sexta-feira, 5 de julho de 2013

A arte de Rodin

Para esta postagem usei como referências o livro "Rodin, 1840-1917 - Esculturas e desenhos", de Gilles Néret (Ed. Taschen, 2002), o site do Museu Rodin, de Paris, o site do Metropolitan Museum of Art, de Nova Iorque e o site do Museu d'Orsay (Paris).

François-Auguste-René Rodin nasceu em 12 de novembro de 1840 em Paris, filho de Jean-Baptiste Rodin, de 38 anos, e Marie Cheffer, de 34 anos. Mal deixa a escola, começa a desenhar em 1850 -- neste ano, morre Balzac, mais tarde um marco na sua carreira artística. Em 1854 entra para a Petite École, em 1855 descobre a escultura e começa a modelar.

Em 1858 é reprovado três vezes no exame de admissão à Grande École (Escola das Belas Artes). Em 1861, para sobreviver, Rodin com 21 anos abandona os estudos na Petite École e na Académie des Gobelins. Até aí, praticara desenho e pintura, estudando as posturas clássicas. Passa a trabalhar como "pedreiro de estatuária" para vários decoradores e ornamentistas, cujos serviços são requisitados pelo arquiteto Georges-Eugène Haussmann para a remodelação da Paris de Napoleão III entre 1853 e 1870.

Em 1862, a morte de sua irmã Maria, de 25 anos, leva-o a entrar como noviço para os Pères du Très Saint Sacrement. No ano seguinte, 1863, regressa à vida profana e à escultura sob os conselhos do padre Eymard, que não acredita em sua vocação religiosa. Em 1864, segue os cursos do escultor minimalista Barye, no Museu de História Natural. Faz vários trabalhos de decoração, e inicia sua colaboração com Carrier-Belleuse. Conhece a bela costureira Marie-Rose Beuret, com quem viria a se casar cinquenta anos mais tarde, algumas semanas antes de morrer.  Nasce Camille Claudel. Instala seu primeiro ateliê na rua Le Brun, e cose botões para ajudar Rose no seu trabalho. Sua escultura O Homem do Nariz Partido é recusada duas vezes no Salon desse ano (1864).

Em 18 de janeiro de 1866 nasce Auguste-Eugène Beuret, seu filho com Rose. Em 1870, a França declara guerra à Prússia e Rodin é incorporado ao 158° regimento da Guarda Nacional, como cabo, do qual é reformado por miopia em 1871. Vai então para a Bélgica graças a Carrier-Belleuse, com quem trabalha na decoração da Bolsa de Bruxelas. Nesse ano morre sua mãe.

Em 1875 viaja à Itália e visita Turim, Gênova, Florença, Roma e Nápoles. Executa A Idade de Bronze, Suzon. Em 1876 estadia na Itália, e estuda Michelangelo em Florença. Trabalha em A Idade de Bronze, que apresenta em 1877 com o título de O Vencido, em memória da guerra de 70, no Círculo Artístico de Bruxelas e, mais tarde, no Salon de Paris. A obra parece tão viva, que Rodin é acusado de ter moldado a escultura diretamente sobre o corpo do modelo. Para se defender, Rodin tira fotografias do modelo, um soldado de engenharia belga chamado Auguste Neyt, na mesma posição da estátua, a fim de demonstrar até que ponto sua interpretação se distancia de uma cópia servil. Em vão. Será necessária uma petição de seus colegas de renome para que seja reconhecida sua boa-fé. Foi, todavia, graças a esse escândalo que Rodin saiu do anonimato e o Estado lhe comprou a estátua por 1.200 francos.

Em 1880, dá-se a reabilitação definitiva de Rodin. Seu São João Batista Pregando, de dimensões muito maiores que as do modelo para por fim à difamação da sobremoldagem, e a Idade de Bronze, que havia provocado o escândalo, são ambas expostas no Salon. Nesse mesmo ano, recebe do Estado a encomenda das Portas do Inferno, com que se manterá ocupado por cerca de 40 anos, e executa entre outras obras O Pensador.

Em 1883 conhece Camille Claudel e executa, entre outras obras, o Busto de Victor Hugo. Morre seu pai. Em 1884, a estátua A Idade de Bronze é colocada nos Jardins de Luxemburgo. Em 1885, trabalha principalmente no grupo dos Burgueses de Calais e nas figuras das Portas do Inferno, entre as quais inclui em 1886 representações múltiplas de Camille. Executa O Beijo. Em 1887, é nomeado cavaleiro da Legião de Honra.

Em 1889, recebe a encomenda para o Monumento Victor Hugo. Em 1890, viaja pela Turena e Anjou junto com Camille, e em 1891 lhe é encomendado o Monumento a Balzac, razão pela qual volta a viajar pela Turena com Camille para seguir os passos do escritor. O projeto do Monumento a Victor Hugo é recusado.  Em 1892, conclui o Balzac Vestido. Em 1894, conhece Cézanne na casa de Monet em Giverny. Estuda em Calais, o local para colocar Os Burgueses. Surgem os primeiros ataques contra o Balzac.

Em 1895, é inaugurado o monumento Os Burgueses de Calais e Rodin retoma a ligação que havia interrompido com Camille. Em 1898, seus Balzac e O Beijo são expostos na galeria das Máquinas, no Champs-de-Mars. A Sociedade dos Escritores recusa o Balzac, e cria-se uma campanha violenta contra Rodin. O escultor rompe definitivamente com Camille.

Em 1900 é inaugurado o Pavilhão Rodin, na Place de l'Alma em Paris. O sucesso é enorme, e as 150 obras expostas ganham repercussão internacional. Em 1902, conhece Rainer-Maria Rilke (que se torna secretária de Rodin em 1905) e Isadora Duncan. Em 1903, Rodin torna-se comendador da Legião de Honra. Em 1906, O Pensador é colocado em frente ao Panteão. Em 1907, torna-se doutor honoris causa pela Universidade de Oxford.

Em 1908, o Metropolitan Museum of Arts de Nova Iorque decide comprar várias obras de Rodin. Em 1909, é inaugurado o Monumento a Victor Hugo. Em 1912, sofre o primeiro ataque de hemiplegia. Executa a estátua Nijinsky. Em 1913, Camille é internada numa clínica psiquiátrica e Rodin envia dinheiro para pagar as despesas da casa de saúde.

Em 10 de julho de 1916, Rodin sofre uma congestão cerebral. Em setembro, são feitos legados e doações de Rodin ao Estado, pondo fim às maquinações dos caçadores de herança que pululavam à volta do escultor. Em 29 de janeiro de 1917, estimulado por Loïe Fuller, Rodin casa-se com Rose Beuret. Agora que doara toda sua fortuna, já não interessava a mais ninguém. É o fim triste e solitário de dois velhos na casa de Meudon, onde até o carvão faltava. No dia 14 de fevereiro, Rose morre de uma pneumonia. No dia 17 de novembro, às 4 h da manhã, morre Rodin, que repousa atualmente em Meudon sob a estátua de O Pensador.

Clique em cada imagem abaixo se quiser ampliá-la.

Rodin com seu guarda-pó de escultor, cerca de 1862 - (Foto: Charles Hippolyte Aubry - Fonte: Museu Rodin).

 Rodin usando uma cartola, cerca de 1862 - (Foto: Charles Hippolyte Aubry - Fonte: Museu Rodin).

 Nu masculino, entre 1854 e 1857 - (Fonte: Museu Rodin).

Primeira escultura de Rodin, Jean-Baptiste Rodin, 1860, retratando seu pai como um legislador romano - (Fonte: Museu Rodin).

Rodin trabalhando no busto do padre Eymard, 1863 (estimativa) - (Foto: Charles Hippolyte Aubry - Fonte: Museu Rodin).

 Mignon (nome da heroina de Goethe), retratando sua namorada Rose Beuret, provavelmente 1864 - (Fonte: Museu Rodin).

Jovem com chapéu florido, 1865. Aqui Rodin retrata novamente sua namorada Rose, com um ornamento típico da classe média da época - (Fonte: Museu Rodin).

 O homem com nariz partido, 1865 - (Fonte: Museu Rodin).

Menina com flores na cabeça, terracota, 1870 - Museu Rodin, Paris - (Foto: Google).

 Um espaço aberto na floresta, por volta de 1874. Pintado sobre cartolina. - (Fonte: Museu Rodin).

Bacante, também conhecida como Uvas, cerca de 1874. Terracota, sobre uma base de madeira - (Fonte: The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque).

 Homem com nariz partido, exposto no Salão de Paris de 1875. Rodin tinha particular apreço por esta obra, que classificava como sua "primeira escultura boa". - (Fonte: Museu Rodin).

 Idade de bronze, cerca de 1877, estátua que gerou as acusações de sobremoldagem contra Rodin - (Foto: Google).

 S. João Batista pregando, 1878 - (Foto: Google).

Pedestal de Titãs, cerâmica vidrada, 1878/1882 - Museu Rodin, Paris - (Foto: Google).

 Adão, 1880 - (Foto: Google).

As portas do Inferno, detalhe, 1880. Rodin recebeu essa encomenda do governo francês em 1880, destinada a ser a porta principal de um futuro museu de artes decorativas. Inspirado na Divina Comédia, de Dante Alighieri, Rodin trabalharia nesse projeto pelo resto de sua vida, sem jamais entregá-lo ou vê-lo fundido em bronze. Essa obra permaneceu um conjunto de figuras constantemente retrabalhadas, rearranjadas e modificadas. - (Fonte: Museu Rodin).

 Desenho para As Portas do Inferno, 1880 - (Foto: Google).
Portas do Inferno, terceira maquete em gesso, já bem diferente do desenho acima - (Foto: Google).

 As portas do Inferno, Museu d'Orsay, Paris. As dimensões da obra são 6,0 m (altura) x 4,0 m (largura) x 1,00 m (profundidade). Várias figuras que nela constam transformaram-se depois em esculturas independentes, como O Pensador, O Beijo, As Três Sombras, etc. - (Foto: Google).
As portas do Inferno (obra inacabada), Kunsthaus, Zurique - (Foto: Google).

 As três sombras, 1880 (ver topo das Portas do Inferno, acima) - (Foto: Google).

O Pensador, 1880-81 - (Foto: Google).

O Pensador, 1880-81 - (Foto: Google).
O Pensador, 1880-81 - (Foto: Google).

 Homem que cai, 1882. Fazparte dasPortas do Inferno - (Foto: Google).

 Ugolino e os filhos. Estuque, entre 1882 e 1906 - (Foto: Museu d 'Orsay, Pasris).

 Outro ângulo de "Ugolino e os filhos"- (Foto: Google).
O beijo, cerca de 1882 - (Foto: Charles Bodmer, cerca de 1882 - Fonte: Museu Rodin).

O beijo, Museu Rodin - (Foto: Google).

Rodin em seu estúdio apoiado na escultura O Beijo, cerca de 1888-89 - (Fonte: Museu Rodin). 


Aquela que foi a bela Heaulmière (1880-83). A única representação de uma mulher velha na obra de Rodin, que preferia, de longe, representar criaturas belas e jovens. Conta-se que essa italiana veio a pé para abraçar uma última vez seu filho, que posava para Rodin. Este, fascinado, teria então executado esta espantosa representação da velhice. - (Foto: Google).


A Danaide, 1884-85 - (Foto: Google).


A Danaide, 1884-85 - (Foto: Google).

A Danaide, 1884-85 - (Foto: Google).


A Eterna Primavera, 1884 - (Fonte: Museu Rodin).

 A Eterna Primavera, provavelmente modelada em 1881 e executada em mármore em 1906-07 - (Fonte: Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque).

 Os burgueses de Calais, 1884-86. Em 1913, uma réplica dessa escultura (provavelmente a reproduzida acima) foi colocada nos jardins do Parlamento inglês, em Londres - (Foto: Google).

Outro ângulo de "Os Burgueses de Calais" - (Foto: Google).


Dealhe de "Os Burgueses de Calais"- (Foto: Google).

Detalhe de "Os Burgueses de Calais" - (Foto: Google).

Detalhe de "Os Burgueses de Calais" - (Foto: Google).

 Mão, detalhe de "Os Burgueses deCalais" -
(Foto: Google).

Camille Claudel, cerca de 1884 - (Foto: Cesar - Fonte: Museu Rodin). 


Camille Claudel trabalhando em uma escultura - (Foto: Google).

 Toalete de Vênus, 1885 - (Foto: Google).

 Toalete de Vênus, outro ângulo - (Foto: Google).

Eterno Ídolo, gesso, 1890/1893 - Museu Rodin, Paris - (Foto: Google).

 O Pensamento, entre 1886 e 1895 (mármore). Aqui Camille Claudel é retratada com a touca das jovens noivas bretãs, que ela nunca chegaria a usar - (Foto: Google).

 O Pensamento, visto sob outro ângulo - (Fonte: Museu d' Orsay, Paris).

Cabeça de S. João Batista sobre um prato, 1887 (cabeça em bronze) - (Fonte: Museu d' Orsay, Paris).

O grito, 1889 - (Foto: Google).

 Mão de um pianista, cerca de 1890 - (Foto: Google).

Cabeça de Balzac. Terracota, 1891 - (Fonte: The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque).


Iris, a mensageira dos deuses, 1895 - (Fonte: The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque).


Monumento a Sarmento, 1895 -
(Foto: Eugène Druet - Fonte: Museu Rodin).

Busto de Victor Hugo, estudo para o Monumento ao escritor, 1893 - (Foto:
Google).

Máscara de Camille Claudel e a mão esquerda de Pierre de Wissant, gesso, cerca 1895 - Museu Rodin, Paris - (Foto: Google).


Estudo final do monumento a Balzac. Modelado em 1897, este bronze foi fundido em 1972 - (Fonte: The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque).


 Balzac vestido, 1897 - (Foto: Google).

 Monumento a Balzac, com o escritor nu, 1897. Escultura recusada pela Sociedade de Escritores, que o encomendara em 1883 - (Foto: Google).

 O homem que caminha, cerca de 1900 - (Foto: Google).




Busto de Rodin feito por Camille Claudel, cerca de 1900 -
(Foto: Google).



Monumento a Victor Hugo, primeiro projeto, segundo estudo, esboço, março de 1890. O projeto de Rodin gerou polêmica e críticas. - (Fonte: Museu Rodin).

 Victor Hugo, estudo para o monumento ao escritor, 1890 - (Foto: Google).


Monumento a Victor Hugo no Salão Nacional de Belas Artes, cerca de 1910 - (Foto: Eugène Druet - Fonte: Museu Rodin).


Monumento a Victor Hugo, inaugurado em 1909 - (Foto: Google).

 A mão de Deus, cerca de 1902 - (Fonte: The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque).

 Marcelin Berthelot, cerca de 1905 -
(Fonte: Museu d' Orsay, Paris).


Madame X, mármore, cerca de 1907 -
(Fonte: The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque).

 Duas mãos. Estuque, data desconhecida - (Fonte: The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque).


A Catedral, 1908 - Museu Rodin.


A Catedral, 1908 - Museu Rodin.

 Par de nus masculinos, demonstrando o princípio do contraponto segundo Michelangelo e Fídias. Terracota, cerca de 1911 -
(Fonte: The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque).







Collor quer diminuir poder de fiscalização do TCU

[A pecha de primeiro presidente da Republica a sofrer impeachment na América Latina acompanha cada passo e gesto de Fernando Collor de Mello, e felizmente será sua companheira inseparável até à morte. Vitimado pela corrupção que estimulou por ação e/ou omissão, esse alagoano -- surpreendente e lamentavelmente eleito para o Senado por Alagoas após 8 anos de impedimento legal -- tem transformado seu mandato em cruzada permanente contra os que combatem a corrupção, como se vê na reportagem abaixo do site Congresso em Foco.]

Senador alagoano apresentou duas propostas para submeter as decisões do tribunal, como paralisações de obras, ao crivo do Congresso. Além disso, defende punição para auditores responsáveis pelas fiscalizações.

Desde que assumiu a presidência da Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado, o senador Fernando Collor (PTB-AL) tem feito barulho nas críticas ao trabalho dos auditores do Tribunal de Contas da União (TCU). Agora, além de disparar contra os profissionais, ele decidiu apresentar duas propostas para reduzir os poderes e autorizar punição criminal aos servidores da corte de contas e para evitar as paralisações de obras suspeitas de desvio de dinheiro e superfaturamentos de preços.

São duas frentes apresentadas por Collor. A primeira é um projeto de lei que vincula a suspensão de uma obra à necessidade de aval do Congresso. Atualmente, após a recomendação feita por um auditor, o ministro responsável pela fiscalização pode embargar o empreendimento até que as correções necessárias sejam feitas. O texto foi apresentado na quarta-feira (3) no Senado.

O TCU se baseia no inciso dez do artigo 71 da Constituição Federal para poder sustar a execução do ato impugnado caso o órgão ou entidade adote as providências necessárias para corrigir as irregularidades. O texto constitucional estabelece também que a decisão deve ser comunicada à Câmara e ao Senado. Para críticos do tribunal, esse trecho da Carta Magna não dá poderes para paralisar as obras.

Mesmo assim, a corte afirmou, em nota divulgada em maio para rebater críticas ao trabalho, que procura dar prioridade ao “diálogo com os gestores públicos, permitindo a correção dos problemas sem a necessidade de paralisação dos empreendimentos”. Citou, na mesma nota, por exemplo, que apenas 0,6% do total de contratos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) parados foram a pedido do órgão.

Punições

A outra proposta de Collor é uma emenda ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, ainda em análise na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso. A sugestão inclui a punição criminal, cível e administrativa para auditores de tribunal pelo “exercício irregular” na fiscalização de obras e por danos ao Erário, “inclusive aqueles decorrentes da paralisação ou atraso” das construções.

Associações de auditores consideram as propostas um contrassenso em um período de protestos por menos corrupção e melhores condições sociais. “É absurdo, é o sinal verde para a corrupção no Brasil”, disse o presidente da União dos Auditores de Controle Externo (Auditar), Leonel Munhoz Coimbra, ao Congresso em Foco na tarde de quinta-feira (4). A Associação Nacional dos Auditores dos tribunais de contas (ANTC) considerou as medidas um incentivo à corrupção e uma mordaça aos inspetores e auditores. [O senador, que é bravateiro só quando encoberto por imunidades, zomba perigosamente do povo nas ruas, apesar de justamente esse tipo de manifestação ter sido a principal razão de sua defenestração do poder. Talvez, ou muito provavelmente, ele queira provocar o povo para causar nova instabilidade política, na expectativa de que Dilma possa tirá-lo da incômoda posição de Impedido Primeiro e Único.] 

Para Munhoz, o objetivo é dificultar a fiscalização. “Em tese, a intenção é não paralisar uma obra em que haja irregularidades, com desvio de recursos públicos ou superfaturamentos”, disse ele.

A emenda à LDO foi apresentada em 19 de junho pela Comissão de Infraestrutura do Senado, presidida por Collor. O projeto para modificar a Lei Orgânica do TCU foi protocolado ontem, segundo a Auditar e a ANTC. O gabinete do senador não soube precisar a data do projeto, que ainda não aparece no sistema de consultas do Senado pela internet.

Leviandade

Apesar disso, os assessores de Collor disseram que a justificativa contrapõe os temores dos auditores, segundo os quais haverá facilidades para a corrupção. “Esta iniciativa não tem qualquer permissividade com a coisa pública”, escreveu o senador no projeto de lei. “As auditorias e fiscalizações continuarão a ser realizadas normalmente e as práticas danosas ao Erário serão reprimidas”, continuou ele.

Para Collor, a emenda à LDO vai punir tanto o auditor que agir desprezar “sinais claros de malversação de recursos” quanto quem agir com “leviandade de apontar irregularidades de maneira infundada”. Na manhã desta sexta-feira (5), Collor deve fazer um discurso no plenário do Senado sobre o assunto.

 O calmo, educado, cavalheiresco e ilibado senador Fernando Collor de Mello pretende diminuir o poder de fiscalização do TCU. Vingança contra o impeachment? - (Foto: José Cruz/ABr).

Brasil investe pouco no ensino básico

[Infelizmente, o tom cor-de-rosa do primeiro parágrafo do artigo abaixo do Valor Econômico do dia 04/7 vai progressivamente desbotando nos parágrafos seguintes, até desembocar na cor negra da dura realidade do ensino no Brasil. Dona Dilma devia tomar calmante, chá de camomila, remédio para o fígado e ler com calma esta reportage, e assim entender um pouco mais do que está acontecendo nas ruas.]

Nos últimos dez anos, o Brasil elevou de forma expressiva os gastos públicos com educação, que somaram 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, quando se consideram despesas diretas municipais, estaduais e federais com escolas públicas (97% do total) e subsídios às famílias no ensino privado (3%), em contas da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Em proporção do PIB, o percentual é equivalente à média dos países que compõem a OCDE, de 5,8%, e até maior do que em países reconhecidos pela qualidade do ensino, como Estados Unidos (5,5%), Espanha (5%) e Coreia (4,9%), sempre considerando gastos públicos em instituições públicas de ensino e bolsas em instituições privadas.

Quando esse número é ajustado para levar em consideração o tamanho da economia, o número de alunos, o nível de ensino e, principalmente, quando se olha para os resultados que o país tem obtido em provas internacionais, o que parece grande fica pequeno. Por aluno, os 5,8% do PIB brasileiro se transformam em gasto anual de US$ 2.964, muito abaixo da média dos países da OCDE, de US$ 8.332.

Panorama da educação brasileira - Evolução dos gastos no setor, no Brasil e em outros países do mundo (clique na imagem para ampliá-la) - (Fonte: Valor Econômico).

De novo, contudo, a despesa por estudante esconde a realidade, pois o Brasil continua gastando muito mais no ensino superior e muito menos no ensino básico, apesar de haver melhorado essa "divisão". Considerando todos os níveis de governo, o Brasil gastou, em 2010, US$ 2.653 por aluno nos ensinos básico e médio, e cinco vezes mais no ensino superior, com US$ 13.137 por estudante.

No ensino básico, o país está quase na lanterna entre os 34 países da OCDE (e muito abaixo da média de US$ 8.412), enquanto, no ensino superior, dez países gastam mais que o Brasil por aluno, e a média é de US$ 11.382.

Para especialistas em educação e em contas públicas, a pior notícia desses números é que, mais do que gastar pouco, o Brasil gasta mal os recursos destinados à educação. Entre 2008 e 2013, as despesas com educação subiram, em média, 82% nas capitais, 70% nos Estados e 122% na União, em termos nominais. No mesmo período, a inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 39,6%, já considerando a alta de 5,86% do índice em 2013, prevista pelo mercado no boletim Focus do dia 24 de junho.

No Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), prova da OCDE destinada a avaliar habilidades de leitura, matemática e ciências, o Brasil atingiu nota média de 401 pontos em 2009, 33 pontos a mais do que em 2000. Embora tenha sido um dos maiores aumentos de nota observados entre os países que participam da prova, o Brasil segue em 53º lugar no ranking de 65 países, atrás de Chile e México, que investem 4,1% e 5,3% do PIB em educação, respectivamente.

Diante das manifestações que tomaram as cidades brasileiras nas últimas semanas, com bandeiras que demandam mais recursos para saúde e educação, a Câmara aprovou a destinação dos royalties do pré-sal para essas duas áreas. O Senado também se comprometeu a votar antes do recesso parlamentar, em meados de julho, o Plano Nacional de Educação (PNE), que entre outras metas estabelece que 10% do PIB sejam destinados para educação, o que significa praticamente dobrar recursos para o setor.

Para economistas e estudiosos da educação, no entanto, apenas elevar gastos direcionados para a área pode não resultar em melhora da qualidade do serviço prestado à população, caso não venham acompanhados de mudanças estruturais, como valorização da carreira de professor, redefinição de etapas do ensino, implementação de metas e bonificação de bons professores e escolas, por exemplo. Ainda assim, argumentam, para equiparar o ensino público brasileiro ao de países desenvolvidos, e elevar o gasto por aluno, será preciso investir uma parcela maior do PIB para fazer frente às defasagens históricas no ensino do país.

Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos pela Educação, diz que não é possível dar um salto de qualidade na educação brasileira sem investir mais, já que o país tem uma população jovem e precisa ainda fazer o trabalho de qualificação que outras economias fizeram no século passado. A questão, afirma Priscila, é que o aumento de recursos tem de vir acompanhado de boa gestão e excelência na implementação de políticas públicas. Caso contrário, é possível elevar recursos sem ter contrapartida na qualidade. Um exemplo está no ensino médio, afirma. Os recursos para educação nessa faixa dobraram em dez anos. Ainda assim, apenas 10% dos alunos apresentam nível de aprendizado condizente com a sua série, mesmo patamar observado há dez anos.

Nesse caso, embora tenham aumentado os recursos, o desenho equivocado do ensino médio brasileiro, que tem 13 matérias obrigatórias fixas, enquanto em diversos outros países o currículo é flexível, travou avanços significativos no aprendizado, diz Priscila. "Ou o financiamento vem acompanhado de reformulação, ou podemos desperdiçar os investimentos a mais".

Mansueto Almeida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), faz diagnóstico semelhante. No curto prazo, segundo ele, é fácil ceder ao apelo de elevar recursos para áreas como o ensino público, mas a discussão está começando pelo lado errado. "A melhoria do serviço não é uma questão de curto prazo e depende de reformas institucionais, com investimento em treinamento e qualidade dos professores, políticas de bônus para os funcionários e escolas com melhor desempenho", diz.

É uma dinâmica diferente dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, que dependem majoritariamente de aumento da despesa e têm impacto quase imediato. O aumento do gasto para 7% ou 10% do PIB, diz, deveria ser resultado desse rearranjo na condução das políticas públicas, e não uma meta por si só. "Para elevar a qualidade da saúde e da educação, o aumento do gasto sozinho pode resultar em desperdício de recursos".  A essas críticas, Naércio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, adiciona a má distribuição de recursos. "Hoje, um aluno do ensino superior recebe seis vezes mais recursos do Estado do que um aluno da educação infantil."

A necessidade de priorizar o ciclo básico de educação, em detrimento do superior, é um dos pontos consensuais entre os especialistas ouvidos pelo Valor. O Brasil tem avançado nesse caminho. Em 2000, pelos dados compilados pela OCDE, o Brasil destinava 2,4% do PIB para o ensino básico (fundamental e médio), percentual que cresceu para 4,3% do PIB dez anos depois. Na mesma comparação, entre 2000 e 2010, a parcela destinada ao ensino superior passou de 0,7% para 0,9%.

Para Menezes, a perenidade das políticas públicas ao longo de administrações distintas é um caminho para garantir resultados melhores, como no caso do Ceará. São duas políticas que, de certa forma, independem dos recursos. "Apenas transferir recursos não resolve a questão", diz.

O grande volume investido na área resultou em aumento das notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em todos os ciclos. Ainda assim, mesmo onde o desempenho melhorou mais, nos anos iniciais do ensino fundamental (que avalia o desempenho dos alunos da 5ª série), a nota no ensino público (4,7 pontos) continua distante da obtida no ensino privado, que é de 6,5 pontos. Quanto mais elevado o nível de ensino, maior a discrepância.

Outro indicador importante, que mede a distorção idade-série entre alunos do ensino médio (adolescentes mais velhos em séries em desacordo com a sua idade), recuou de 44,8% para 32,8% entre 2007 e 2011, mas segue elevada tanto por causa do ingresso tardio na escola quanto por causa das taxas ainda altas de repetência e abandono escolar.

Ana Maria Barufi, economista do Bradesco, avalia que são necessários anos de investimento forte no setor para que a qualidade do aprendizado melhore. Nelson Cardoso Amaral, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), também avalia que avanços importantes foram feitos na última década, e que não são percebidos pelo Ideb. "Mudanças substanciais em processos educacionais são lentos. Mesmo com recursos substanciais, a melhora da qualidade pode não aparecer de imediato." A capacidade de aprendizado do aluno, diz o professor da UFG, também depende de melhora do perfil socioeconômico da população e de investimento em infraestrutura, para equipar escolas com bibliotecas, quadras e laboratórios.

Segundo Amaral, a partir da evolução desses outros indicadores, é possível passar a focar em elevar a qualidade do ensino. O momento para isso é agora, enquanto o Brasil ainda pode capacitar a população e aproveitar o que resta do bônus demográfico. Além disso, há a expectativa de ingresso de recursos para a área com os royalties da exploração de óleo no pré-sal.

Apenas esses recursos não serão suficientes para elevar o investimento público em educação para 10% do PIB, o que significa dizer que a sociedade precisará fazer escolhas. Priscila, do Todos pela Educação, afirma que é preciso que os recursos que ingressarão nos cofres públicos carimbados para a educação não sejam mal aproveitados. Os royalties do pré-sal, diz, poderiam ser usados para elevar os salários dos professores. Apesar da expectativa de que a quantia somará mais de R$ 200 bilhões nos próximos anos, Priscila afirma que não seriam suficientes para equiparar o salário dos professores do ensino fundamental e médio aos salários médios dos profissionais de outras áreas, o que tornaria a carreira na educação mais competitiva.

Amaral também afirma que apenas o pré-sal será insuficiente para elevar o porcentual destinado à educação para 10% do PIB e avalia que outras medidas serão necessárias, como a redefinição do destino das contribuições existentes, estabelecimento de novas contribuições e levar União, Estados e municípios a gastar mais do que o mínimo constitucional com a área.

Para Mansueto, do Ipea, o debate no Brasil é sempre "aditivo". Ou seja, a cada nova demanda da sociedade, aumenta-se a carga tributária para acomodar a reivindicação. Hoje, no entanto, a carga tributária do país é uma das maiores do mundo e o debate precisará se dar em torno do mix de gastos do governo. "Ou vamos discutir se estamos dispostos a mudar a regra do salário mínimo, por exemplo, ou a resposta vai ser mais carga tributária, mais dívida ou mais inflação", afirma.


quinta-feira, 4 de julho de 2013

Dona Dilma não acerta uma: economia, PIB, inflação, Constituinte, plebiscito ... Tá danado!

[Nossa superdoce ex-guerrilheira, a mãe do PAC, a eternamente sorridente Dona Dilma está mais perdida que cego em tiroteio. Não bastassem a economia que não engrena, o PIB que não cresce, a inflação que não cede, a base aliada se engalfinhando, o povo nas ruas, os caminhoneiros nas estradas, o BNDES e a Caixa Econômica pendurados no derretimento do "X" do Eike Batista, o NPA hibernando mudo e quedo enquanto o circo pega fogo, a Fifa mandando e desmandando no patropi, etc, etc -- ela deu dois tiros no pé, tentando sossegar o povão que continua nas ruas. Autoritária e julgando-se autossuficiente, pariu e abortou dois ratos: a Constituinte e o plebiscito. Incompetente e pessimamente assessorada -- quem promove uma nulidade chamada Aloizio Mercadante a assessor especial onipresente e desenterra o pernicioso Franklin Martins para também dar-lhe conselhos tem que pagar um preço -- nossa Dama de Ferrugem deu com os burros n'agua nas duas opções que escolheu. O texto abaixo é de Igor Gielow, diretor da sucursal de Brasília da Folha de S.Paulo, e foi publicado hoje pelo jornalO que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

Humilhado, governo tenta evitar crise na base

Igor Gielow - Diretor da sucursal da Folha de S. Paulo em Brasília - 04/7/2013

O enterro do plebiscito para forçar uma reforma política, anunciado agora há pouco, é uma tentativa do governo em evitar o pior: o descontrole total de sua base parlamentar, que já insinuou abrir múltiplas caixas de Pandora desde que o Planalto deu sua resposta aos protestos nas ruas brasileiras.

Em menos de duas semanas, a articulação política de Dilma Rousseff passou da ousadia à humilhação. Tudo começou na segunda-feira passada, quando a presidente anunciou que proporia um plebiscito visando formar uma constituinte exclusiva para a reforma política.

A ideia durou menos de 24 horas, basicamente porque esqueceram de consultar os constitucionalistas sobre sua legalidade. E o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) é um deles, e dos respeitados.

Ainda assim, o governo insistiu na ideia do plebiscito. Fazia sentido: os protestos de junho passam por uma crise de representatividade.

Logo, parecia lógico dar ao povo algum instrumento de inserção no processo político -- ainda que a consulta prévia pareça incompatível com uma discussão complexa como a da reforma, e que ela era a preocupação de apenas 1% dos manifestantes sondados pelo Datafolha em um dos atos em São Paulo. 

O problema então foi tentar passar o caso ao Congresso, que ficou com a batata quente. Todos na base aliada sorriram em público e disseram que o plebiscito era uma ótima ideia. A oposição disse que um referendo, ou seja, uma consulta posterior, fazia mais sentido.

Nos bastidores, o que houve foi a reação ao atropelamento do Congresso. Aos poucos, referendo virou discurso na base também. Os caciques do PMDB que mandam no Congresso, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) trataram de preparar o velório do plebiscito e a desengavetar projetos relativos à reforma política.  Até no PT a resistência cresceu, ainda que a mensagem de Dilma com as sugestões de perguntas do plebiscito emulasse o que Luiz Inácio Lula da Silva [o NPA, Nosso Pinóquio Acrobata] sempre quis em termos de reforma política.

Enquanto isso, na sua versão de resposta às ruas, o Congresso passou a aprovar com fúria legislativa quase tudo o que lhe dava na cabeça. Esse descontrole é perigosíssimo para o governo, seja por populismos que destruam ainda mais as portas dos cofres públicos, seja por ideias que não lhe interessam que apareçam, como discutir o fim da reeleição. 

Atuando agora como bombeiros do incêndio iniciado pelo Planalto, Temer e o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) trataram de encenar hoje o funeral do plebiscito com alguma dignidade.

Ao analisar o tombo que os protestos deram na popularidade de Dilma, marqueteiro João Santana apontava a aprovação ao plebiscito (68%, segundo o Datafolha) como uma "porta de saída" para a crise. 

Agora, com o plebiscito adiado para o ano que vem ou para as calendas gregas, uma vez que parece inevitável que alguma reforma política ocorra nos ritos regulares do Congresso, cabe perguntar qual "porta" resta ao Planalto. Especialmente se as ruas, que acalmaram após o fim da Copa das Confederações, resolverem se mexer de novo.

O irresponsável, prevaricador e abusado presidente da Câmara tem que pagar ao país os custos do avião da FAB que o trouxe com noiva, parentes e papagaio ao Maracanã

[O prevaricador, moleque e irresponsável presidente da Câmara de Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que usou um jato da FAB para trazê-lo ao Rio com noiva & parentes, papagaio e o escambau para ver o jogo do Brasil no domingo no Maracanã, acha que pagando a merreca R$ 9.700,00 zerou sua pilantragem e está quite com todo mundo. Como todo malandro que se preza, o deputado só calculou o custo do palito do banquete. A reportagem abaixo, da Folha de S. Paulo de hoje, mostra que a dívida de Henrique Alves com a União é bem maior do que a bagatela que quer pagar.]

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), devolveu na quarta-feira à União R$ 9.700 referentes, segundo ele, ao valor da carona que deu a sete pessoas em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para assistir ao jogo entre Brasil e Espanha, domingo no Maracanã. Os R$ 9.700,00, segundo sua assessoria, foram baseados numa média do custo dos bilhetes aéreos referentes aos trechos de ida e volta entre Natal e Rio de Janeiro de sexta-feira a domingo.

Só que o cálculo foi feito em cima de voos comerciais. O jatinho da FAB, na verdade, foi utilizado apenas para os oito passageiros -- Alves e seus convidados.

A Folha fez cotação com duas empresas, TAM e Líder Aviação, que oferecem serviços de fretamento particular. Nas mesmas condições de dias, trechos e número de passageiros, o valor mais baixo saiu por R$ 158 mil. O mais caro, R$ 266 mil.

A FAB disse que o valor gasto com os voos do deputado não pode ser divulgado por questões de sigilo estratégico e militar. [Desde quando fazer táxi aéreo para deputado & sua noivinha, mais família dela fazerem turismo é assunto sigiloso e militar?! Onde é que estamos? A FAB também se incorporou à Casa da Mãe Joana do governo Dilma? O deputado Henrique Alves além de todos os defeitos já apontados, e outros subjacentes, é um tremendo mentiroso, inventando que veio ao Rio para um almoço de "trabalho" com Eduardo Paes em pleno fim de semana, véspera da final da Copa das Federações no Maracanã. Esse acinte e esse escárnio vão ser varridos p'ra debaixo de mais um tapete e ser esquecidos só com a merreca dos R$ 9.700,00?! Esse pessoal que isso vai continuar sendo assim, mesmo depois do que está acontecendo nas ruas? Essa molecada do Congresso e do PMDB está brincando com fogo -- a mesma Folha de S. Paulo nos conta hoje que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também usou um jato da FAB para ir de Maceió para Salvador em 15/6 deste ano, às 15 h de um sábado, para participar de um casamento.]

Conforme revelou a Folha na edição de quarta, um jato da FAB foi buscar os passageiros em Natal na noite de sexta-feira. Foram todos para o Rio e retornaram no domingo, às 23h, após a final da Copa das Confederações. Estavam no avião da FAB a noiva do deputado, Laurita Arruda, dois filhos e um irmão dela, o publicitário Arturo Arruda, com a mulher Larissa, além de um filho do presidente da Câmara.