Bom Lero: Tiébélé, uma vila africana em que as casas são obras de arte

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Tiébélé, uma vila africana em que as casas são obras de arte

[A África é um continente surpreendente, de uma riqueza cultural fantástica, berço da humanidade, mas impiedosamente explorado pelos países mais ricos do planeta e absolutamente desamparado em termos sócio-políticos. Mas não cansa de nos brindar com exemplos admiráveis de tradição cultural, como a relatada abaixo pelo Globo. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

Moradores de vila isolada na África pintam as paredes de suas residências
Foto: Leblogabobo

Casas da vila de Tiébélé, em Burkina Faso, oeste da África (clique na imagem para ampliá-la) - (Foto: Leboglabobo)

Lembra-se quando você era pequeno e seus pais diziam para não rabiscar as paredes? É porque você não nasceu na pequena vila chamada Tiébélé, localizada no oeste da África [essa vila está situada em Burkina Faso (antigo Alto Volta), um país do oeste africano cuja capital é Uagadugu]. Nesta comunidade, que fica próxima a Gana, os moradores decoram suas casas com pinturas nas paredes de barro, misturando cultura, arte e design.

A comunidade tem uma área de 1,2 hectares e ali vive, praticamente isolado do mundo, o povo Kassena, um dos mais antigos grupos étnicos da região. Portanto, mais do que enfeitar, pintar é uma forma que eles encontraram de imprimir a sua cultura. [O povo Kassena habita também o norte de Gana, onde se vê também o mesmo tipo de casario existente em Tiébélé.]

Os desenhos têm significados e personalizam as casas, embora algumas sejam habitadas por cadáveres (clique na imagem para ampliá-la) - (Foto: Rita Willaert)

Segundo o site When on Earth [ver aqui], as pinturas são feitas pelas mulheres da vila, uma vez por ano. Quando isso acontece, é um grande evento. Além da parte visual e cultural, a tinta e o verniz ajudam a proteger a casa contra a chuva. Mas não são meros desenhos. Cada um tem seu significado e cada casa, um padrão, o que confere a identidade de quem a habita — apesar de que algumas são mausoléus, onde ficam apenas cadáveres.

A fotógrafa Rita Willaert e o blog Leblogabobo são dois exemplos dos poucos que conseguiram contato com a vila. De acordo com o blog, os interiores das casas são mais simples, com portas e janelas pequenas e poucos utensílios, como potes e braseiros na cozinha.

[As fotos a seguir são do site When on Earth -- clique nas imagens para ampliá-las.