segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Criança diz cada uma! (2)

Para ficar mais próximo do espírito natalino, deixando momentaneamente de lado os problemas e mazelas que o país enfrenta, faço mais esta postagem sobre frases e definições infantis dando sequência à postagem anterior feita em novembro. Desta feita, a fonte foi o livro "Criança é isso aí", também de Pedro Bloch (Bloch Educação, 1980).

Conosco

Um dia, Ana Paula, de três anos, estava passeando com a mamãe quando percebeu que um cachorrinho do vizinho as estava seguindo.  "Eu acho, mamãe, que o cachorrinho vem passear com nós", disse ela. E a mãe corrigiu: "Não é com nós, meu bem. É conosco". E a pequenina: "Pois é. Olha o "conosco" passeando com nós".
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Zebu

Samuelzinho, de quatro anos, estava passeando com os pais no litoral de Santa Catarina, quando vê um boi zebu e, mais que depressa, se vira e comenta: "Pai, eu vi uma vaca mulher esperando um nenenzinho nas costas".
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Luciana

O irmão da menina estava furioso e explodiu: "Se continuar me provocando te enfio a mão na cara!". - "Tá certo", se conforma ela, "mas se me enfiar na boca, eu mordo".
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Velhice

Luciana não tem a menor dúvida em definir a velhice: "Velho é uma pessoa que já não gosta de sorvete, não gosta de pipoca, não gosta de chuva e não gosta de barulho". E conclui sabiamente: "E não gosta de ser velho".
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O mistério

Gustavo tem os três anos mais curtidos do universo. Quer sempre resolver os milagres da natureza, os mistérios do mundo, com perguntas que não estão em sua faixa de idade. Outro dia, ficou muito intrigado com uma coisa. "Em que é que vocês está pensando tanto, Gustavinho?". -- "Uma coisa aqui". -- "Que coisa?". -- E ele, perplexo: "Mamãe, quando você era bebê, quem é que era a minha mãe?".
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A lua de mel

Quando Yarany, de quatro anos, soube que a professora tinha partido para uma lua de mel, perguntou: "E ela não vai chegar toda mordida?". -- "Mordida porquê?". -- "Nessa lua de mel não tem abelha?".
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O bangue-bangue

Estavam brincando e André ameaça: "Lucinho, eu vou te matar". -- "Não pode", protesta o outro. -- "Não pode porquê?", pergunta André. -- "Porque se você me matar, seu bobo, eu morro".
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Carolina

De três anos, sentou feliz da vida na parte rasa da piscina e avisou: "Mamãe, aqui dá pé pro bumbum!".
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A dúvida

Adriana, com três anos, olhou bem a mãe que sempre a deixava em algum lugar quando precisava sair, e perguntou: "Mamãe, onde você me deixou quando saiu pra casar?".
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O pé do Fabinho

Fábio estava com febre e pediu: "Mamãe, coça o meu pezinho?". -- Ela o satisfez. Coçou o peito do pé. A reclamação veio em seguida: "Não é aí não, mãe! É no queixinho dele! (calcanhar)".
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Explicação

De Marcela: "Tou chorando, não! Os olhos é que estão chovendo".
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O amor

"Vem cá, Renatinho", disse a mãe. "Vou te contar um segredo". O pirralho, que ainda não tem quatro anos, se aproximou curioso e ela lhe falou ao ouvido: "Eu te amo". -- "Ora, mamãe! E isso é segredo? Todo mundo sabe, até eu!".
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Sono e a festa

Cristina, com dois anos e meio, ao ouvir a história do Urubu e a Festa no Céu, com o sapo que não podia ir porque não tinha asas, comentou: "Sapo bobo, né mãe? Por que não foi de avião?".  E já com muito sono, cabeceando de cansaço, se espreguiçou, bocejou e soltou "Que saudade de dormir!".
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Xingamento

Quando Ana Lúcia e Julinha brigaram, a coisa ameaçou ficar feia, pois a certa altura Julinha berrou: "Ana, vai amolar a sua vó".  A menina se escandaliza: "Xingando a vovó, é? Ela também é sua vó". E Julinha se justificando: "Mas eu só xinguei a sua parte".
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A reza

Anderson, vindo da igreja com muito sono, não rezou antes de dormir. A avó reclamou e ele explica: "Já rezei na igreja, vó!". -- "Rezou o quê, menino?". -- "Falei pra Jesus que vou tirar ele da cruz!".
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Aninha se perdeu

Aninha foi a uma feira e se perdeu. Foi aquela confusão. Até que, finalmente, foi encontrada. Quando chegou o outro sábado, com a maior calma foi logo dizendo: "Agora, só quero ver se vocês vão me perder de novo!".
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Aurinha

Aurinha não tem nem idade de dizer tudo o que diz. Mas, lidando com tanta criança com problema de voz e fala, já estou acostumado a surpresas constantes. Pergunto à pequena: "Você está bem, meu amor?". -- "Estou", responde. E esclarece, para não deixar dúvidas: "Estou quase linda".
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O disco

Marcinha diz para a tia: "A senhora tem que parar de ouvir esse disco a toda hora. Se a senhora rodar ele mais uma vez, ele acaba ficando rouco".
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O bumbum

Quando Artur Henrique, brincando com a tia grávida, fingiu que ia bater na barriga dela, ouviu-a dizer: "Não faça isso, aí dentro tem um neném". Imediatamente ele quis saber: "Bato no bumbum dele. Fica de que lado?".
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Juramento

Cora a Laura: "Juro que quase nunca mais eu digo mentira".
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A descoberta

O menino sentiu um estalo na inteligência, que não era de se jogar fora: "Mamãe, eu já descobri pra que é que serve mãe". -- "Descobriu, filho?", fez a moça muito ingenuamente. -- "Descobri". E implacavelmente, vingando-se da recusa do sorvete: "Mãe só serve pra encher".
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Mãe faladeira

Ana Cristina ouvia sua mãe falar, falar, falar, reclamar, reclamar, reclamar e não teve a menor dúvida: "Mamãe, se você continua falando assim sua pilha acaba, hem?".
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A pergunta

O Arthur quer sempre saber de tudo: "Vovó tá no céu, né? E a Quica?". -- "Também". -- "E elas não caem?". -- E explicando para uma visita: "Essa máquina de costura é da vó, que foi pro céu e esqueceu ela aqui".
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Roupa suja

A lavadeira Ana reclamou da pequenina Larissa: "Isto lá é roupa que uma mocinha como você apresente?"-- "Que é que tem minha roupa?", estranha a pequena. -- "Olha como está suja, garota!". -- A pirralha até acha graça: "Você é lavadeira de roupa suja ou de roupa limpa?".
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