quarta-feira, 11 de maio de 2016

O fantástico Museu do Cais Branly, em Paris (I): Oceania


O Musée du Quai Branly (Museu do Cais Branly) é mais um fantástico museu da incrível Paris. Para esta postagem utilizei o catálogo do museu, a Wikipédia e o Google.

Segundo Jacques Chirac, presidente da França quando o museu foi criado (inaugurado em 20 de junho de 2006):

"A criação do Museu do Cais Branly, instituição original, inteiramente dedicada às artes e às civilizações da África, da Ásia, da Oceania e das Américas, nasceu de uma vontade política: fazer justiça às culturas extraeuropeias. Trata-se de reconhecer o lugar que ocupam suas expressões artísticas na nossa herança cultural. De reconhecer também nossa dívida com relação às sociedades que as produziram, assim como em referência aos seus países de origem com os quais a França mantém, com numerosos deles, laços particulares. 

Trata-se, ao romper com uma longa história de desdém, de dar o justo lugar a artes e civilizações por muito longo tempo ignoradas ou desconhecidas, de devolver toda sua dignidade a povos frequentemente humilhados, oprimidos, às vezes aniquilados pela arrogância, pela ignorância, pela tolice e pela cegueira.

Instituição cultural e científica de um tipo novo, ao mesmo tempo museu, centro cultural, lugar de pesquisas e de ensino, o Museu do Cais Branly proclama a recusa a qualquer hierarquia das artes, assim como a qualquer hierarquia de povos. Ele celebra a universalidade do gênio humano através da deslumbrante diversidade de suas expressões culturais".  (...)

O diretor do museu, Stéphane Martin, informa que cerca de 3.500 obras, das 300.000 que compõem o acervo do Branly, desenham para o visitante os contornos da identidade do museu. Organizado segundo quatro áreas geográficas -- África, Ásia, Oceania e Américas -- ligadas por "zonas de contato" tais como as Pequenas Antilhas ou a Insulíndia, esse percurso permanente se articula igualmente em função de grandes temas comuns. Cada continente é apresentado ao início por um "espaço de chamada", que reagrupa algumas obras particularmente emblemáticas e espetaculares. Esse vasto território propõe portanto uma lógica de visita ao público, que mantém no entanto uma total liberdade de escolha.

As grandes obras-primas selecionadas para a exposição permanente o foram por sua beleza, sua raridade e sua força de expressão, por seu interesse etnológico e técnico, ou pelo que nos dizem do espírito e da genialidade dos povos. Graças a diferentes níveis de comentários, cartazes, painéis ou programas multimídia. o visitante é convidado a situar na história e na geografia as obras que lhe são apresentadas e a se informar sobre seu contexto e seu uso nas sociedades que as produziram.

 O Museu do Cais Branly, visto do 3˚ andar da Torre Eiffel - (Foto: Wikipédia)



Fotos externas do Museu do Cais Branly - (Fotos: Google)



Logo na entrada ao interior do museu,  há uma corrente de palavras em movimento chamada "O Rio", que desce pela rampa sinuosa que leva da entrada do museu às suas principais galerias - (Foto: Wikipédia/Vídeo: meu) 


"O Rio" (um projeto do artista visual escocês Charles Sandison, radicado na Finlândia) contém 15.597 palavras de todos os povos e locais geográficos das coleções do museu, que vêm assim ao encontro do fluxo de visitantes do museu. Ao subir a rampa, instintivamente, o visitante tenta andar sobre essas palavras, palavras brancas, negras ou vermelhas. Algumas palavras são fixas, outras varrem o solo e, avançando, se espalham. Alguns visitantes dizem que esse "rio" os faz sonhar e mergulhar no imaginário de todos esses países e sítios.

As galerias principais e o mezanino do museu, ligados por uma rampa sinuosa - (Foto: Wikipédia)


Peça do Museu do Cais Branly - (Foto: minha)

Oceania

A Oceania e a Insulíndia se compõem de conjuntos de arquipélagos, que se estendem depois do sul da Malásia até os confins do Pacífico Sul. Essa área histórica e cultural é interligada pela história de seu povoamento. Ela agrupa a Insulíndia -- Malásia oriental, Indonésia e Filipinas -- a Melanésia, a Polinésia, a Micronésia e a Austrália. Esse corte geográfico foi herdado dos trabalhos do navegador francês J-S. Dumont d'Urville, publicados em 1834. Ele serve de trama para a visita das coleções da Oceania, à exceção da Micronésia, pouco representada. Ao longo desse percurso geográfico são declinadas temáticas culturais e sociais tais como a conquista do prestígio, os intercâmbios, a iniciação, os funerais, a relação com os ancestrais e as divindades, as metamorfoses do corpo, ou ainda a modernidade.





Partes do pavilhão da Oceania - (Fotos: minhas)

Algumas máscaras da Oceania - (Foto: Google)

Máscara para coleta de dinheiro/Papua Nova-Guiné - (Foto: minha)

Tambores com fendas verticais/Ilha de Ambrym, Vanuatu, Melanésia - (Foto: Google)

Detalhe do conjunto acima - (Foto: Google)

Totens da Oceania - (Foto: minha)

Parte do pavilhão da Oceania - (Foto: Google)



Detalhe de escultura com aparência humana (ver foto acima desta), pertencente à sociedade secreta iniet dos Tolai, povo indígena da Península Gazelle e das Ilhas de Duque de York da Nova Bretanha do Leste, Ilhas Nova Guiné, Papua Nova-Guiné - (Fotos: Google)

Escultura do pavilhão da Oceania - (Foto: Google)

Máscara de fachada/Chambri, Papua Nova-Guiné, meio Sepik, meados do século XX - (Foto: Google)

Peças da Papua Nova-Guiné - (Foto: Google)

Máscara/Austrália, Queensland, estreito de Torres, século XIX - casco de tartaruga, fibras vegetais, penas de casuar (pássaro australiano) - (Foto: Google)

Um crânio de parente decorado/Papua Nova-Guiné, fim do século XIX - (Foto: Google)

Máscara/Papua Nova-Guiné, Ilhas Salomão, ilha Bougainville, início do século XX - casca de árvore batida, madeira, bambu e pigmentos - (Foto: Google)

Máscara de inhame (?) (detalhe)/Abelam, Papua Nova-Guiné - (Foto: Google)

Figura feminina esculpida na base de um tronco, do  qual duas raízes serviram para fazer as pernas separadas. Repousava sobre uma travessa localizada no interior da casa dos homens, logo atrás da fachada, não sendo visível do exterior. Representa uma ancestral feminina associada ao som das flautas - (Foto: Google)

Crânio de ancestral usado em cerimônias de iniciação/Asmat, Indonésia, séc. XX - (Foto: Google)

Manequim funerário rambaramp/Pequenas Nambas, Vanuatu, sul da ilha de Malekula - osso, madeira, pasta vegetal, pigmentos, teia de aranha, dentes de porco,plumas, fibras vegetais, 178 x 44 cm - (Foto: Google)

Máscara coberta, de passagem de grau/patente - Vanuatu, ilha de Malekula - (Foto: Google)

Máscara/Papua Nova-Guiné, ilhas Salomão, ilha de Nissan, início do século XX - madeira, rotim (uma palmeira), cortiça batida, pecíolo de palmeira, resina, pigmentos, 55,5 x 40,2 cm


Máscara-elmo/Kapriman, Papua Nova-Guiné, meio Sepik,início do séc. XX - vime, bambu, pigmentos - (Foto: Google) - O rio Sepik é um rio do nordeste da Nova Guiné com cerca de 1.120 km. Praticamente todo o seu percurso está na Papua-Nova Guiné.

Canguru fêmea/Austrália, terra de Arnhem ocidental, ilha Croker, meados do século XX - pintura sobre casca de eucalipto, 73 x 70 cm - Artista: Billy Yirawala - (Foto: Google)

Namarwon, deus do trovão/Austrália, terra de Arnhem ocidental, ilha Croker, meados do séc. XX, pintura em casca de árvore  - 77 x 50 cm - Artista: Jimmy Midjaw-Midjaw - (Foto: Google)

Uma tapa (casca de árvore, tecido vegetal batido, cortiça batida e decorada pelas mulheres, muito presente na Oceania) com motivos geométricos/Samoa, Polinésia - (Foto: Google)

Sonho de dois homens/Paddy Jupurrurla Nelson, Yuendumu, Oceania  etnia Warlpiri - pintura acrílica sobre tela, 1991 - (Foto: Google) 


Buraco com água no grande deserto de areia/Austrália Ocidental, Balgo, pintura acrílica sobre tela, 1996, 81 x 121 cm - Artista: Helicopter Joe Tjungurrayi



Helicopter Joe Tjungurrayi (1947-) - Austrália Ocidental - (Foto: Google)


Cerimônia funerária/Austrália, terra de Arnhem central, Millingbi, meados do séc. XX, 73,5 x 48 cm - Artista: David Malangi - (Foto: Google)


David Malangi (Austrália, 1927-1998) - (Foto: Google)



Tapa/Austrália, terra de Arnhem, comunidade Yirrkala - trabalho com casca de eucalipto, 1996 - (Foto: Google)


Jóia Mamuli em ouro/Indonésia, ilha Sumba, sécs. 19 - 20 - (Foto: Google)


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(tema da próxima postagem: Ásia)






  






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