terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Entre promessas eleitorais e atos de governo, Dilma é cada vez mais um Pinóquio de saia

Sempre critiquei a compulsão da madame ex-guerrilheira para mentir descaradamente -- vício que certamente ela aprimorou com seu guru, patrono e criador político, o NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula), outro mentiroso de primeira linha -- e por isso a apelidei de Nosso Pinóquio de Saia (NPS). Acabou-se 2014 e começou 2015, e nossa Dama de Ferrugem faz cada vez mais jus ao apelido, está mentindo como sempre e nunca (com viés de alta). 

Na campanha para a reeleição, Dilma NPS tentou colar em Aécio o rótulo de que o tucano tomaria “medidas impopulares” se fosse eleito. Também centrou fogo na proposta do adversário de promover um ajuste fiscal, o que poderia prejudicar programas sociais. “Não condicionamos nossos programas a medidas impopulares, como ajustes fiscais e choque de gestão”, disse a petista. Dilma afirmou ainda que não faria reformas na lei trabalhista que reduzissem direitos dos trabalhadores, “nem que a vaca tussa”. 

Numa reunião com empresários, em Campinas, durante a campanha eleitoral, a então candidata à reeleição Dilma Rousseff se saiu com a frase “nem que a vaca tussa” para deixar claro que não mexeria nos direitos trabalhistas. Daquele dia 17 de setembro, já na reta final da disputa, o PT transformou o bordão em viral na internet, com uma campanha nas redes sociais em que aparecia uma vaquinha com os dizeres: “Mexer nos meus direitos? Nem que a vaca tussa. #EmDireitoMeuNinguemMexe". Quem acredita em histórias da carochinha se deixou enganar, e embarcou nesse engodo da madame -- foram 54 milhões de brasileiros masoquistas que se deixaram ludibriar, e nos ferraram.

2014 sequer havia terminado, e a vaca petista começou a tossir adoidado. O corte nos gastos do governo no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff vai começar pelos direitos trabalhistas, com restrições no acesso a seguro-desemprego, abono salarial (PIS) e auxílio-doença, além de uma minirreforma na Previdência Social, com mudanças nas regras das pensões. As medidas foram anunciadas em 28/12/14 e incluídas em medida provisória encaminhada no mesmo dia ao Congresso Nacional. Segundo cálculos do recém-empossado ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, o pacote vai gerar uma economia de R$ 18 bilhões por ano, a partir de 2015, equivalente a 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país). Ver também esta outra reportagem


A zorra no governo Dilma NPS é tanta, que os Ministérios do Trabalho e da Fazenda divergem sobre a constitucionalidade da mudança anunciada para o abono salarial (PIS)  Um dia após o anúncio das restrições ao acesso de benefícios como o seguro-desemprego e abono salarial, o Ministério do Trabalho enviou uma nota ao Palácio do Planalto, na qual alerta que a mudança no valor do abono (PIS), que passará a ser proporcional aos meses trabalhados, é inconstitucional. Pela Constituição Federal, os empregados que fazem jus ao benefício têm direito a receber um salário mínimo. Essa avaliação já tinha sido apresentada pelos técnicos da pasta nas discussões sobre o tema, mas foram ignoradas. Prevaleceu a posição da equipe econômica. Indagado sobre a questão, o diretor de programas da Secretaria-Executiva do Ministério da Fazenda, Manoel Pires, que ontem detalhou as medidas, respondeu que o entendimento do departamento jurídico da pasta é que não há inconstitucionalidade.

Desentendimentos dessa natureza, e de outras, após o anúncio de medidas oficiais não são novidade no governo da madame.  Esse tipo de ausência de comunicação e diálogo prévios não ocorre no governo de uma principiante, mas de uma mulher que é parte visceral do poder petista há mais de 12 anos. Não há desculpa plausível e aceitável para esse tipo de esculhambação.

Dilma NPS sempre esteve e está careca de saber que essas medidas são imprescindíveis, mas seu DNA de hipócrita não lhe permite ser franca e aberta no que interessa ao país. Ela só é franca e aberta para esculhambar e humilhar terceiros e subordinados. Em se tratando de subordinados, suas broncas frequentemente fazem parte do jogo duplo de baixo nível que a madame adora praticar -- como fez com o recém-empossado ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Menos de 24h dele anunciar uma alteração no cálculo de revisão do salário mínimo a partir de 2016, a ex-guerrilheira mandou que ele se desmentisse e ele obviamente o fez -- e ficou com uma tremenda cara de palhaço.

Muita gente no universo petralha vai achar que Dilma NPS agiu certo, corrigiu uma besteira de um subordinado. Papo furado. Nelson Barbosa ocupou cargos de relevo nos governos petistas de 2007 a 2013 -- culminando como Secretário Executivo do Ministério da Fazenda de 2011 a 2013 -- e, portanto, está exausto de conhecer o estilo da madame e não é nenhum idiota de se expor de moto próprio ao ridículo logo após sua posse no cargo mais importante de sua carreira. Nelson foi usado conscientemente como boi de piranha por Dilma NPS, para atenuar a reação negativa das centrais sindicais contra suas medidas que tiram benefícios que favoreciam o bolso dos trabalhadores -- além de discordarem das medidas em si, as centrais sindicais reclamaram por não terem sido convidadas ou sequer avisadas sobre as intenções do governo. Essa gente ainda não aprendeu que para a madame não existe diálogo, o caso dela é apenas monólogo (dela, claro). A madame quer parecer que continua defensora da classe operária, porque sabe que muitos otários cairão -- e caíram --  nessa esparrela.

Não foi só na área trabalhista que Dilma NPS roeu a corda da campanha eleitoral. As empresas de educação iniciaram o ano sob pressão, por causa das mudanças divulgadas no início da semana passada para o Fies - Fundo de Financiamento Estudantil, programa do governo para financiar a graduação superior, apesar de a presidente Dilma Rousseff ter sinalizado prioridade para a educação na cerimônia de posse. As alterações foram anunciadas antes do discurso da presidente Dilma Rousseff na cerimônia de posse de seu segundo mandato, quando lançou o novo lema de seu governo, "Brasil, pátria educadora", sinalizando que a educação será "a prioridade das prioridades".

Para Liberato, da Coinvalores, o governo deverá dar um foco maior à educação básica e a creches. "A educação superior não deve ser tão estimulada quanto nos últimos anos, por mais que os benefícios e os programas continuem", afirmou. Marco Aurélio Barbosa, analista chefe de ações da CM Capital Markets, disse que o discurso não trouxe nada de concreto e teve um tom populista. "O que há, na prática, é a medida publicada nesta semana" [semana passada].

Estimativa da Federação Nacional das Escolas Particulares aponta que a medida deve reduzir em 20% o número de jovens beneficiados com as políticas educacionais no setor privado.

Também no Imposto de Renda (IR), Dilma NPS resolveu ferrar os brasileiros. Já é certo e sabido que ela irá vetar a correção de 6,5% proposta pelo Congresso para a correção da tabela do IR e manterá os 4,5% propostos anteriormente.

Quando a madame anunciou a escolha de Joaquim Levy para o lugar de Mantega, e sinalizou que adotaria medidas que na campanha criticara fortemente no programa de governo de Aécio Neves, este a acusou de estelionato eleitoral e a petralhada ficou possessa. Muito antes do que se esperava, ficou inequivocamente comprovado que Dilma NPS é realmente uma estelionatária eleitoral, e da pior estirpe. 

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