terça-feira, 19 de agosto de 2014

A hora é de muita dor, mas não se pode perder o bom senso

A trágica, prematura e inaceitável morte de Eduardo Campos aos 49 anos foi desses acontecimentos que nos fazem duvidar profundamente de qualquer tipo de justiça. Perdeu-se estupidamente uma alternativa democrática que merecia o desafio das urnas em outubro próximo, por maiores que fossem seus defeitos  -- e vários certamente existiam. O momento é de perplexidade e de muita dor, para o país todo mas especialmente para a família de Eduardo e para o mundo político que orbitava em torno dele.

Apesar de alguns arremedos de sobriedade e dignidade de alguns poucos políticos, a verdade é que o corpo de Eduardo sequer havia sido identificado e podia se ouvir ao fundo o som rouco e desagradável das disputas políticas em torno de quem o substituiria na disputa presidencial. Eduardo morreu no dia 13 de agosto, e há relatos -- sempre desmentidos de pés juntos -- de que já no dia seguinte a própria Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saia) e o NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) ligaram para o presidente em exercício do PSB , Roberto Amaral, para tentar rachar o partido. O NPA agiu ativamente para que o PSB não mais lançasse candidato próprio -- também nesse tipo de pressão e jogo rasteiros ele é craque. E Roberto Amaral, ex-ministro do NPA, é pau-mandado de seu ex-chefe petralha, por ele o PSB estaria pendurado no saco do PT.

Sem a habilidade política de Eduardo, os pessebistas e os partidários de Marina Silva mostraram suas garras e seus instintos desagradáveis. Mesmo com todo o esforço de Eduardo, o PSB e o Rede Sustentabilidade -- do qual Marina é o único símbolo -- nunca deixaram de demonstrar que se combinavam como água e azeite, no recipiente da candidatura de Eduardo.

Marina Silva é uma mala sem alça, um blefe. Foi péssima ministra do Meio Ambiente, cargo que ocupou durante cinco anos no governo do NPA. É frágil na aparência, no conteúdo e no agir. Sua rapidez de raciocínio, de decisão e de ação é a de uma lesma entrevada. Com sua aparência de zumbi de saúde precária, busca compensar sua exígua e paupérrima experiência executiva com ar e trejeitos místicos absolutamente ridículos e anacrônicos. Sua capacidade de domar o Brasil caquético e atolado em problemas seríssimos de 2015 em diante é simples e absolutamente zero. Mas, num país que adora vítimas, pessoas com olheiras oscilando entre o vampirismo e o misticismo, pessoas que requerem um decodificador para que se entenda o que dizem, ou pessoas que parecem em permanente transe incorporando um caboclo qualquer Marina é um prato feito.

Mortes prematuras e trágicas têm o dom de canonizar suas vítimas. De repente, Eduardo Campos virou o modelo dos políticos, o suprassumo da correção política, embora tivesse um monte de furos e explicações para dar. Levou 11 anos para descobrir que o PT governa errado o país, mesmo tendo sido por ano e meio (jan/2004 a julho/2005) ministro da Ciência e Tecnologia do NPA -- só em setembro/2013 ele se desgarrou da petralhada. Pregava um jeito "novo" de governar, mas administrava Pernambuco ao estilo petista, com uma colcha de retalhos de 14 partidos entre os quais distribuiu cargos e sinecuras, e tinha entre seus aliados o incrível Inocêncio de Oliveira, cujo partido controlava a secretaria de Turismo do estado e o porto de Recife. Enfim, em matéria de costura e cacoetes políticos a lesma lerda que o NPA e Dilma NPS.

No calor do trauma e da emoção da perda de Eduardo Campos, aventa-se a hipótese -- defendida e alimentada por Roberto Amaral, o pau-mandado do NPA -- de que sua viúva Renata Campos seja a vice de Marina na chapa do PSB para outubro. Independente das dúvidas jurídicas que cercam a possibilidade constitucional de Renata se candidatar, a simples discussão dessa hipótese não tem pé nem cabeça, e só pode resultar de um momento de trauma em que a emoção ofusca a razão. Marina Silva aparenta uma fragilidade física tão forte e ostensiva, que é imensa a chance de se ter seu vice ocupando qualquer cargo eletivo que ela venha ocupar, o que exige um cuidado redobrado na escolha desse vice -- do ponto de vista tanto da competência, quanto da saúde, fora os demais requisitos constitucionais. Renata Campos é funcionária do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) e mãe de uma criança de 7 meses com síndrome de Down. Não tem currículo nenhum, nem parece dispor de tempo e condições de tranquilidade para eventualmente assumir a vice-presidência de um país problemático e seriamente baleado como o Brasil, sob a chefia de uma pessoa com o vazio de competência de Marina Silva.  É preciso deixar a emoção e a demagogia de lado, e encarar com as devidas e indispensáveis seriedade e frieza o desafio de escolher quem tem efetivamente condições de resgatar e dirigir, a partir de 2015, o Brasil desfigurado e altamente fragilizado por obra e desgraça de  Dilma NPS.


2 comentários:

  1. Muito prepotente em seu comentário, será que o melhor seria ele -Vasco

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  2. Comentário recebido por email:

    Esta matéria pode incomodar almas sensíveis , mas é de dolorosa verdade.
    Augusto Ribeiro

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