domingo, 3 de agosto de 2014

O terrorismo petista contra o Santander e quem mais do mercado financeiro ousar criticar o governo

Ao longo do governo de Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saia), e principalmente em 2014, o que mais se viu e se vê na mídia em geral -- escrita, falada e televisada -- foram e são notícias da queda de confiança do consumidor no governo da madame e a imediata alta na Bolsa com a baixa de sua popularidade. Não precisa nem incomodar Freud p'ra explicar isso, trata-se do óbvio ululante. Em julho, essa confiança -- medida pelo Índice Nacional de Expectativa (Inec) da Confederação Nacional da Indústria (CNI) -- aumentou 3% em julho na comparação com junho, chegando aos 109,5 pontos. Apesar da melhora, a CNI alerta que a confiança dos brasileiros ainda é baixa. O índice deste mês é 0,5% inferior ao de julho do ano passado. De março para abril o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV - Fundação Getulio Vargas atingiu o menor nível desde maio de 2009 -- quem noticiou isto, entre outras empresas e jornais, foi a EBC - Agência Brasil, uma empresa estatal.

O reflexo positivo na Bolsa com a queda de popularidade de Dilma NPS foi mais expressivo em março deste ano, quando as ações de estatais como Petrobras e Eletrobras subiram até 10% com a perda de popularidade da madame. Essas duas estatais estão sendo dizimadas pelo governo de Dilma NPS -- nada mais natural que os investidores expressem sua esperança de que com a derrota da madame essas empresas se recuperem. Até aí morreu Neves. Nesse mesmo mês, o jornal Estadão publicou a reportagem "Por que a bolsa sobe quando Dilma cai".

Em 05/7/2014 o analista Chris Garman, do Eurasia Group, escreveu sobre as expectativas do mercado quanto às eleições de outubro: "What we're probably going to get is a further market rally in the expectation that the opposition wins. They are going to overshoot her vulnerabilities and overshoot the probability of an election victory. They will get disappointed when she wins in the secound round" ("O que provavelmente teremos será uma recuperação adicional do mercado, na expectativa de que a oposição ganhe. Eles irão além das vulnerabilidades dela [Dilma] e da probabilidade de uma vitória eleitoral. Eles ficarão desapontados se ela ganhar no segundo turno").

Em 07/5/2014, a Bloomberg escreveu: "The Ibovespa (IBOV) entered a bull market, completing a 20 percent rally from its March low, on speculation Brazil’s President Dilma Rousseff will be voted out of office after overseeing faltering economic growth" ("o Ibovespa entrou em em mercado ascendente/de alta, completando uma recuperação de 20% em relação à sua baixa de março, na suposição de que a presidente Dilma Rousseff   será derrotada após gerir uma economia vacilante".

A revista Veja que está nas bancas publica declarações de mesmo teor do Goldman Sachs, da corretora Nomura e do Oxford Economics. Todos esse pessoal exerceu seu direito e seu dever de informar seus clientes sobre as perspectivas da economia brasileira face ao cenário visível para a eleição presidencial de outubro. O mundo não veio abaixo e o governo encaixou isso sem chiar, agindo corretamente -- houve o blá-blá-blá de sempre da ex-guerrilheira contra os "pessimistas de plantão", mas não houve puxão de orelha público nem ameaça de retaliação contra nenhuma dessas empresas.

De repente, houve uma comoção nas hostes petistas, com choro, ranger de dentes e babas de raiva de Dilma NPS, do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) e Rui Falcão (presidente do PT), todos espumando apopléticos com um informe orientativo do Santander na semana passada para seus clientes com renda mensal acima de R$ 10 mil. Eis a nota do Santander:



Houve uma histeria coletiva. Rui Falcão disse que o comunicado do Santander foi "terrorismo eleitoral". O NPA, com sua proverbial educação de lupanar, disse que a analista do banco que escreveu a análise "não entende porra nenhuma de Brasil". Cada um no seu estilo usou seu direito democrático de expressão. A coisa começou a azedar e descambou para o terrorismo de Estado quando Dilma NPS se manifestou, classificando o episódio como “inadmissível, e dizendo que estudava as providencias a tomar e que teria uma resposta bem clara sobre o banco. Aí, a democracia foi p'ro espaço e a insanidade dominou o cenário.

O PT, a petralhada, Dilma NPS e o NPA são tolerantes e compreensivos e convivem maravilhosamente bem com mensalões, mensaleiros, escândalos da Petrobras, ministros corruptos, ditaduras regionais e de outras plagas, manobras contábeis para enganar contribuintes, eleitores e investidores, e outros que tais de baixo coturno, mas ficam possessos com críticas -- especialmente quando lógicas e botam dedo em feridas. As máquinas do Estado e do PT caíram de pau no Santander, sua diretoria foi humilhada publicamente pelo Planalto, pelo partido e pelo NPA, e o banco foi obrigado a demitir a analista autora do comunicado e a pedir desculpas publicamente. Um show da "democracia petista". Dilma NPS, o NPA e o partido dos trabalhadores forçaram a demissão de um trabalhador que exerceu correta e honestamente suas funções. Os pitbulls da petralhada e do Planalto continuam rosnando, e o Santander deve estar ainda sob enorme pressão.

A melhor definição sobre essa palhaçada veio de Delfim NettoNo próximo Canal Livre a ser exibido pela Band, Delfim crava: “O que o banco escreveu é bobagem, mas suas consequências, não. A partir da politização do caso pelo governo e da demissão pelo banco do analista que produziu o relatório, ninguém mais vai acreditar em qualquer informe de banco sobre a economia brasileira”. Bingo. Ótima também é a charge da Tribuna da Imprensa:



Muito apropriadamente, a mesma Tribuna da Imprensa ressalta que "o governo ameaçar usar a máquina porque não gostou da opinião não só é ilegal como é perigoso. Ao contrário do que disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, desproporcional não é perder de 7 a 1. É usar a mão pesada do Estado por não aceitar o contraditório".

Na esteira do escandaloso cerceamento do Santander, o governo e o PT dirigiram em seguida seus canhões contra a consultora de investimentos Empiricus Research, que prevê "futuro sombrio" para a economia brasileira caso Dilma NPS se reeleja. Na mesma sexta-feira em que toda a artilharia petralha foi descarregada contra o Santander, o PT silenciosamente protocolou uma representação contra a consultoria de investimentos Empiricus Research no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A justificativa foi a mesma que a usada pelo presidente do PT, Rui Falcão, para recriminar o banco Santander na sexta-feira: "terrorismo eleitoral". Ou, de forma mais sofisticada, "fazer manifestações que interfiram na decisão de voto"Em entrevista à Veja, o autor dos textos, Felipe Miranda, afirmou que a medida não intimidará seu trabalho. "O que já vínhamos falando aos nossos clientes sobre a gestão do governo e a condução da política econômica só piorou com esse cerceamento. Mas vamos continuar atuando da mesma forma. Não tenho rabo preso e sou pago pelos meus clientes para falar o que penso", afirma. 

Dilma NPS, o NPA e a petralhada se aborreceram com a previsão -- correta, por sinal -- de uma simples analista de um banco, mas engolem, aceitam e estimulam há 8 anos as previsões erradas e idiotas de Guido Mantega, como assinala Elio Gaspari em sua coluna de hoje. Aliás, esse cidadão Mantega só diz besteiras desde 1994, quando esculhambou o Plano Real chamando-o de "jogo de aparências".

Vale a pena ler também o artigo de Guilherme Fiuza no Globo de 02/8: Os abutres do bem. Como ele bem diz, nossa democracia petralha está cada vez mais bolivariana.





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