passou de 12 para 24,3. Já o Paraná foi o estado que mais reduziu as ocorrências em 2013, com o índice por 100 mil habitantes passando de 31,1 para 24,5.


Durante a apresentação do Anuário, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública apresentou uma meta de redução dos homicídios no país de 65,5% até 2030. A expectativa é que a queda anual dos índices seja de 5,7% ao ano, o dobro do esperado como média mundial. A projeção apresentada tem como base as quedas de assassinatos registradas nos últimos anos nos estados de São Paulo, Pernambuco, Rio e Minas.

2 comentários:

  1. Recebido por email de Koji Fujita em 30/11:

    A razão é histórica. O Brasil nasceu da violência de espoliação de povos, e da corrupção dos seus governantes.
    Li outro dia, nesta mesma página, que Tomé de Souza teria sido o maior corrupto da História do Brasil, que quase teria quebrado o Tesouro do Reino de Portugal... Verdade ou exagero, a coisa começa por aí. Existe, e como existe!, o karma coletivo dos povos. Impossível imaginar que alguém tenha sido assassinado em Nepal ou Tibete. Pelo menos, nunca se ouviu falar. A questão é mais profunda. Envolve História, Religião, Igrejas, Filosofias, cujas raízes remontam a Idade Média Ocidental. A violência não é só a brasileira. Veja a situação dos EUA. Da Europa. O holocausto se desenrolou lá, nas barbas das vetustas instituições religiosas, que diziam representar o Amor e Compaixão. Foi nessa mesma Europa, cuja cultura impregna quase todas as demais (com exceção da Ásia budista), que produziu uma das mais trágicas , impiedosas e anti-humanas filosofias que o homem já produziu no mundo: o Racismo, pai do nazismo, do eugenismo, do colonialismo justificado, do darwinismo social, e o Materialismo Histórico, pai da luta de classes, que matou 70 milhões de pessoas, só na Rússia e na China...
    Porém, essa mesma Europa produziu a medicina moderna, a genética, a cura de milhões, a ciência em todos
    os sentidos, aliviando as dores de bilhões de criaturas humanas e animais... A minha visão é o ecumenismo cultural da Humanidade: A conjunção da Ciência e Tecnologia de origem Ocidental e do Espiritualismo de origem Budista e Taoista de origem Oriental, para partirmos para a Cultura Quântica Universal, a redenção da Humanidade!

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  2. O BRASILEIRO REALMENTE NÃO É CORDIAL ,MAS PIOR COMO CHEGAMOS A ESSA SÉCULO XXI COM UMA REALIDADE NUA E CRUA DE QUE É UM POVINHO SEM EIRA NEM BEIRA ...UMA SUB RAÇA QUE VAI SE TORNANDO A CADA DIA MAIS PEÇONHENTO E PERIGOSO DEVIDO A COVARDIA INERTE A UMA SUB RAÇA !!! TRISTE !!!

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