Nos últimos 13 anos, o Brasil passou por momentos de desconfiança, euforia, preocupação, angústia, depressão e, agora, está à beira do desespero. Tudo isso sob a sombra de uma enorme bandeira vermelha estampada com o número 13. Esta bandeira cobriu e ainda cobre o país inteiro, acolhendo e escondendo gente que, agora se sabe em detalhes, destruiu o país ética, econômica e financeiramente.
Sob o comando de quem certamente é o maior fenômeno político que o Brasil já viu, o país foi sucessiva e inexoravelmente descendo ladeira abaixo em termos de ética, competência
lato sensu, gestão, governança e desempenho como país decente e respeitável. Tudo sob o comando do líder supremo do PT, um ex-líder sindical chamado Luiz Inácio Lula da Silva, também conhecido como NPA (Nosso Pinóquio Acrobata), 171, apedeuta, Pixuleco e, mais recentemente, Boca de Latrina (BL).
Além de sua inegável inteligência , o BL se mostrou insuperável em autopromoção, criação de factoides, mentira, cinismo, hipocrisia, cegueira e amnésia seletivas (aplicadas tão somente contra seus malfeitos diretos e indiretos) e uma incomensurável irresponsabilidade. Um cidadão sabidamente inteligente, esperto, supermalandro, foi "incapaz" de perceber que gente de seu círculo íntimo (pessoal e administrativo) planejou, criou, amamentou, protegeu e estimulou os dois maiores (até agora ...) escândalos de corrupção que o país já viu e vivenciou: o mensalão e o petrolão. De repente, não mais que de repente, deu um apagão na cabecinha brilhante do BL e ele não viu absolutamente nada do que acontecia e rolava solto e adoidado debaixo de seu nariz e suas axilas.
Logo no início de seu primeiro governo, em 2003, o esperto BL elegeu uma figura como referência de tudo o que de ruim, perverso e demoníaco tinha o país: FHC. Para o BL, este burguês de mentalidade capitalista tornou-se o oposto de tudo que o lulopetismo faria a partir de 2003 e a ele foram indevida e indelevelmente atribuídas todas as mazelas e ziquiziras sociais e econômicas vencidas e vincendas do Brasil. Em 2003 essa atitude do BL e do PT era perfeitamente compreensível e até aceitável -- afinal, FHC criara o real e tirara o país de uma crise gigantesca, com uma inflação de 80% ao mês, e esses êxitos incomodavam e ainda incomodam muito o BL e o PT. Ele era (e ainda é) o homem a ser batido e execrado para o BL & Cia.
Outro mantra do PT, mergulhado até o pescoço no lodaçal do petrolão, é dizer que corrupção não é exclusividade do partido. Beleza, o PT só admite ser criticado e condenado por corrupção "original". Mea culpa? Zero.
O problema é que o uso exagerado do cachimbo faz a boca torta. Passados 13 anos de barbeiragens, pilantragens, malfeitos e corrupção escancarados, o BL, Dilmanta e o PT ainda insistem em culpar FHC pelos desastres perpetrados pelo BL e sua camarilha. Coisa de mafiosos.
Já em meados de seu segundo mandato, o BL resolveu inventar que Dilma Roussef [também conhecida como anta, Dama de Ferrugem e NPS (Nosso Pinóquio de Saia)] era um gênio (apesar das lambanças feitas e da incompetência política, técnica e gerencial inequivocamente por ela feitas e demonstradas em todos os cargos que ocupou) sob medida para substituí-lo no Palácio do Planalto e dar continuidade à sua (dele, BL) estratégia de prolongar ao máximo o domínio dele e do PT no país. Pensado, e feito. Além dos defeitos enumerados, todos de conhecimento público, Dilmanta tinha sabidamente uma absoluta incapacidade de gerar e aceitar qualquer tipo de diálogo -- a madame não consegue conversar nem consigo mesma, no espelho. Como é que o olho de lince do BL não viu ou não sabia disso, permanece um mistério.
Deu-se o chabu que todos nós conhecemos sobejamente e sofremos há 4,5 anos. O país arruinou-se de vez, ética, política, econômica e financeiramente, e virou motivo de chacota e preocupação mundo afora. O gênio inventado pelo BL é incapaz de gerir qualquer coisa que exija um mínimo de competência, isenção e diálogo. Dilmanta não controla mais nada, não manda lhufas.
Apesar de inequivocamente mentirosa, cínica, amante de barganhas de qualquer tipo e quilate para se sustentar, ela insiste em se apresentar como "honesta" e os petralhas infantilizados abraçaram essa causa. Mesmo depois das inúmeras mentiras que lhes pregou para se reeleger em outubro de 2014. A Dama de Ferrugem tantas fez, que acabou sendo objeto de um pedido de impeachment, que já tramita na Câmara. Aí começou o festival de palhaçadas e irresponsabilidades dela, do BL, do PT e dos petistas.
O impeachment do presidente da República é um instrumento absolutamente legal,
previsto explicitamente na Constituição Federal vigente. No final de 2015, foi acolhido pela Câmara dos Deputados --
entre 37 outros pedidos de mesma natureza -- o
pedido formulado por Hélio Bicudo, fundador do PT, e pelos advogados Miguel Reale Junior e Janaína Conceição Paschoal. Os advogados tentam, no documento apresentado à Câmara, associar Dilma Rousseff à Operação Lava-Jato, deflagrada na Petrobras, à investigação de tráfico de influência contra o ex-presidente Lula BL e às pedaladas fiscais analisadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Jogo jogado, cabe ao acusado reagir nos termos estritamente legais. Afinal, quem não deve não teme. Aí começou o festival de besteiras e irresponsabilidades que assola o país, além da crise econômica, da crise na saúde, na segurança pública, no saneamento básico, na infraestrutura, etc, etc. Por absolutamente incompetente sob qualquer aspecto, também na política, Dilmanta percebe que seu pedido de impeachment terá também e principalmente um viés fortemente político e se sente desesperada. Ela destruiu por completo o arcabouço político heterogêneo e interesseiro que a sustentava. Recorre então a argumentos ridículos, absolutamente inverossímeis e irresponsáveis.
Primeiro, quis incutir entre petistas e no país a tese esdrúxula de que querem tirar dela um mandato legitimamente conquistado nas urnas, como se sua eleição fosse um cheque em branco para fazer o que bem entender e uma garantia absoluta para permanecer no cargo, faça o que fizer. Para ela, Collor sofreu impeachment porque foi escolhido no cara ou coroa e não pelas urnas. A impressionante manifestação pública, ordeira e democrática, de 13 de março foi incapaz de sensibilizá-la ética e politicamente.
Depois, vendo que sua bandeira não se sustenta em pé, resolveu nomear Lula BL seu ministro, obviamente por orientação e pressão dele, com múltiplos objetivos: - i) blindá-lo contra a justiça de primeira instância (leia-se juiz Sérgio Moro), dando-lhe foro privilegiado; - ii) dar um
plus político ao seu governo, confiando na inégável capacidade de negociação política do BL; - iii) tentar acrescentar um grau de dificuldade a mais contra o impeachment, na ideia de que tirá-la do governo significaria tirar também o BL, o que na sua (dela) concepção poderia gerar um clamor social mais forte. De quebra, ela cederia de fato e explicitamente ao BL o comando do país. A nomeação e a posse de Lula BL foram contestadas na justiça e o ex-presidente continua um humilde mortal que se julga infinitamente superior a qualquer outro na face da Terra.
Paralelamente, Dilmanta, BL e o PT iniciaram uma campanha intensa de caracterizar o impeachment como "golpe". Até agora, três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) (Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Celso de Mello) e um ex-ministro dessa mesma corte (Ayres Britto) vieram a público desmentí-la, afirmando clara e inequivocamente que
impeachment não é golpe. O ex-ministro do STF, Eros Grau, também se pronunciou dizendo
que o comportamento dos grupos aliados à presidente Dilma Rousseff diante da possibilidade de um impeachment pode colocar "em risco a paz social no Brasil".
Movendo-se como uma versão feminina canhestra e ridícula de Dom Quixote contra moinhos de vento, Dilmanta tem tomado iniciativas estapafúrdias, como a de, ineditamente, transformar o Palácio do Planalto em um palanque político em sua defesa, denunciando ao país e ao mundo que há no Brasil um golpe em curso. Cometeu a insensatez de convidar o corpo diplomático acreditado no país para participar da cerimônia, tornando-os testemunhas de uma baixaria. E botou um bando de papagaios de pirata a discursar em sua defesa. O ponto mais baixo do ato foi a fala inflamada e patética de José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e hoje Advogado-Geral da União, que terminou sua verborragia com as palavras "não passarão! não passarão!", numa tentativa bisonha de repetir aqui o clima da guerra civil espanhola.
Dilmanta tem insistido na tese de recorrer aos movimentos sociais para manter-se no cargo. O MST já entrou no clima, ameaçando incendiar o país se Dilmanta for derrubada. Ela claramente insufla um confronto nas ruas para permanecer no cargo.
Depois de levar muita bordoada pelo que disse contra pessoas e instituições em conversas suas grampeadas e divulgadas, Lula BL ameaçou fingidamente reincorporar o "Lula paz e amor" de tempos passados, em comício do PT contra o impeachment na Avenida Paulista em S. Paulo no dia 18 de março. Mas logo depois,
em 23 de março, em um evento público convocado por seis das principais centrais sindicais do país, Lula BL retomou seu papel predileto de incendiário, pegou o maçarico e a gasolina, e calhorda e irresponsavelmente culpou a Lava-Jato pelo desemprego no país. O efeito incendiário e insuflador disso sobre a massa petista é óbvio e ululante. Sobre a destruição da Petrobras, responsável direta e indireta por milhões de empregos no país, silêncio absoluto. Mea culpa? Zero.
Por pressão de Lula BL, Dilmanta mudou o ministro da Justiça nomeando um substituto indicado por ele BL, Eugênio Aragão, que logo na posse ameaçou a Polícia Federal de represálias e demissões, mesmo sem justa causa comprovada, se apenas sentisse um "cheiro" de "mau comportamento" na Lava-Jato. Logo depois, Aragão o Falastrão foi
intimado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) a se explicar e recolheu-se à sua pequenez e à sua descompostura. Mais um gesto para confrontar as manifestações de 13 de março, que ostensivamente se posicionaram a favor da Lava-Jato, da Polícia Federal e do juiz Sérgio Moro.
Para azedar de vez o mau humor crônico de Dilmanta, hoje
(28/3), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai protocolar na Câmara novo pedido de impeachment da presidente Dilma. Diferentemente do que está em tramitação, que trata apenas das pedaladas fiscais, a entidade, responsável pela ação inicial que afastou o então presidente Fernando Collor de Mello em 1992, incluiu na peça denúncias de crime de responsabilidade e a delação premiada do ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral. É nesse contexto que as atenções estarão voltadas para o recém-empossado presidente nacional da OAB, Cláudio Lamachia, de 55 anos. Em entrevista, ele explica a razão do pedido que será apresentado e diz que, ao contrário do prega o governo, impeachment não é golpe.
Fora a insistência normal e jurídica e politicamente inatacável de insistir no impeachment, a oposição não tem feito pregação alguma a favor de derrubar Dilmanta pela força. Ela é acusada ainda por nossa (govern)anta de querer um terceiro turno, inconformada com a derrota em outubro de 2014. Quem se conformar com uma derrota construída sobre um estelionato eleitoral é frouxo e idiota. Não é só a oposição que está revoltada com o que ocorreu a partir de outubro passado e nos últimos 4,5 anos -- um bom número dos 53 milhões que reelegeram Dilmanta pensa a mesma coisa. Essa é uma briga que rola no TSE - Tribunal Superior Eleitoral, dentro dos princípios legais.
Dilmanta, Lula Boca de Latrina, ministros petistas do governo e o presidente do PT têm insistente e recorrentemente recorrido a pronunciamentos decididamente voltados para insuflar a massa petista ao uso da força defender o governo contra o impeachment, qualquer que seja a fundamentação jurídica desse impedimento. Quem abertamente apela para o "quanto pior, melhor" é essa turma.