Um dos ritos mais importantes do islamismo já começou. Está próxima a data do início do Ramadã. Datas, horários das orações, origens, eis o que é preciso levar em consideração.
Data de início, com a noite da dúvida, data do fim com a noite do destino e o l'Aïd el Fitr, mas também a duração do jejum, os horários da orações ... [Aïd el Fitr, festa da ruptura, é a festa muçulmana que marca a quebra do jejum do mês do ramadã.] Para os muçulmanos, que representam um quarto da população mundial, fazer o Ramadã significa voltar a se obrigar a um rigor moral e físico, mas também a saber organizar bem seu calendário e sua agenda. Milhões de crentes analisam há já vários dias as declarações dos principais países muçulmanos e também de sua mesquita, para saber da data de início do Ramadã. Na França, é o Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM) e a mesquita de Paris que irão decretar o início do jejum quando da noite da dúvida, na noite de domingo para segunda-feira. O Ramadã deve iniciar-se imediatamente após a noite de 6 de junho.
A proibição não se limita apenas à alimentação
A peregrinação a Meca é um outro pilar do Islamismo - (Foto: Google)
O Ramadã não é simplesmente uma questão de privação alimentar. Os muçulmanos que o seguem se privam também de beber água durante o dia. Do nascer ao pôr do sol, os praticantes não devem também consumir nada. Essa interdição engloba também as relações sexuais e o fumo. Durante esse período do Ramadã, que dura um mês, os praticantes cumprem um dos pilares do islamismo que é a peregrinação a Meca. Este mês de "pureza" tem especialmente por objetivo, para os crentes, aproximá-los de seu Deus.
As tâmaras ocupam um lugar importante na quebra do jejum no Ramadã - (Foto: Google)
Tâmaras para quebrar o jejum
Durante o Ramadã, as tâmaras ocupam um lugar bem particular para os muçulmanos. Tradicionalmente, é uma tâmara que é o primeiro alimento degustado no momento de quebrar o jejum. Isso se deve ao fato de que teria sido uma tâmara que teria sido consumida por Maomé quando ele mesmo rompeu seu jejum nesse período. O conflito entre israelenses e palestinos chega até ao setor de alimentação, porque vozes do mundo muçulmano se levantam este ano também para pedir aos fiéis que não consumam as tâmaras importadas de Israel. Este país é o terceiro maior exportador de tâmaras para a França, atrás da Argélia e da Tunísia. A França é o maior importador de tâmaras da Europa.
Exceções para cumprir o jejum
Exceções para cumprir o jejum
Certos praticantes podem ser "dispensados" do jejum - (Foto: Jasmim Merdan - Fotolia)
Para as pessoas doentes, para os idosos e para as crianças é difícil se abster de comer e beber durante o dia todo. Esses setores da população não são portanto submetidos às mesmas regras estritas aplicadas aos demais muçulmanos. Da mesma forma, as pessoas que viajam e as mulheres grávidas ou que amamentam podem também interromper ou não fazer o jejum. As mulheres que estão menstruadas recomeçam a comer e beber, e retomam geralmente o jejum no final do período do ramadã. Na religião muçulmana, as pessoas que não podem fazer o jejum por razões de saúde podem providenciar para que uma pessoa pobre possa se alimentar durante um período equivalente à duração do jejum.
As datas mudam todos os anos
O Ramadã é praticado em todo o mundo - (Foto: Jasmin Merdan - Fotolia)
As datas de início e fim do jejum mudam a cada ano. O início desse período é antecipado em 10 a 12 dias todos os anos. O calendário muçulmano se baseia na realidade em um calendário lunar, cada mês principiando com a lua nova, quando aparece o primeiro crescente. Como os calendários solar e lunar não têm o mesmo número de dias, o Ramadã se desloca a cada ano. Os praticantes não coincidem quanto ao início do Ramadã: a maior parte dos muçulmanos se baseia na observação local do crescente lunar, outros preferem o cálculo da lua nova ou a declaração da Arábia Saudita sobre o assunto. [Meca é uma cidade da Arábia Saudita.]
O mês da caridade
A mesquita Hassan II, no Marrocos - (Foto: Google)
Durante o mês do Ramadã, as dádivas dos muçulmanos são mais importante que durante os outros meses do ano. Inúmeros praticantes decidem portanto cumprir seu dever de caridade, que é um dos pilares do islamismo, durante esse período em particular. Mundo afora, algumas famílias mais ricas preparam mesmo "cestas" para os mais pobres incluindo itens de subsistência como açúcar, óleo ou arroz. Essas provisões são geralmente entregues no primeiro dia do Ramadã. Algumas organizações religiosas e as mesquitas oferecem igualmente refeições gratuitas aos necessitados à noite, para quebrar o jejum.
O jejum existia antes do islamismo
O jejum existia antes do islamismo - (Foto: Jasmin Merdan - Fotolia)
O jejum não nasceu com o islamismo. A abstenção de comer e beber é, com efeito, mencionada no Velho e no Novo Testamentos, que são anteriores ao profeta Maomé. Assim, na Bíblia, é mencionado que a rainha Ester solicitou aos judeus que jejuassem por três dias, antes que ela se encontrasse com seu marido para pedir-lhe que os poupasse. Segundo o Novo Testamento, Jesus jejuou durante 40 dias no deserto. Em referência a isso, o cristianismo estabelece um período de 40 dias, a quaresma. Hoje, o período de jejum dos católicos está reduzido geralmente à Quarta-feira de Cinzas e à Sexta-feira Santa.
Prisão por causa do ramadã
Já foram aplicadas penas de prisão por descumprimento do Ramadã - (Foto: BortN66 - Fotolia)
Em certos países, o Estado pode imiscuir-se na religião. Assim, em 2008, seis argelinos foram condenados em seu país por não haverem respeitado o jejum. Julgados em Biskra, no sul da Argélia, receberam uma sentença de quatro anos de prisão e uma multa de 1.000 euros cada um. Foram presos pela polícia quando comiam em público. Associações de Defesa dos Direitos Humanos se levantaram contra essa condenação. Mas, depois desse fato, outros processos desse tipo (relatados principalmente pelo jornal Libération) ocorreram ainda na Argélia. Em certos países do Golfo, como Kuait, Emirados Árabes Unidos, Bahrein ou Arábia Saudita, é a lei que proíbe de comer, beber ou fumar em público durante o período de jejum. Os contraventores são geralmente punidos com multas.
Ramadã, um nome próprio em voga?
Ramadã, um nome próprio em voga?
O nome próprio [nome de batismo] "Ramadan" [na grafia francesa e na maioria de outros idiomas que não o portguês] ganha popularidade - (Foto: Jasmin Merdan - Fotolia)
O nome próprio masculino "Ramadan" não está entre os mais encontrados mundo afora, mas ele conheceu uma pequena idade do ouro nos anos 1990. Segundo o site inglês Baby Center, que publica informações sobre o uso de nomes próprios através do planeta, 18 de seus membros deram esse nome a seus filhos em 1997. E, nos Estados Unidos, 920 pessoas possuem hoje esse nome. Em 2009, receberam o nome Ramadan 13 novos bebês na França. Trata-se de um pequeno aumento em relação aos anos anteriores, onde entre 3 e cinco bebês masculinos receberam esse nome a cada ano. Há várias variantes dele, principalmente com o acréscimo de um "h": Ramadhan.
Um mês no qual os praticantes ganham peso!
Quando da quebra do jejum, as comidas servidas são muito ricas - (Foto: Jerôme Salort - Fotolia)
Admite-se geralmente que o Ramadã é um mês em que os praticantes ganham peso. Como lembra o jornal inglês Time, o período de jejum não é entretanto um período de emagrecimento. O ganho de peso seria devido sobretudo ao fato de que as pessoas que seguem o Ramadã reduzem suas atividades diárias e comem fartamente na quebra do jejum, quando cai a noite [no islamismo não há o pecado da gula?...]. O corpo, submetido a uma dura prova pelo jejum, teria tendência a estocar os alimentos consumidos à noite. Além disso, os alimentos consumidos após o dia de jejum são geralmente ricos, gordurosos e doces. Esse repasto noturno, o iftar, pode mesmo tomar o formato de um banquete. Para que seus corpos suportem melhor o jejum, os praticantes podem também optar por uma segunda refeição, antes do nascer do sol, para melhor cumprir toda a jornada seguinte.
Data do Ramadã
Em 2016, o Ramadã se iniciará no dia 6 de junho e se estenderá por quase um mês. O início do Ramadã se dá desde a entrada do nono mês do calendário islâmico, e assim como para cada mês do calendário baseado na hégira [data da fuga de Maomé de Meca para Medina], ele começa exatamente quando o primeiro crescente da lua nova fica visível no céu. Quanto a isso, há um conflito heurístico [relativo à heurística, ciência que tem por objeto a descoberta dos fatos] entre aqueles que consideram que é indispensável ver o astro no céu e os que confiam na astrologia.
As principais federações muçulmanas da França decidiram, este ano, unificar suas posições observando o céu quando da "noite da dúvida". Como resultado dessas observações, o início do Ramadã foi fixado para a segunda-feira, 6 de junho de 2016. Os partidários do cálculo científico acham que a precisão da astronomia moderna permitiria determinar certa e corretamente o momento e a duração da aparição da lua no céu de cada país. Baseando-se nesse método, o Conselho Teológico Muçulmano da França já está em condições de definir as datas do Ramadã em 2016: da segunda-feira 6 de junho a terça-feira 5 de julho de 2016. As mesmas datas, portanto, das federações.
Fim do Ramadã
Quando o jejum termina, os muçulmanos celebram o fim do Ramadã: Aïd el Fitr (festa da ruptura). Conforme os anos, e novamente em função da observação da lua, essa festa ocorre 29 ou 30 dias após o início do Ramadã. Existe portanto uma nova incerteza em reação a essa data, se se utilizar o método ancestral de determinar a noite da dúvida.
Por isso, a Aïd el Fitr não é senão a ocasião de festejar. A celebração reúne famílias e amigos, que trocam entre si votos de saúde e felicidade, nesse dia de fraternidade. No mundo inteiro ela se faz preparando-se uma rica refeição antes de se entregar às orações. É igualmente dever dos fiéis guardar uma parte da alimentação para os mais pobres. São também de praxe atenções especiais com os familiares, tais como presentes ou uma ligação telefônica. Esse é também um dia de autoavaliação e de reflezão, em que cada muçulmano pode se situar em relação ao mês que findou. Vários rituais completam o programa, do banho ritual antes da oração matinal ao consumo de tâmaras em número ímpar antes de sair de casa, passando pelo ato do "takbir", que consiste em cantar à glória de Alá rumo ao seu local de oração [no takbir canta-se Allahu Akbar ("Deus é grande" ou "Deus é o maior")].
Calendário do Ramadã
A concepção do calendário muçulmano (ou islâmico) tem como ponto de partida a hégira, isto é a ida de Maomé para Medina no ano 622 [da era cristã]. Além disto, ela é montada em torno das fases da lua e não sobre a posição da Terra em relação ao sol, como acontece com o calendário gregoriano, adotado na Europa e nos EUA. Em relação ao gregoriano, o calendário muçulmano é mais curto em onze dias: a data do ramadã "avança" portanto em cada ano desse número de dias no calendário civil (gregoriano). O Ramadã de 2016 coincide em datas com o que ocorreu em 1437 do calendário islâmico.
Quando do Ramadã, os muçulmanos praticantes são chamados a rezar cinco vezes por dia, como no resto do ano. O número de pessoas dedicando-se a esse ritual é entretanto mais numeroso nesse período, onde a espiritualidade volta ao centro das prioridades para inúmeros fiéis. Os horários das orações tornam-se então muito importantes. De fato, as interdições alimentares têm início aos primeiros clarões do dia, quando da oração de Fajr, e terminam quando da quarta oração do dia, dita oração de Magreb (ocidente), que ocorre ao cair da noite.
Há vários calendários de orações disponíveis. Os horários de oração estabelecidos pela Grande Mesquita de Paris são em geral a referência nesse particular. Válidos para a capital, devem ser adaptados para a região onde se encontra o praticante. (...)
Noite da dúvida 2016
Em 2016, a noite da dúvida ocorreu no domingo 5 de junho. As principais federações muçulmanas decidiram unificar este ano suas posições na observação do céu quando da noite da dúvida. Foi em Paris que se realizou esse rito através da Grande Mesquita (...).
Ramadã: definição
O jejum (saoum) é descrito de maneira precisa no Corão. Ao longo do mês do Ramadã os muçulmanos são ordenados a não se alimentar, beber, fumar ou ter relações sexuais entre a alvorada e o pôr do sol. Mais genericamente, a ascese se refere a todos os comportamentos considerados contrários ao islamismo. Esta restrição se destina a celebrar o mês em que o livro sagrado foi revelado a Maomé. À noite, as celebrações (incluindo a refeição) são autorizadas e até mesmo encorajadas. A refeição noturna (iftar) é um momento-chave: inúmeros muçulmanos se reúnem em suas casas, nos centros culturais ou nas mesquitas para compartilhar a refeição.
O dia é então objeto de uma programação diferente. A primeira refeição (sahur) é feita antes da aurora e do apelo à oração: "Comei e bebei até o momento em que possais distinguir o fio branco do fio negro", determina o Corão. A proibição de comer e beber termina após o pôr do sol e a quarta oração do dia (al-maghrib). (...) Certos viajantes podem retardar o jejum. para tais pessoas, a ajuda aos pobres é considerada como uma substituição válida ao ritual. Em outras circunstâncias, uma pessoa comer ou beber acidentalmente. Seu jejum permanece válido desde que não haja demonstração de intencionalidade no que se fez.
As principais federações muçulmanas da França decidiram, este ano, unificar suas posições observando o céu quando da "noite da dúvida". Como resultado dessas observações, o início do Ramadã foi fixado para a segunda-feira, 6 de junho de 2016. Os partidários do cálculo científico acham que a precisão da astronomia moderna permitiria determinar certa e corretamente o momento e a duração da aparição da lua no céu de cada país. Baseando-se nesse método, o Conselho Teológico Muçulmano da França já está em condições de definir as datas do Ramadã em 2016: da segunda-feira 6 de junho a terça-feira 5 de julho de 2016. As mesmas datas, portanto, das federações.
Fim do Ramadã
Quando o jejum termina, os muçulmanos celebram o fim do Ramadã: Aïd el Fitr (festa da ruptura). Conforme os anos, e novamente em função da observação da lua, essa festa ocorre 29 ou 30 dias após o início do Ramadã. Existe portanto uma nova incerteza em reação a essa data, se se utilizar o método ancestral de determinar a noite da dúvida.
Por isso, a Aïd el Fitr não é senão a ocasião de festejar. A celebração reúne famílias e amigos, que trocam entre si votos de saúde e felicidade, nesse dia de fraternidade. No mundo inteiro ela se faz preparando-se uma rica refeição antes de se entregar às orações. É igualmente dever dos fiéis guardar uma parte da alimentação para os mais pobres. São também de praxe atenções especiais com os familiares, tais como presentes ou uma ligação telefônica. Esse é também um dia de autoavaliação e de reflezão, em que cada muçulmano pode se situar em relação ao mês que findou. Vários rituais completam o programa, do banho ritual antes da oração matinal ao consumo de tâmaras em número ímpar antes de sair de casa, passando pelo ato do "takbir", que consiste em cantar à glória de Alá rumo ao seu local de oração [no takbir canta-se Allahu Akbar ("Deus é grande" ou "Deus é o maior")].
Calendário do Ramadã
A concepção do calendário muçulmano (ou islâmico) tem como ponto de partida a hégira, isto é a ida de Maomé para Medina no ano 622 [da era cristã]. Além disto, ela é montada em torno das fases da lua e não sobre a posição da Terra em relação ao sol, como acontece com o calendário gregoriano, adotado na Europa e nos EUA. Em relação ao gregoriano, o calendário muçulmano é mais curto em onze dias: a data do ramadã "avança" portanto em cada ano desse número de dias no calendário civil (gregoriano). O Ramadã de 2016 coincide em datas com o que ocorreu em 1437 do calendário islâmico.
Quando do Ramadã, os muçulmanos praticantes são chamados a rezar cinco vezes por dia, como no resto do ano. O número de pessoas dedicando-se a esse ritual é entretanto mais numeroso nesse período, onde a espiritualidade volta ao centro das prioridades para inúmeros fiéis. Os horários das orações tornam-se então muito importantes. De fato, as interdições alimentares têm início aos primeiros clarões do dia, quando da oração de Fajr, e terminam quando da quarta oração do dia, dita oração de Magreb (ocidente), que ocorre ao cair da noite.
Há vários calendários de orações disponíveis. Os horários de oração estabelecidos pela Grande Mesquita de Paris são em geral a referência nesse particular. Válidos para a capital, devem ser adaptados para a região onde se encontra o praticante. (...)
Noite da dúvida 2016
Em 2016, a noite da dúvida ocorreu no domingo 5 de junho. As principais federações muçulmanas decidiram unificar este ano suas posições na observação do céu quando da noite da dúvida. Foi em Paris que se realizou esse rito através da Grande Mesquita (...).
Ramadã: definição
O jejum (saoum) é descrito de maneira precisa no Corão. Ao longo do mês do Ramadã os muçulmanos são ordenados a não se alimentar, beber, fumar ou ter relações sexuais entre a alvorada e o pôr do sol. Mais genericamente, a ascese se refere a todos os comportamentos considerados contrários ao islamismo. Esta restrição se destina a celebrar o mês em que o livro sagrado foi revelado a Maomé. À noite, as celebrações (incluindo a refeição) são autorizadas e até mesmo encorajadas. A refeição noturna (iftar) é um momento-chave: inúmeros muçulmanos se reúnem em suas casas, nos centros culturais ou nas mesquitas para compartilhar a refeição.
O dia é então objeto de uma programação diferente. A primeira refeição (sahur) é feita antes da aurora e do apelo à oração: "Comei e bebei até o momento em que possais distinguir o fio branco do fio negro", determina o Corão. A proibição de comer e beber termina após o pôr do sol e a quarta oração do dia (al-maghrib). (...) Certos viajantes podem retardar o jejum. para tais pessoas, a ajuda aos pobres é considerada como uma substituição válida ao ritual. Em outras circunstâncias, uma pessoa comer ou beber acidentalmente. Seu jejum permanece válido desde que não haja demonstração de intencionalidade no que se fez.
O Corão ordena o respeito ao jejum - (Foto: osmanpek - Fotolia)
Ramadã 2016
(...) Este ano, o calendário do Ramadã é particularmente exigente: o mês sagrado ocorre no fim da primavera e durante o verão, época em que a duração dos dias é a mais longa do ano. Alguns países decidiram melhorar o conforto das pessoas através de medidas relativas ao conjunto da população. O problema é particularmente sensível para os muçulmanos residentes no norte da Europa, como na Noruega por exemplo. Embora alguns deles mencionem as dificuldades apresentadas pela duração muito curta das noites (da ordem de 3 horas em Estocolmo), a maioria apesar de tudo se curva ao ritual.
Outra dificuldade: o calor. Na França, há que esperar por temperaturas diurnas de 20°C a 30°C. Por isso, é aconselhável beber [água] em grande quantidade, tanto quanto possível (cerca de 1,5 litro de água por noite, em porções várias) e cuidar para se hidratar a cada quebra de jejum e logo antes de retomá-lo. Deve-se igualmente privilegiar uma alimentação saudável para as quebras de jejum, dividindo as refeições: por exemplo, uma sopa para começar, uma refeição completa 2 ou 3 horas mais tarde e uma última antes de retomar o jejum. Fazer a sesta, evitar exposição ao sol e limitar os esforços físicos fazem também parte das práticas a serem respeitadas para se manter em boa saúde.
Por outro lado, o Ramadã na França coincide com as provas do bac2016 [bacharelado - na França, exame final do ensino médio], que começarão em meados do mês de junho. A semana do exame tornar-se-á mais difícil para o jejum e o conjunto de privações que ele acarreta. Além disso, as provas de recuperação estão programadas para antes do fim do mês sagrado islâmico. Resultado: os alunos do ensino médio de crença muçulmana terão de se desdobrar para obter seu precioso diploma.
Além disso, o Ramadã 2016 coincide com uma parte da Eurocopa 2016 de futebol. Os esportistas muçulmanos envolvidos na competição poderão realmente jogar respeitando as privações impostas pelo islamismo, a começar por não beber água e não se alimentar durante o dia? O Corão indica que há exceções para os muçulmanos impúberes, para os enfermos, para os que fazem uma viagem longa e penosa, para as mulheres menstruadas e para as mulheres grávidas.
(...)
Noite do destino (Laylat al-Qadr)
O Ramadã é marcado por dois momentos importantes para os muçulmanos praticantes. O primeiro é a noite do destino (Laylat al-Qadr), considerada como abençoada. Ela celebra a noite durante a qual Maomé teria recebido a revelação do Corão pelo anjo Gabriel. Segundo a tradição muçulmana, no ano 610 do calendário gregoriano o mercador fazia um retiro espiritual na gruta de Hira, no deserto da Arábia, quando teria visto aparecer o arcanjo. Maomé teria então começado a transcrever os versos revelados por Alá e ditados por Gabriel. Essa é a origem do Corão, o livro sagrado do islamismo.
Hoje, quando do Ramadã, esse episódio é celebrado por ocasião da noite do destino. Desde o pôr do sol, a vigília é consagrada às orações pedindo por perdão ou por bênção. A data dessa noite é fixada em um dia ímpar entre os dez últimos dias do Ramadã. A maioria dos teólogos a fixa no 27° dia desse mês.
Ramadã na França: cada vez mais praticantes
Segundo um estudo datado de 2011, feito pelo Ifop (Instituto Francês de Opinião Pública) para o jornal La Croix [A Cruz], 70% dos franceses que se declaram seguidores do islamismo afirmam que respeitam o jejum nos 29 ou 30 dias desse mês. É um número em constante crescimento desde os anos 1960. "O Ramadã é uma prática tanto cultural quanto religiosa, respeitada pelo conjunto da comunidade, mesmo para os que não acreditam ou não o praticam mais", dizia há cinco anos o pesquisador Franck Frégosi àquele jornal. É preciso dizer, além disso, que o Ramadã, sendo um dos cinco pilares do islamismo [os outros quatro são: o testemunho de fé, a oração, o pagamento do Zakat (apoio aos necessitados) e a peregrinação a Meca], é uma obrigação moral do Corão, considerada para ser praticada por todos os fiéis.
[As implicações do cumprimento do ramadã nas atividades de trabalho dos praticantes do islamismo nesse mês são inúmeras, e serão abordadas em uma próxima postagem.]
Por outro lado, o Ramadã na França coincide com as provas do bac2016 [bacharelado - na França, exame final do ensino médio], que começarão em meados do mês de junho. A semana do exame tornar-se-á mais difícil para o jejum e o conjunto de privações que ele acarreta. Além disso, as provas de recuperação estão programadas para antes do fim do mês sagrado islâmico. Resultado: os alunos do ensino médio de crença muçulmana terão de se desdobrar para obter seu precioso diploma.
Além disso, o Ramadã 2016 coincide com uma parte da Eurocopa 2016 de futebol. Os esportistas muçulmanos envolvidos na competição poderão realmente jogar respeitando as privações impostas pelo islamismo, a começar por não beber água e não se alimentar durante o dia? O Corão indica que há exceções para os muçulmanos impúberes, para os enfermos, para os que fazem uma viagem longa e penosa, para as mulheres menstruadas e para as mulheres grávidas.
(...)
Noite do destino (Laylat al-Qadr)
O Ramadã é marcado por dois momentos importantes para os muçulmanos praticantes. O primeiro é a noite do destino (Laylat al-Qadr), considerada como abençoada. Ela celebra a noite durante a qual Maomé teria recebido a revelação do Corão pelo anjo Gabriel. Segundo a tradição muçulmana, no ano 610 do calendário gregoriano o mercador fazia um retiro espiritual na gruta de Hira, no deserto da Arábia, quando teria visto aparecer o arcanjo. Maomé teria então começado a transcrever os versos revelados por Alá e ditados por Gabriel. Essa é a origem do Corão, o livro sagrado do islamismo.
Hoje, quando do Ramadã, esse episódio é celebrado por ocasião da noite do destino. Desde o pôr do sol, a vigília é consagrada às orações pedindo por perdão ou por bênção. A data dessa noite é fixada em um dia ímpar entre os dez últimos dias do Ramadã. A maioria dos teólogos a fixa no 27° dia desse mês.
Ramadã na França: cada vez mais praticantes
Segundo um estudo datado de 2011, feito pelo Ifop (Instituto Francês de Opinião Pública) para o jornal La Croix [A Cruz], 70% dos franceses que se declaram seguidores do islamismo afirmam que respeitam o jejum nos 29 ou 30 dias desse mês. É um número em constante crescimento desde os anos 1960. "O Ramadã é uma prática tanto cultural quanto religiosa, respeitada pelo conjunto da comunidade, mesmo para os que não acreditam ou não o praticam mais", dizia há cinco anos o pesquisador Franck Frégosi àquele jornal. É preciso dizer, além disso, que o Ramadã, sendo um dos cinco pilares do islamismo [os outros quatro são: o testemunho de fé, a oração, o pagamento do Zakat (apoio aos necessitados) e a peregrinação a Meca], é uma obrigação moral do Corão, considerada para ser praticada por todos os fiéis.
[As implicações do cumprimento do ramadã nas atividades de trabalho dos praticantes do islamismo nesse mês são inúmeras, e serão abordadas em uma próxima postagem.]